notícias, pensamentos, fotografias e comentários de um troineiro

terça-feira, 6 de agosto de 2019


Manutenção precisa-se com urgência 

Entendo que não é boa e avisada política andarmos a fazer novos e bonitos empreendimentos, sem que seja acautelado o necessário acompanhamento de conservação e manutenção destas iniciativas. 

Vem isto a propósito de várias situações anómalas que observei no troço entre Setúbal e a Praia da Figueirinha destacando apenas esta última pela quantidade de pessoas que ali se deslocam diariamente e que tal como eu podem observar o que refiro. 

Os dois grandes depósitos para colocação de plásticos, publicitando o Centro Comercial Alegro, continuam tombados e duvido que alguma utilidade venham a ter naquele estado em que se encontram. 

Dos painéis de sensibilização para a preservação do meio ambiente, um deles só lá tem a armação e outro encontra-se tombado já há vários dias. 

Das bandeiras arvoradas naquele espaço destacam-se a bandeira azul, presa por uma ponta, enquanto a do concelho de Setúbal  já sumiu parte e está rota, se não for rapidamente substituída duvido que dure muito mais. 

Não compreendo como é que situações destas se vão mantendo ao longo de dias e dias, quando são observadas diariamente não só pelo comum cidadão como por todo o tipo de autoridades, concessionários e funcionários da Câmara e Junta de Freguesia. 

Será esta imagem de desleixo e de falta de manutenção dos espaços públicos, onde são gastos milhares de euros a embelezar que se pretende transmitir? 

Podemos arranjar mil e uma desculpas para isto, mas lá que é uma situação incompreensível lá isso é. 

Rui Canas Gaspar
2019-agosto-06
Troineiro.blogspot.com

sábado, 3 de agosto de 2019


Saudades de uma menina setubalense 

A senhora caminhava lentamente pela rua, olhando tudo o que a rodeava, parando de vez em quando para assim melhor apreciar um ou outro pormenor.
Esta setubalense nascera ali na “azinhaga do Quileu” e por aqueles terrenos por asfaltar brincou, saltou, correu e subiu vezes sem conta ao moinho do D. António para dali ver chegar os barcos dos varinos. 

Se o barco do seu avô, o “Quileu”, viesse com gaivotas esvoaçando na popa, era sinal de alegria, vinha aí peixe fresco!… 

Ao longo dos anos a antiga azinhaga transformou-se em rua, tal como a menina se transformou em mulher, velhas casas foram sendo recuperadas porém, curiosamente, ainda ali está viva e de boa saúde a taberna do “Quileu”. 

A senhora fez questão de visitar a “cova do Quileu” local de residência do seu avô e onde tantas vezes brincou. Naquele espaço que ela tão bem conhecia no lugar de um estreito e íngreme caminho, existe hoje uma ampla escadaria e ao invés das velhas casas abarracadas das suas memórias de há meio século temos hoje pequenas e agradáveis moradias. 

Era emoção a mais!... A voz embargou-se os olhos encheram-se de lágrimas e as saudades da sua meninice, fizeram-na rapidamente dar meia volta e retornar para junto de seu marido que a aguardava a confortável distância. 

Mais uma setubalense que partiu da sua terra natal para longe do belo rio azul e que agora ao regressar às suas raízes se surpreende com o que vê meio século passado, um curto período de tempo mas o suficiente para termos mudado não só em Setúbal em particular mas o país em geral que passou de cores a preto e branco para multicolor, ainda que algumas dessas cores estejam ainda um pouco desbotadas. 

Rui Canas Gaspar
2019-agosto-03
Troineiro.blogspot.com