tag:blogger.com,1999:blog-6059916269157945402024-03-10T02:48:06.021+00:00TROINEIROnotícias fotografias, pensamentos e comentários de um troineiroRui Canas Gasparhttp://www.blogger.com/profile/13258454969940014050noreply@blogger.comBlogger845125tag:blogger.com,1999:blog-605991626915794540.post-55123881434416880892024-02-22T08:03:00.003+00:002024-02-22T08:03:50.437+00:00<p><b><span style="font-size: large;">Os nossos simpáticos Golfinhos </span></b></p><p><span style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAmr5x3ycT3lh6wH1bde-DFhyY6pz3wbusQZcvxGyAdvZXJ0j6DBNNpLAWDl0-FfV22NRmlvXt0_ruGoJguEw-3zEFzzA1JWO1nUdQC6MHYMd0HdxAVvJSBmcA8HZckT0nbt-k5osuwaH2MUYGx-D_OAykSm1IcDZ7n-M04X7g9o5L-QAXQ78UmiIkh_jR/s400/roaz.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="276" data-original-width="400" height="313" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAmr5x3ycT3lh6wH1bde-DFhyY6pz3wbusQZcvxGyAdvZXJ0j6DBNNpLAWDl0-FfV22NRmlvXt0_ruGoJguEw-3zEFzzA1JWO1nUdQC6MHYMd0HdxAVvJSBmcA8HZckT0nbt-k5osuwaH2MUYGx-D_OAykSm1IcDZ7n-M04X7g9o5L-QAXQ78UmiIkh_jR/w453-h313/roaz.jpg" width="453" /></a></div><br />Em meados do século passado os tripulantes dos muitos barcos de pesca e de carga que demandavam ou tinham como porto de abrigo a foz do Sado serviam-se das suas águas como vazadouro para tudo o que estivesse a mais a bordo das suas embarcações.<p></p><br style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;" /><span style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">E era graças a essas nefastas práticas que muitos pescadores sadinos, envergando as suas pesadas “botas de água” várias vezes escorregaram nas muralhas da altamente poluída doca, devido aos cabos de amarração estarem completamente oleados e a muralha por demais escorregadia.</span><br style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;" /><br style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;" /><span style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">“Uma porcaria!” É a expressão usada por um velho pescador ao relembrar esses tempos.</span><br style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;" /><br style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;" /><span style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">A juntar à falta de legislação, fiscalização e consciência ecológica contribuíam ainda a indústria conserveira, com os seus óleos e sangue do peixe que escorria livremente pelos esgotos até ao Sado.</span><br style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;" /><br style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;" /><span style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">Nessa altura os arrastões eram inexistentes. A costa era também rica em plâncton, pelo que a sardinha abundava e mesmo com todo este tipo de poluição, mais junto à margem norte do Sado, o rio era farto de espécies piscícolas e a colónia de roazes corvineiros era numerosa.</span><br style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;" /><br style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;" /><span style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">A partir dos anos 60 do século XX, diferente tipo de indústrias se instalaram a nascente da baía sadina e com elas chegou outro tipo de poluição que sem o devido controlo acabou por deixar marcas profundas de que é um bom exemplo as famosas ostras do Sado que quase desapareceram.</span><br style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;" /><br style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;" /><span style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">Com menos alimento também a colónia de roazes se foi reduzindo até que nos finais do século passado, início do século XXI, vamos encontrar a poluição muito mais controlada, não só por adequada legislação, por maior consciência ambiental e pelos filtros e centrais de tratamento de águas e resíduos, entretanto instaladas e colocadas a funcionar.</span><br style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;" /><br style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;" /><span style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">Com estas boas práticas ambientais as águas do Sado voltaram a ser quase transparentes. Aqui têm o seu habitat uma quase única colónia de roazes, os nossos simpáticos golfinhos, que nadam, caçam e se reproduzem e são alvo de admiração da população setubalense. </span><div><span style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;"><br /></span></div><div><span style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">Rui Canas Gaspar</span></div><div><span style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">troineiro.blogspot.com</span></div>Rui Canas Gasparhttp://www.blogger.com/profile/13258454969940014050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-605991626915794540.post-35836492177918208232024-02-05T10:26:00.002+00:002024-02-05T10:26:43.135+00:00<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBROUggvrfROzSwDSwcb2W4Q2Zrouc11_zrv5Wb-tZdhkkXV3ViIGO94t_rnUn5rELyybp_3QNPRzlGsbRgmDtrKz4n-wBTrj6pDi47FVeXI4ZhzGSUK_St-usgLmPA5ZC1nOR5x_jBuwneygkCkingPNSuxPIqJEU4qrYRWj73pmjRAWPhyphenhyphenEuYo6VijeI/s480/Maria%20peixe%20pra%20j%C3%A1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="394" height="422" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBROUggvrfROzSwDSwcb2W4Q2Zrouc11_zrv5Wb-tZdhkkXV3ViIGO94t_rnUn5rELyybp_3QNPRzlGsbRgmDtrKz4n-wBTrj6pDi47FVeXI4ZhzGSUK_St-usgLmPA5ZC1nOR5x_jBuwneygkCkingPNSuxPIqJEU4qrYRWj73pmjRAWPhyphenhyphenEuYo6VijeI/w347-h422/Maria%20peixe%20pra%20j%C3%A1.jpg" width="347" /></a></div><br /><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br /></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Maria, peixe pra já!<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Naquele tempo, em meados do século passado, eram muitas
as fábricas de conserva de peixe que laboravam um pouco por toda a cidade de
Setúbal.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">A pesca era abundante e os barcos faziam fila para vender
o pescado, sobretudo sardinha, destinado à dinâmica indústria conserveira.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Logo que o fabricante comprava o peixe na lota a fábrica
fazia soar a sua estridente sirene e identificada pelo diferente som as
operárias saiam de casa correndo na direção da mesma afim de ocuparem o seu
posto de trabalho, fosse a que horas fosse, de manhã, de tarde, ou mesmo de
noite.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Mas, para reforçar o sonoro aviso algumas fábricas ainda
mandavam um “moço”, normalmente vestido de calça curta e camisa de ganga de cor
azul, montado numa bicicleta (pasteleira) passar pela casa de cada uma das
operárias afim de chamá-las ao serviço, gritando na rua, “Maria, peixe pra já!”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">E, as Marias, largavam tudo o que estavam a fazer,
agarravam no avental, na toca e na tesoura, enfiavam os chinelos nos pés e
corriam rua afora deixando tudo para trás de forma a chegar ao local de trabalho
atempadamente, não fossem atrasar-se e a mestra já não as deixar entrar
perdendo assim a oportunidade de trazer alguns magros centavos para casa.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">E quantas crianças, ainda bebés, não foram mamando pelo
caminho e já na fábrica ficariam a dormir no interior de alguma caixa de
madeira, servindo de berço, enquanto a sua esforçada mãe trabalhava para prover
o seu sustento?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Eram tempos difíceis aqueles que tantos e tantos homens e
mulheres da nossa terra vivenciaram e ainda hoje perduram na memória de muitos
setubalenses.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Rui Canas Gaspar<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Troineiro.blogspot.com<o:p></o:p></span></i></p>Rui Canas Gasparhttp://www.blogger.com/profile/13258454969940014050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-605991626915794540.post-30523581261035996162023-12-15T09:09:00.002+00:002023-12-15T09:09:56.972+00:00<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidpf2vzzarOJ7Lr7vkuZEJ8eVXlL5tHxEWPAgxrBYfa2Vjf2k2IWYYQYI4RR_zXxPc4QMw71k0hJFZooLYsnoLR4LUjJ5gDtcXtpKzNekg5rfKxZamJ0-5qme4IdyMFC2L4wx1D49T2u4X_G7UHbllbDST3-xirjAmbRCfYWjGU-_b5gKEOMxsrwESebuj/s3254/SL383347.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="3254" data-original-width="2160" height="482" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidpf2vzzarOJ7Lr7vkuZEJ8eVXlL5tHxEWPAgxrBYfa2Vjf2k2IWYYQYI4RR_zXxPc4QMw71k0hJFZooLYsnoLR4LUjJ5gDtcXtpKzNekg5rfKxZamJ0-5qme4IdyMFC2L4wx1D49T2u4X_G7UHbllbDST3-xirjAmbRCfYWjGU-_b5gKEOMxsrwESebuj/w319-h482/SL383347.JPG" width="319" /></a></div><br /><p class="MsoNormal"><br /></p>
<p class="MsoNormal"><span lang="PT">Faz hoje 60 anos o dia em que quase ficamos
soterrados <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span lang="PT">Naquela madrugada de 15 de dezembro de 1963 a vizinhança
do predio com os números 51, 53 e 55, na Rua das Oliveiras, no popular Bairro
de Troino, <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>acordou sobressaltada com o
enorme estrondo produzido nas traseiras do edifício.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span lang="PT">Terra, entulho e enormes pedregulhos vindos do
alto caíram nos pequenos quintais , bloqueando portas e assustando os moradores
com a inusitada e perigosa situação.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span lang="PT">Parte da muralha na zona do Baluarte de Santo
Amaro, ali junto ao Viso, <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>mandada
construir por D. Joao IV e com obras concluídas no distante ano de 1696
sucumbiriam aos terrenos encharcados pelas chuvas outonais.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span lang="PT">Felizmente não houve feridos, apenas prejuízos
materiais. Os <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>bombeiros chamados ao
local mandaram de imediato evacuar o prédio, uma medida acertada, porquanto
poucas horas depois enormes pedras da muralha voltaram a cair e desta vez se
estivesse alguém nas casas não teriam tanta sorte como no inicio do
desabamento.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span lang="PT">O Governo Civil de Setubal cedeu de imediato
uma zona do antigo Converto de S. Francisco, então parcialmente ocupado por
equipamentos do antigo Regimento de Infantaria 11 onde os moradores ficaram
alojados provisoriamente ate conseguirem arranjar novas habitações pelos seus próprios
meios.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span lang="PT">Um dos jovens deslocados, o Mario Salgado, então
eletricista, tratou de colocar as primeiras lâmpadas eletricas que iluminaram
um pouco da escuridão daquele enorme espaco. E foi precisamente este Amigo que
hoje fez questão de me lembrar aquele dia em que ambos, ele no r/c esquerdo e
eu no direito, quase ficamos soterrados em vida.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span lang="PT">Rui Canas Gaspar<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span lang="PT">Troineiro.blogspot.com<o:p></o:p></span></p>Rui Canas Gasparhttp://www.blogger.com/profile/13258454969940014050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-605991626915794540.post-26205932043357774262023-11-25T12:33:00.005+00:002023-11-25T12:33:28.261+00:00<p> <br /></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Lembrança do nosso outeiro </span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b><br /></b></span><b><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;"><o:p></o:p></span></b></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLn2S3SWR73zNFHV2nuRsp0pQuYjzhulXhlgiliYHm0OiEKfgymVl19rEguB5yZJ5ylZmQV6Und9bHOY4sZuw_A3mMdN-XgaJm18g9iRmOHGpMWM39eQQhjf5b_8mvTEKYezn_8HPo8NdVXeMFTO0mMgHzw8RrW7AfrC-EPvmWtjiTooMPo4nARGOGR66d/s3281/bairro%20de%20troino%20visto%20do%20outeiro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2112" data-original-width="3281" height="373" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLn2S3SWR73zNFHV2nuRsp0pQuYjzhulXhlgiliYHm0OiEKfgymVl19rEguB5yZJ5ylZmQV6Und9bHOY4sZuw_A3mMdN-XgaJm18g9iRmOHGpMWM39eQQhjf5b_8mvTEKYezn_8HPo8NdVXeMFTO0mMgHzw8RrW7AfrC-EPvmWtjiTooMPo4nARGOGR66d/w580-h373/bairro%20de%20troino%20visto%20do%20outeiro.jpg" width="580" /></a></div><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Descalços, de botas cardadas ou de botas de água a que
hoje chamamos galochas, os rapazes de Troino, de calções vestidos, subiam ao
outeiro e dali lançavam os seus papagaios de papel, naqueles tempos em que com
o aproximar do mês de dezembro já se faziam sentir fortes vendavais.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Os papagaios eram construídos pelos próprios rapazes,
recorrendo a canas verdes para fazer a armação e a papel de jornal para o
revestimento, alguns que conseguiam arranjar alguns trocos compravam papel
colorido na papelaria do Largo da Fonte Nova dando assim uma visão mais
agradável ao seu papagaio.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">E, porque não havia dinheiro para luxos, o papel era
colado recorrendo ao sabão preto ou a cola feita pelos próprios moços,
recorrendo aos caroços de marmelo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">O grande rolo de fio para prender o “bicharoco” era
aquele utilizado pelos pescadores que generosamente doavam aos rapazes.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Em dias ventosos era uma alegria naquele outeiro, por
cima da Fonte da Charoca, aquela construída em nicho na Rua das Oliveiras, ver
os papagaios voando lá no alto, tentando cada um superar o outro na altura a
que chegavam, esvoaçando sobre os telhados do casario daquele antigo e popular
bairro, dominado pela torre da Igreja de Nossa Senhora da Anunciada, onde se
radicaram os pescadores oriundos das quentes terras algarvias.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Voltei hoje ao alto do outeiro para apreciar a mesma
panorâmica que os rapazes da minha geração tanto gostavam e que foi lugar de
muitas e salutares brincadeiras, num tempo sem facilidades, mas de grandes e
fortes amizades que ultrapassando a voracidade dos tempos ainda hoje perduram <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Rui Canas Gaspar<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Troineiro.blogspot.com <o:p></o:p></span></i></p>Rui Canas Gasparhttp://www.blogger.com/profile/13258454969940014050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-605991626915794540.post-57001668877575381132023-11-15T19:03:00.001+00:002023-11-15T19:03:10.285+00:00<p> </p><p class="MsoNormal" style="line-height: 96%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 18.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; punctuation-wrap: simple; text-align: justify; text-autospace: none;"><br /></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 96%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 18.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; punctuation-wrap: simple; text-align: justify; text-autospace: none;"><span lang="PT" style="color: #44546a; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 96%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-themecolor: text2;"><o:p><b> </b></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 96%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 18.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; punctuation-wrap: simple; text-align: justify; text-autospace: none;"><span lang="PT" style="color: #44546a; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 96%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-themecolor: text2;"><b>Zé
da Mota quando rapaz foi conhecido por Zé dos Quadradinhos</b><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 96%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 18.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; punctuation-wrap: simple; text-align: justify; text-autospace: none;"><span lang="PT" style="color: #44546a; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 96%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-themecolor: text2;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 96%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 18.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; punctuation-wrap: simple; text-align: justify; text-autospace: none;"><span lang="PT" style="color: #44546a; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 96%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-themecolor: text2;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_v4PURjOBA2pbZVbK7wOksfu2MVf2WDoCIQeuDY0z1p7-RvPA4iK-mStyziIqgwzK8gkdW6z4bRR9LSwi5q-2c4WpUe9s11RApPqNW8j_f1Vsi0hGwMed7opz4YiWTZL84guORIR27yOAvuRr51Gf22aIHedf2sGkJ71FkJsFfF5bPJAvc_jRqHfmbYVO/s1136/Sal%C3%A3o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="854" data-original-width="1136" height="420" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_v4PURjOBA2pbZVbK7wOksfu2MVf2WDoCIQeuDY0z1p7-RvPA4iK-mStyziIqgwzK8gkdW6z4bRR9LSwi5q-2c4WpUe9s11RApPqNW8j_f1Vsi0hGwMed7opz4YiWTZL84guORIR27yOAvuRr51Gf22aIHedf2sGkJ71FkJsFfF5bPJAvc_jRqHfmbYVO/w558-h420/Sal%C3%A3o.jpg" width="558" /></a></div>José
Eduardo Martins, um industrioso setubalense que muito contribuiu para o
desenvolvimento desta nossa cidade, ficou conhecido entre os seus conterrâneos
por Zé da Mota. O que se calhar poucos sabem é que este invulgar personagem teve
como primeira alcunha “Zé dos Quadradinhos”<o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 96%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 18.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; punctuation-wrap: simple; text-align: justify; text-autospace: none;"><span lang="PT" style="color: #44546a; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 96%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-themecolor: text2;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 96%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 18.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; punctuation-wrap: simple; text-align: justify; text-autospace: none;"><span lang="PT" style="color: #44546a; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 96%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-themecolor: text2;">Quando
era rapaz o gosto pelo cinema ocupava-lhe boa parte do tempo. O primeiro filme
que assistiu foi projetado num cinema improvisado no “Lago” (atual Largo José
Afonso) onde então já se realizava a Feira de Santiago. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 96%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 18.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; punctuation-wrap: simple; text-align: justify; text-autospace: none;"><span lang="PT" style="color: #44546a; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 96%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-themecolor: text2;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 96%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 18.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; punctuation-wrap: simple; text-align: justify; text-autospace: none;"><span lang="PT" style="color: #44546a; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 96%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-themecolor: text2;">A
partir de então começou a ir assistir aos filmes passados nos cinemas Salão ou
Casino.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 96%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 18.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; punctuation-wrap: simple; text-align: justify; text-autospace: none;"><span lang="PT" style="color: #44546a; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 96%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-themecolor: text2;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 96%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 18.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; punctuation-wrap: simple; text-align: justify; text-autospace: none;"><span lang="PT" style="color: #44546a; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 96%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-themecolor: text2;">Foi
nessa altura que lhe atribuíram a alcunha de “Zé dos Quadradinhos”. A razão da
alcunha prendia-se com o facto dos constantes esquemas que lhe vinham à mente,
não só para entrar todos os dias no cinema sem pagar bilhete, oferecendo-se
para ir à estação dos caminhos de ferro levantar as bobines dos filmes do dia
com o seu carrinho de mão. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 96%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 18.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; punctuation-wrap: simple; text-align: justify; text-autospace: none;"><span lang="PT" style="color: #44546a; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 96%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-themecolor: text2;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 96%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 18.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; punctuation-wrap: simple; text-align: justify; text-autospace: none;"><span lang="PT" style="color: #44546a; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 96%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-themecolor: text2;">Ora
como durante a projeção do filme era comum as peliculas se partirem o operador
do projetor tinha de cortar de 10 a 20 centímetros de cada lado da fita partida
antes de a colar com acetona para dar continuidade ao filme.<span style="mso-bidi-font-style: italic;"> <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 96%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 18.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; punctuation-wrap: simple; text-align: justify; text-autospace: none;"><span lang="PT" style="color: #44546a; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 96%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-font-style: italic; mso-themecolor: text2;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 96%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 18.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; punctuation-wrap: simple; text-align: justify; text-autospace: none;"><span lang="PT" style="color: #44546a; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 96%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-font-style: italic; mso-themecolor: text2;">As sobras de dez centímetros davam 20 quadradinhos
de fita com as figuras em cena e o rapaz combinado com o operador vendia ou
trocava esses quadradinhos, ou fitas como então eram conhecidos, desde 10 a 50
centavos conforme a proximidade da figura do Tio Mackhoi ou outras estrelas de
cinema desse tempo.</span><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span lang="PT" style="color: red; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 96%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"> </span></i><span lang="PT" style="color: #44546a; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 96%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-font-style: italic; mso-themecolor: text2;">Essas fitas eram vendidas aos colecionadores ou
trocadas, como hoje se faz com os cromos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 96%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 18.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; punctuation-wrap: simple; text-align: justify; text-autospace: none;"><span lang="PT" style="color: #44546a; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 96%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-font-style: italic; mso-themecolor: text2;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 96%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 18.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; punctuation-wrap: simple; text-align: justify; text-autospace: none;"><span lang="PT" style="color: #44546a; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 96%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-font-style: italic; mso-themecolor: text2;"><i>Rui Canas Gaspar</i><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="color: #44546a; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-font-style: italic; mso-themecolor: text2;">Troineiro.blogspot.com<br /></span><span lang="PT"><o:p></o:p></span></p>Rui Canas Gasparhttp://www.blogger.com/profile/13258454969940014050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-605991626915794540.post-35705783648419544832023-10-14T18:19:00.001+01:002023-10-14T18:19:06.070+01:00<p> </p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br /></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span lang="PT" style="font-family: "Arial",sans-serif;">A antiga casa da Quinta do Quadrado<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Arial",sans-serif;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQAs4EXCEqaMAHF0dBgvzUkMj48lNVf87WNfls_B1Z3lLNzuvJpDuM6r3gf78eGVHf7nOd3UgzH9USp8DnWK1IZBjQK2YOiTFD0Lf_HJWq3yCmmONEFzb2aTBUdfx392yQ3S-V4qq3GX5Xn6AO75MzvsgwfK1F9HJc7DknEryNhFUxPJmh6l0E86yPYMoK/s3175/quinta%20do%20quadrado%20casa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2093" data-original-width="3175" height="312" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQAs4EXCEqaMAHF0dBgvzUkMj48lNVf87WNfls_B1Z3lLNzuvJpDuM6r3gf78eGVHf7nOd3UgzH9USp8DnWK1IZBjQK2YOiTFD0Lf_HJWq3yCmmONEFzb2aTBUdfx392yQ3S-V4qq3GX5Xn6AO75MzvsgwfK1F9HJc7DknEryNhFUxPJmh6l0E86yPYMoK/w473-h312/quinta%20do%20quadrado%20casa.jpg" width="473" /></a></div><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Arial",sans-serif;"><br /></span></p>Quando começou a ser elaborado o plano do Parque Urbano da
Varzea subsistiam três antigas casas das quintas que por ali haviam e que era
suposto serem utilizadas como estruturas de apoio à nova zona verde.<o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Arial",sans-serif;">As instalações da Quinta <br /> do Paraízo, junto aos
campos de jogos, sofreram um incêndio e ficaram praticamente só com as paredes
exteriores de pé. A casa da Quinta da Azeda (junto ao mirante) foi igualmente
alvo de incêndio e poucos dias depois era completamente demolida. Das três chegou
até aos nossos dias a casa da Quinta do Quadrado.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Arial",sans-serif;">Aquando da apresentação do plano geral do novo parque, no
Forum Municipal Luisa Todi, <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>a então presidente
da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira, disse que aquela casa seria
utilizada no apoio ao parque servindo até como casa dos caseiros (guardas).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Arial",sans-serif;">Para dar melhor apresentação às instalações as mesmas foram
mandadas pintar exteriormente e a casinha da quinta ficou bem mais bonitinha e
com boa apresentação.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Arial",sans-serif;">Presentemente, e para nosso espanto, verificamos que a
mesma se encontra de portas e janelas escancaradas com degradação acentuada e não
será de admirar que um destes dias não tenhamos a notícia de que seguiu o mesmo
destino das duas outras.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Arial",sans-serif;">Por tudo isto seria avisado que a autarquia procedesse no
mais curto espaço de tempo à limpeza e emparedamento das instalações se é que
queremos que a antiga casa da Quinta do Quadrado fique no parque a representar
as antigas habitações dos nossos antepassados.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i><span lang="PT" style="font-family: "Arial",sans-serif;">Rui Canas Gaspar<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i><span lang="PT" style="font-family: "Arial",sans-serif;">Troineiro.blogspot.com<o:p></o:p></span></i></p>Rui Canas Gasparhttp://www.blogger.com/profile/13258454969940014050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-605991626915794540.post-50151887395569057422023-08-20T17:44:00.003+01:002023-08-20T17:44:22.235+01:00<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi06iWRdWiG2EHVkfCQircqKXn-nHJeK3OfCvUZ8it6061XPSm-Oo3LGEkM6PghIYxQS4PJ4kprs7rlq2HQT7hT5IsQqMOKkYMhgR81fpikJD7SWI4sstdAMInxFPnGwvncr1oe2BdMt2t2wVt7CNB4Chg3M8BMUVraUZxg3pYCF8831v8TV1l4dERyU9q-/s2671/Rui%20e%20pais.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1715" data-original-width="2671" height="307" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi06iWRdWiG2EHVkfCQircqKXn-nHJeK3OfCvUZ8it6061XPSm-Oo3LGEkM6PghIYxQS4PJ4kprs7rlq2HQT7hT5IsQqMOKkYMhgR81fpikJD7SWI4sstdAMInxFPnGwvncr1oe2BdMt2t2wVt7CNB4Chg3M8BMUVraUZxg3pYCF8831v8TV1l4dERyU9q-/w480-h307/Rui%20e%20pais.jpg" width="480" /></a></div><br /><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br /></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">A palavra convence mas o exemplo
arrasta <o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Naquele tempo a vida em Setúbal era bem difícil, os
pescadores trabalhavam muito e ganhavam pouco e os vendavais eram mais fortes <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>pondo frequentemente<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>em risco as suas vidas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">A devoção dos homens do mar ao Senhor Jesus do Bonfim materializava-se
por vezes com a oferta das mais diferentes dádivas em função da graça recebida.
Naquele tempo podia-se observar muitos quadros de arte naif bem como pequenas replicas
de barcos de pesca expostos numa das salas daquela vetusta capela.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Esta devoção acabaria por atravessar o Atlântico e rumar
à Bahia onde muitos brasileiros tem um carinho muito especial pelo Senhor Jesus
do Bonfim, graças a idêntica <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>imagem
levada de Setúbal para aquelas terras .<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Era tarde de domingo, Francisco e Benilde levando pela
mão o seu pequeno filho, vindos de Troino, atravessaram o amplo parque verde e dirigiram-se
à capela. Entraram reverentemente e a mãe levando pela mão o menino subiu por
uma <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>escada então existente nas traseiras
do altar de forma a chegar à base da imagem de Jesus crucificado. Nesse local
havia uma caixa de esmolas, onde a senhora entregou ao filho uma moeda de prata
para este depositar naquela caixa.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">O casal vinha agradecer e mostrar gratidão pelo facto de
naquela quinzena o pescador ter sido abençoado com invulgar pescaria e como
ganhou mais entendeu por bem também distribuir por intermédio da Igreja.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Provavelmente Francisco e Benilde partiram desta vida e
nunca pensaram que um gesto tão simples viria a marcar para sempre a maneira de
ser e de estar de seu filho. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Por vezes os gestos mais simples encerram grandes ensinamentos
que a voragem dos tempos não consegue fazer esquecer, daí que ainda hoje me
lembro desta passagem de vida, tendo para mim que a palavra convence mas o
exemplo arrasta.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Rui Canas Gaspar<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Troineiro.blogspot.com<o:p></o:p></span></p>Rui Canas Gasparhttp://www.blogger.com/profile/13258454969940014050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-605991626915794540.post-10156459742238847142023-07-13T14:41:00.002+01:002023-07-13T14:41:23.134+01:00<p> </p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br /></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Um dos últimos artesãos setubalenses<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUDcXycZKZQo6YkqtDUPaai_PuVxRHDAIbyrxUiP2cM_oujV7C7EkNLk97Fba4k8diO7R4Sc_xY5ntzDV4EFEdSr_sHpVbBttMINalH5DpE8SKV13dVt31jlMinkulGVNuo687oQfkVdSZ4e7pFRMh0YBa1HJaDhodUke6KLafPImmvvCxT8m1Imk7wNZQ/s3417/artes%C3%A3o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2751" data-original-width="3417" height="397" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUDcXycZKZQo6YkqtDUPaai_PuVxRHDAIbyrxUiP2cM_oujV7C7EkNLk97Fba4k8diO7R4Sc_xY5ntzDV4EFEdSr_sHpVbBttMINalH5DpE8SKV13dVt31jlMinkulGVNuo687oQfkVdSZ4e7pFRMh0YBa1HJaDhodUke6KLafPImmvvCxT8m1Imk7wNZQ/w492-h397/artes%C3%A3o.jpg" width="492" /></a></div><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;"><br /></span></p>Longe vão os tempos em que por Setúbal abundavam<br /> os
artesãos, pessoas bem talentosas que construíam pequenas réplicas de barcos,
normalmente de pesca, geralmente destinados aos filhos que com eles brincavam
nas poças de água que proliferavam pela cidade nos dias invernosos. Algumas
destas peças foram até oferecidos à igreja do Senhor Jesus do Bonfim como reconhecimento
por alguma graça recebida.<o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Presentemente os artesãos setubalenses são poucos e
seguramente com tendência para acabar. De entre eles, fomos encontrar Joaquim
Peixoto, prestes a completar 70 anos, nascido e criado em Setúbal que constrói
pequenas réplicas de barcos de pesca, nomeadamente das antigas canoas de
Setúbal ou dos moliceiros aveirenses.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">O simpático e bom conversador artesão aproveita o tempo
de Verão para expor e comercializar algumas das suas obras na Praça de Bocage,
porém os tempos para os portugueses não vão de feição, como o vento que enfuna
as velas dos seus barcos e, em cada seis vendas cinco são feitas para
estrangeiros.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Assim, os coloridos e bem elaborados barcos construídos
em Setúbal estão já em casas de americanos, franceses, brasileiros e até
israelitas de entre outros.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Curiosamente, foi precisamente uma cidadã do estado de
Israel que adquiriu um bonito moliceiro e, como estaria por Setúbal durante
alguns dias pediu que o artesão colocasse no barco o nome de Samuel e
desenhasse o símbolo do seu país, a estrela de David, pagando o valor pedido
pela peça e gratificando generosamente Joaquim pela sua simpatia.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Vale a pena conhecer este artesão e, se ama as coisas do
mar, pode sempre adquirir, enquanto ainda tem tempo, alguma bela peça produzida
artesanalmente em terras sadinas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Rui Canas Gaspar<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Troineiro.blogspot.com<o:p></o:p></span></i></p>Rui Canas Gasparhttp://www.blogger.com/profile/13258454969940014050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-605991626915794540.post-18481653485419174372023-06-18T14:07:00.002+01:002023-06-18T14:07:47.286+01:00<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjViUnIEFbhhUcPK3QuwAlstGirLlbb8n1swpsfKVsgguVYtzi14FJSHaBzz1XfRc5jZ-nYJCNxRA0vfOpseNKJK-Jv4nEPI7cboGRxT2So3ijzmo449rfN1fMGH4QqTPbh2SJbpXDIZZMm0l_svjiCnhG5bY2wnGadMVVNYEHlHFX_3Vnwr8zHrYte0g/s4000/mariana%20sacramento%20e%20conservas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="4000" data-original-width="3000" height="495" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjViUnIEFbhhUcPK3QuwAlstGirLlbb8n1swpsfKVsgguVYtzi14FJSHaBzz1XfRc5jZ-nYJCNxRA0vfOpseNKJK-Jv4nEPI7cboGRxT2So3ijzmo449rfN1fMGH4QqTPbh2SJbpXDIZZMm0l_svjiCnhG5bY2wnGadMVVNYEHlHFX_3Vnwr8zHrYte0g/w371-h495/mariana%20sacramento%20e%20conservas.jpg" width="371" /></a></div><br /><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br /></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">O inconfundível perfume de Mário Ledo<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Naqueles tempos difíceis, no início dos anos 50 do
passado século XX, a juntar à miséria que se vivia em boa parte da cidade de
Setúbal, Mariana adicionava ainda o facto de sua mãe ser cega e, como tal, apenas
com os seus tenros 13 anos ter de iniciar a sua vida laboral na indústria
conserveira.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Era ali no “lago” (Largo José Afonso) que funcionava a
Fábrica de Conservas Unitas, propriedade do carismático Mário Ledo e, foi nessa
unidade fabril, que a menina começou a trabalhar. Porém foi sol de pouca dura!...<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">No final do primeiro dia de trabalho o patrão estava a coloca-la
fora da fábrica dado que então só era permitido começar a trabalhar com 14 anos
e a jovem ainda estava com os 13. Mário Ledo fora enganado!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">À menina valeu-lhe a mestra que foi interceder junto do
patrão que teve em consideração o facto de Mariana ser parte importante da
ajuda financeira da pobre família residente numa casa abarracada no Viso e,
como tal, decidiu abrir exceção.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Mariana recorda o seu primeiro patrão como um homem de
trato algo rude, porém de bom coração e sobretudo um homem que se fazia
anunciar ainda antes de entrar na fábrica. É que Mário Ledo usava um tipo de perfume
de tal forma intenso que mal chegava à porta da fábrica era motivo para que se
passasse de imediato a palavra sobre a sua eminente entrada.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Os anos passaram, Mariana foi conhecendo e trabalhando em
várias fábricas de conservas de peixe das muitas que laboravam na nossa terra,
porém por muito que procurasse ao longo dos anos o que nunca mais veio a
encontrar foi o tal perfume que Mário Ledo usava e que deve ter ficado na
memória de muitas das operárias que saíam da sua fábrica com outro cheiro mais
desagradável e que eram alvo da rapaziada que lhes mandavam “piropos” bem menos
agradáveis.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Volvidos mais de sessenta anos sobre a sua entrada no
mundo laboral, esta setubalense fez-se retratar no Bairro dos Pescadores, junto
ao marco que assinala a indústria conserveira setubalense.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Rui Canas Gaspar<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Troineiro.blogspot.com<o:p></o:p></span></i></p>Rui Canas Gasparhttp://www.blogger.com/profile/13258454969940014050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-605991626915794540.post-30479332830776164212023-05-25T21:53:00.004+01:002023-05-25T21:53:38.555+01:00<p> </p><p class="MsoNormal"><br /></p>
<p class="MsoNormal"><b><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Tempos
de fartura de peixe em Setúbal<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRG0Bk4BGE57svV_s8V4icOK8AYojGByxWZukxFxO3WUTOmhdJmjmIGsOoGpGDHdWvJujUKbxU2FU52KbjTzj-tXgmgRqRI49jZgBv5XzhEX0yBpxabZBZwGL-2TuWMk8vvtkhNHea7JoQ8WQqvM2fM0qRdQFNdAb7c4yLDC3xKHHE7JjQrIHlRM3wWg/s3864/setubal%20doca%20cheia%20de%20barcos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2751" data-original-width="3864" height="355" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRG0Bk4BGE57svV_s8V4icOK8AYojGByxWZukxFxO3WUTOmhdJmjmIGsOoGpGDHdWvJujUKbxU2FU52KbjTzj-tXgmgRqRI49jZgBv5XzhEX0yBpxabZBZwGL-2TuWMk8vvtkhNHea7JoQ8WQqvM2fM0qRdQFNdAb7c4yLDC3xKHHE7JjQrIHlRM3wWg/w498-h355/setubal%20doca%20cheia%20de%20barcos.jpg" width="498" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Contavam
os antigos pescadores por altura dos anos 50 do passado século XX que o
principal motivo para o desaparecimento da fartura de sardinha, aqui na nossa
costa, prendia-se com a degradação dos fundos marinhos originada pelos
arrastões. <o:p></o:p></span><p></p>
<p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Anos
mais tarde uma nova “epidemia” se abateria sobre os homens do mar, que sem saberem
como começaram a capturar toneladas de “apara lápis” (pequeno peixe com bico
comprido) sem grande valor comercial, fazendo praticamente desaparecer a
sardinha que até então capturavam.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Com a
falta de matéria prima, as dezenas de fábricas de conserva começaram a fechar,
os barcos deixaram de ser rentáveis para os armadores e a profissão de pescador
tal como a das conserveiras em poucos anos praticamente ficou extinta.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Resta-nos
imagens como esta legada pelo grande Américo Ribeiro, neste caso mostrando-nos
dezenas de barcos carregados de peixe e grande azáfama junto à doca dos
pescadores.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><i><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Rui
Canas Gaspar<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Troineiro.blogspot.com<br /><o:p></o:p></span></i></p>Rui Canas Gasparhttp://www.blogger.com/profile/13258454969940014050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-605991626915794540.post-79298884844638537282023-05-07T20:07:00.004+01:002023-05-07T20:07:31.074+01:00<p> </p><br /><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br /></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">O Sr. Elias e a Ti Laura referências
de Troino </span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b><br /></b></span><b><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;"><o:p></o:p></span></b></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfvZm5zETT2xP3_kRmvViU4Et7q_jp5dUjfw0IWzyCJ1SC09TTnxcKvm8L0K0a7IyAcpo9KS-J1wKyzHH653q_IKxAuudFwhsffe5gotbihMGao7L9DzBERY8G66UTd0C53_dZocuVCM1bkBvyMeMID-B4fV9FKUPOGSs6hxSXt3xbb-tH1UT4xgVJwA/s1280/forno%20a%20lenha.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="285" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfvZm5zETT2xP3_kRmvViU4Et7q_jp5dUjfw0IWzyCJ1SC09TTnxcKvm8L0K0a7IyAcpo9KS-J1wKyzHH653q_IKxAuudFwhsffe5gotbihMGao7L9DzBERY8G66UTd0C53_dZocuVCM1bkBvyMeMID-B4fV9FKUPOGSs6hxSXt3xbb-tH1UT4xgVJwA/w507-h285/forno%20a%20lenha.jpg" width="507" /></a></div><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Foi a propósito de um post sobre os deliciosos bolos que
a Ti Laura confecionava e vendia à porta do antigo Grande Salão Recreio do
Povo, popularmente conhecido entre os antigos setubalenses simplesmente por “salão”,
que dei comigo a pensar no local onde eram cozidas aquelas delícias, que
passados tantos anos ainda não saíram da memória de muitos setubalenses.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">O forno a lenha alimentado por grandes ramagens de
pinheiro seco, era uma construção de alvenaria em forma de abóboda que ficava
mesmo em frente da casa da Ti Laura, na Rua Jacob Queimado, na padaria do Sr.
Elias, padaria que tinha portas de entrada na Rua do Queimado (como assim era designada
pelo pessoal do bairro de Troino) e Paulino de Oliveira.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Era também nesse seu forno, antes do mesmo arrefecer
depois de cozido o pão, <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>que o simpático e
solicito proprietário deixava a vizinhança assar umas batatinhas doces ou mesmo
torrar alguma farinha de trigo destinada a alimentação dos mais pequenos
troineiros, como acontecia lá em casa.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Guardo ainda na memória que era na padaria do Sr. Elias
que também se confecionava e comercializava o delicioso “pão espanhol”, mais
branco, mais fino, de sabor mais agradável, embora provavelmente não tão bom
para a saúde como seria aquele outro conhecido por “pão escuro”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Quer a Ti Laura, quer o Sr. Elias há muito que nos
deixaram, mas a sua memória ainda hoje perdura, volvidos tantos anos, na mente
e no coração de tantos e tantos troineiros que com estas personagens tiveram a
oportunidade de se cruzar na estrada da vida.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Rui Canas Gaspar<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Troineiro.blogspot.com <o:p></o:p></span></i></p>Rui Canas Gasparhttp://www.blogger.com/profile/13258454969940014050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-605991626915794540.post-45382369180882817062023-02-19T12:48:00.001+00:002023-02-19T12:48:10.440+00:00<p> </p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Bem
dizia frei Tomás, faz o que ele diz mas não faças o que ele faz<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmhwgKPvWszyPACiBycZVwWSu8ssl0rzNfce2oxaLI-G9ykLKPqP1IXteOECCDAqWcSO7tGk5UAovR5sIDs0zhdErnsZIBE2Vmyi_5BLTtfzUCiEHpNsFqwAJfPGtO-Rd8J4fJTVwAMcOCCcvnuyxzmZjxcLwQUUwEPwzKJ2WMoiiFoJA_BmUCx8KwvA/s480/convento%20de%20s%C3%A3o%20francisco.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="347" data-original-width="480" height="462" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmhwgKPvWszyPACiBycZVwWSu8ssl0rzNfce2oxaLI-G9ykLKPqP1IXteOECCDAqWcSO7tGk5UAovR5sIDs0zhdErnsZIBE2Vmyi_5BLTtfzUCiEHpNsFqwAJfPGtO-Rd8J4fJTVwAMcOCCcvnuyxzmZjxcLwQUUwEPwzKJ2WMoiiFoJA_BmUCx8KwvA/w640-h462/convento%20de%20s%C3%A3o%20francisco.jpg" width="640" /></a></div>No dia 15 de dezembro
de 1963, alguns moradores acordam sobressaltados, com as primeiras grandes
pedras de parte das antigas muralhas que protegiam a cidade de Setúbal, a
desabar sobre o prédio onde residiam, na Rua das Oliveiras, no bairro de
Troino.<o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Felizmente a
ocorrência não causou vítimas embora algumas habitações ficassem sem condições
de habitabilidade. Os bombeiros chamados a socorrer os moradores mandaram
evacuar de imediato o edifício, temendo novo e maior desmoronamento da muralha,
o que de facto veio a suceder nas horas subsequentes.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">O Governo Civil de
Setúbal apressou-se a socorrer os moradores, facilitando o alojamento das famílias
afetadas por esta ocorrência. Cedeu então, temporariamente, uma ala do primeiro
andar do velho convento de São Francisco até que as mesmas conseguissem com os
seus próprios meios arrendar novas casas. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">O convento
encontrava-se nessa altura a servir de instalações de apoio ao Regimento de
Infantaria 11 que o utilizava, sobretudo como paiol e depósito de armamento. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Neste ano de 1963
ainda ali podiam ser vistos alguns cavalos do exército. Constatava-se também a
existência, nas cavalariças, de algumas antigas galeras de transporte, bem como
diversos apetrechos hípicos usados pelos militares.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">As famílias
desalojadas ainda estiveram naquelas instalações, do então Ministério do
Exército, por um período de cerca de dois anos até que com os seus próprios
meios encontraram novas habitações, no vizinho bairro de Troino de onde eram
oriundas. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Uma década mais
tarde, em 1975, o velho convento, que entretanto tinha sido abandonado pelos
militares, viria a ser de novo ocupado por civis, quando chegaram a Portugal
centenas de milhares de pessoas retornadas do Ultramar, especialmente de
Angola, fugidas à guerra civil que deflagrou imediatamente após a
descolonização.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">A ocupação das
instalações manteve-se por mais de vinte anos e a comunidade composta por 170
pessoas que ali habitou tornou-se bastante fechada, até que, em 18 de outubro
de 1996, o primeiro-ministro António Guterres, assinou um protocolo, no âmbito
do Programa Especial de Realojamento nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto,
para o realojamento das 61 famílias, que ali viviam miseravelmente. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">De então para cá
pouco ou nada se fez pelo aproveitamento das vetustas instalações, onde depois
de reconvertidas poderiam transformar-se numas dezenas de apartamentos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Quando agora se
anuncia que o Estado se prepara para legislar no sentido de dar aproveitamento
a casas particulares desocupadas a questão que se põe é porque é que os nossos
governantes não começam por dar o exemplo e recuperar para colocar no mercado
de arrendamento as suas próprias casas devolutas de que é exemplo em Setúbal o
antigo convento de São Francisco bem como a meia dúzia de blocos entretanto construídos
e desocupados e onde se gastou milhões de euros? <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Bem dizia Frei Tomás, faz o que ele diz mas
não faças o que ele faz.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><i><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Rui Canas Gaspar<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Troineiro.blogspot.com<br /></span><span lang="PT"><o:p></o:p></span></i></p>Rui Canas Gasparhttp://www.blogger.com/profile/13258454969940014050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-605991626915794540.post-726736758607428132022-12-14T23:11:00.006+00:002022-12-14T23:11:59.764+00:00<p> </p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br /></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;"><b>No Rio Sado até laranjas se “pescavam” </b></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b><br /></b></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;"><b></b></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><b><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIdefMJzWeQoi8PAm9o1Ag_ejykVxIYOE5SdA7DBMc373sDUqoLLNk7rLfR83vjgsh2g3tJrWRR6jatkpZmCFheGyMid3B3KJ5brf5v3hPImSimGPWwHYWANOYS9srQIGREUiqzzg_9gkx21EbawJFgsWlMxDJNdF8qE4Cl2FspRGqLQgRVDx5I0sdeA/s480/laranjas.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="320" data-original-width="480" height="311" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIdefMJzWeQoi8PAm9o1Ag_ejykVxIYOE5SdA7DBMc373sDUqoLLNk7rLfR83vjgsh2g3tJrWRR6jatkpZmCFheGyMid3B3KJ5brf5v3hPImSimGPWwHYWANOYS9srQIGREUiqzzg_9gkx21EbawJFgsWlMxDJNdF8qE4Cl2FspRGqLQgRVDx5I0sdeA/w468-h311/laranjas.JPG" width="468" /></a></b></div><o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Acontecia que até por volta dos anos 60 do passado século
XX, os dias de vendaval se já por si eram maus, por outro lado representavam
uma janela de oportunidade para alguns. É que o vento soprando forte fazia cair
das muitas laranjeiras da várzea os seus deliciosos frutos que acabavam por ser
arrastados para a Ribeira do Livramento pelas águas das chuvas que buscavam o
caminho do Sado.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Alguns homens do mar, sobretudo os mais jovens, dedicavam-se
então, nesses dias de mau tempo, à “pesca” não de peixes no seu rio azul ou na
costa oceânica, mas sim das famosas laranjas de Setúbal ali mesmo no rio, junto
à muralha.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">O ribeiro, que a partir da zona do Bonfim se encontra
encanado, vem desaguar ao Rio Sado, quase junto à Doca do Clube Naval
Setubalense e era aí que, encharcados até aos ossos, alguns pobres
setubalenses, de xalavar na mão, tentavam apanhar os frutos que ali chegavam
arrastados, em grande quantidade, pela forte corrente.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">As sacas de sarapilheira ficavam então, em pouco tempo,
cheias de laranjas e logo eram colocadas às costas daqueles fortes homens que
descalços e curvados sob o peso da carga, lá iam rua fora anunciando
ruidosamente seu valioso e fresco produto.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Rui Canas Gaspar<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;"><br /><o:p></o:p></span></p>Rui Canas Gasparhttp://www.blogger.com/profile/13258454969940014050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-605991626915794540.post-11782173259881212262022-10-29T22:45:00.003+01:002022-10-29T22:45:44.955+01:00<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2gmtXqDMH8zPRxL4FkTbN73gBmY5n8laJ-ZwCHpaUQfnr1Bcjnr8j4sO7hcDnUb0bPpXEX21wPdJQzImIHXBD49cfDvc7JYlURQPjvkp0eCrz--PoWviNTcRZVSgRuFJJGLM6YdI7nMidZp8IPtNMzWCpHme-zPj-lQA_rKM6CXNPA4d9GZEazaZGjw/s480/Rui%20com%20o%20sado.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="426" data-original-width="480" height="361" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2gmtXqDMH8zPRxL4FkTbN73gBmY5n8laJ-ZwCHpaUQfnr1Bcjnr8j4sO7hcDnUb0bPpXEX21wPdJQzImIHXBD49cfDvc7JYlURQPjvkp0eCrz--PoWviNTcRZVSgRuFJJGLM6YdI7nMidZp8IPtNMzWCpHme-zPj-lQA_rKM6CXNPA4d9GZEazaZGjw/w407-h361/Rui%20com%20o%20sado.jpg" width="407" /></a></div> <span style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: inherit; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">Gosto de observar, de trabalhar, de ler e até de escrever, de entre outras coisas, tendo publicado o primeiro texto no Jornal O SETUBALENSE naquele distante dia 25 de setembro de 1967, um artigo de opinião com o título "Setúbal tem campistas mas não pode fazer campismo".</span><p></p><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Porque esta semana estive na gráfica para preparar o mais recente trabalho para impressão e porque iniciei com ele um novo ciclo de ISBN fui fazer um apanhado aos trabalhos já editados ficando surpreendido com <span style="font-family: inherit;"><a style="color: #385898; cursor: pointer; font-family: inherit;" tabindex="-1"></a></span>o facto de desde 2011 ter editado trabalhos literários todos os anos, conforme lista anexa.</div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">LIVROS EDITADOS</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">- Portugal – O Farol da Europa 978-989-97315-0-9 (maio 2011)</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">- África Mórmon 978-989-97315-1-6 (outubro 2011)</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">- Aventuras de Escuteiro – Contadas por quem as viveu 978-989-97315-2-3 (dezembro 2011)</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">- Arrábida Desconhecida 978-989-97315-3-0 (junho 2012)</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">- Barco EVORA – O Velho Senhor do Tejo 978-989-97315-4-7 (dezembro 2012)</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">- Movidos Pela Fé 978-989-97315-6-1 (dezembro 2013)</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">- Setúbal – Gente do Rio Homens do Mar 978-989-99046-0-6 (setembro 2014)</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">- Histórias Coisas e Gentes de Setúbal 978-989-99046-1-3 (outubro 2015)</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">- Mistérios da Arrábida 978-989-97315-5-4 (junho 2016)</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">- TROIA – Um Tesouro por Descobrir 978-989-99046-2-0 (novembro 2016)</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">- SADO 978-989-99046-3-7 (junho 2017)</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">- A ÚLTIMA FRONTEIRA – Várzea de Setúbal 978-989-99046-4-4 (março 2018)</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">- Ajudamos a Desenvolver Setúbal 978-989-99046-6-8 (dezembro 2019)</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">- Palácio Feu Guião – A Fénix Renascida 978-989-53839-0-0 (Novembro 2022)</div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Coautoria </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">- Templo Portugal (Janeiro 2020) -Rui Canas Gaspar, António Paramés, José Sá Barros-</div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Biografias</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">- Francisco Finura (Outubro 2014)</div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Monografias</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">- Preparemo-nos para a Ação ( Outubro 2021)<br /></div></div>Rui Canas Gasparhttp://www.blogger.com/profile/13258454969940014050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-605991626915794540.post-41724727765269133312022-10-29T11:52:00.006+01:002022-10-29T11:52:54.842+01:00<p> <span style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: inherit; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">Setúbal na História ou histórias de Setúbal ( 244) </span></p><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Conhecendo um pouco do impulsionador do Convento de Brancanes</div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihwN2aXeAp5elmVu7h4m7v43oX9Qz0urbaJpv2yl1Wz-D0Q02PCgfPO9h-iCRHGg8KlwcrqljDy3sg5YTRfOj9DRqC0QvXz_Tdfuf2p07DgRguo5sju8iSvEnwjcPS5xbC0bK1GBL2-ZTK_GO3Jms7b-2Xll5XyIrrkJGDkujqAIYImgNihiuG76rMPw/s1018/Set%C3%BAbal%20convento%20brancanes.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="634" data-original-width="1018" height="405" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihwN2aXeAp5elmVu7h4m7v43oX9Qz0urbaJpv2yl1Wz-D0Q02PCgfPO9h-iCRHGg8KlwcrqljDy3sg5YTRfOj9DRqC0QvXz_Tdfuf2p07DgRguo5sju8iSvEnwjcPS5xbC0bK1GBL2-ZTK_GO3Jms7b-2Xll5XyIrrkJGDkujqAIYImgNihiuG76rMPw/w652-h405/Set%C3%BAbal%20convento%20brancanes.jpg" width="652" /></a></div>O Verão começara há apenas quatro dias e, naquele 25 de junho de 1631 uma senhora de origem irlandesa, esposa de fidalgo e juiz português, transpirava profusamente na sua confortável casa da Vidigueira. Poucos minutos depois, ela estaria a dar à luz uma criança do sexo masculino.</div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Para <span style="font-family: inherit;"><a style="color: #385898; cursor: pointer; font-family: inherit;" tabindex="-1"></a></span>que a criança fosse conhecida e diferenciada entre as demais foi-lhe colocado o nome de António da Fonseca Soares. Ela cresceu naquela terra de gente do campo sendo alvo de todos os cuidados próprios da sua condição social.</div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">O rapaz desenvolveu-se, correndo livremente pelos campos e brincando naquela terra alentejana até que um dia seria enviado para a grande cidade a fim de estudar em Évora, no Colégio dos Jesuítas.</div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Os estudos seriam abruptamente interrompidos, quando António com apenas 18 anos tomou conhecimento do falecimento do pai, tendo então regressado à sua Vidigueira natal.</div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Não ficou por muito tempo! O país estava em plena Guerra da Restauração, opondo o reino de Portugal à vizinha Espanha e o jovem logo tratou de se alistar no Exército Português onde uma carreira promissora o esperava, não fossem os seus excessos, fruto de um temperamento impetuoso.</div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">O despertar dos sentidos para as questões amorosas e para a poesia levaram-no a envolver-se nas mais diversas discussões e aventuras. Uma dessas acabou por correr mal obrigando-o em 1653 a fugir para o Brasil, quando tinha apenas 22 anos de idade. Ele ferira de morte, em duelo, um adversário.</div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Depois de ter passado três anos na Baía, o jovem alentejano regressou a Portugal e, embora sem ter alterado o seu modo de vida a leitura de um texto de Frei Luís de Granada despertou-lhe o interesse para os assuntos da fé e de Deus.</div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Já em terras lusas, quando corria o ano de 1656 António volta de novo a participar naquela interminável guerra que durou 28 anos (1640 a 1668). E, porque se tratava de um jovem de reconhecida coragem e valor, foi em Setúbal que viria a ser promovido à patente de capitão.</div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Mas, contava ele 31 anos de idade quando em maio de 1662, decide dar uma volta completa à sua vida repleta de aventuras e experiências. Abandonou a carreira militar para se dedicar à vida religiosa, ingressando na Ordem de São Francisco, em Évora.</div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">A partir desse momento o então conceituado capitão António da Fonseca Soares despe o garboso uniforme militar e passa a envergar o hábito simples de frade franciscano, passando a assumir a identidade de Frei António das Chagas, ou Padre António da Fonseca, nomes porque ficaria conhecido entre o povo.</div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">E foi precisamente graças às diligências de Frei António das Chagas, contando com o alto patrocínio do rei D. Pedro II, que no dia 27 de junho de 1682, em Brancanes, a noroeste de Setúbal, a meia encosta de uma pequena colina desta vila de pescadores e salineiros que seria lançada a primeira pedra para a construção do edifício do Seminário para Missionários Apostólicos de Nossa Senhora dos Anjos.</div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: #242526; color: #e4e6eb; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Rui Canas Gaspar<br /></div></div>Rui Canas Gasparhttp://www.blogger.com/profile/13258454969940014050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-605991626915794540.post-32863610892632565022022-07-27T22:22:00.004+01:002022-07-27T22:22:49.418+01:00<p> </p><p class="MsoNormal"><i><span lang="PT"><b>Para quando um monumento aos antigos combatentes
das guerras coloniais erigido em Setúbal?</b><o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0LWSER_EtCWzE6gFARrCWpIztxqTxiu2N6C8uFrqhVxNoOt-VdZEYlPEfsv-kx2Jb4sb5tpzRDlXKTXwlMh1QcOPsFyc6vaOGbfgFqn-fUadruGwInDh4hDveh0zUAHOFSkHnolL7SB2Hd-vH_aqEO2uxlJiFOc4rDyn-QaimTUvyzNKc_nGEd-u3vA/s2596/rui%20na%20Guin%C3%A9.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2596" data-original-width="1965" height="450" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0LWSER_EtCWzE6gFARrCWpIztxqTxiu2N6C8uFrqhVxNoOt-VdZEYlPEfsv-kx2Jb4sb5tpzRDlXKTXwlMh1QcOPsFyc6vaOGbfgFqn-fUadruGwInDh4hDveh0zUAHOFSkHnolL7SB2Hd-vH_aqEO2uxlJiFOc4rDyn-QaimTUvyzNKc_nGEd-u3vA/w340-h450/rui%20na%20Guin%C3%A9.jpg" width="340" /></a></div><i><span lang="PT"><p class="MsoNormal"><i><span lang="PT"><br /></span></i></p>Pouco passava das oito da manhã quando o
telefone tocou e do outro lado a inconfundível voz do meu velho amigo Ricardo
Seromenho logo perguntou:<o:p></o:p></span></i><p></p>
<p class="MsoNormal"><i><span lang="PT">- É pá, tás bom? Sabes que dia é hoje?<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><span lang="PT">- Quarta-feira, dia 27 de julho, respondi<br /><o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><span lang="PT">- Faz hoje 52 que morreu o Salazar – Diz-me
o Ricardo.<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><span lang="PT">- Queres tu dizer que faz hoje 52 anos que
partimos para a Guiné para a Guerra Colonial.<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><span lang="PT">O Ricardo é melhor que os avisos do Facebook
e faz questão de me telefonar para recordar datas marcantes da nossa vida rica
em aventuras ocorridas na nossa juventude.<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><span lang="PT">De facto nesta data este setubalense <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>embarcou com centenas de outros jovens e a
bordo do navio Bragança rumo a Bissau, enquanto eu, no mesmo dia seguia o mesmo
trajeto a bordo do navio de carga “Ana Mafalda” com mais um pequeno punhado de
militares destacados para rendição individual de outros camaradas.<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><span lang="PT">Com a morte do ditador ainda alimentamos
esperança de que os barcos não seguissem para aquele território africano, porém
nem isso obstou a que fosse cumprida a missão que nos destinaram e que levou a
que muitos jovens por lá ficassem mortos ou de lá viessem com sequelas mais ou
menos graves no corpo e na alma.<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><span lang="PT">Passado mais de meio século ainda por cá
andam muitos desses jovens a quem o governo de então obrigou a ir combater para
terras distantes sem que volvido todo este tempo pouco ou nada a Nação tenha
reconhecido o seu esforço e sacrifício.<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><span lang="PT">Erigir um monumento aos setubalenses que
foram obrigados a ir combater para terras de África, num local de destaque do
concelho, seria o mínimo que se poderia fazer para honrar a memória daqueles
que foram obrigados a deixar namoradas, esposas e mães, sendo que alguns destes
nossos conterrâneos não voltaram de lá com vida.<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><span lang="PT">Rui Canas Gaspar<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><span lang="PT">Troineiro.blogspot.com<o:p></o:p></span></i></p>Rui Canas Gasparhttp://www.blogger.com/profile/13258454969940014050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-605991626915794540.post-4523581768253621382022-07-27T16:14:00.003+01:002022-07-27T16:14:42.110+01:00<p> </p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 14.5pt; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;"><br /></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 14.5pt; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;"><b><span lang="PT" style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-color-alt: windowtext; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">A sorte perseguia-me na Feira de Santiago </span></b></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 14.5pt; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b><br /></b></span><b><span lang="PT" style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-color-alt: windowtext; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"></span></b></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><b><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjFy7deUNbSkqOTXXKt16BHdOf-I7NHz-_wZOCf7MTsg0HDG3Ofe15qO9QQWKrAQ0imOQPp-m_KXeqqSmqGpt87MGLUOyX_KT76wi_zA744b2ThHbMEvR1dUm_QNWMni8RA35Ss3t5D1qg-EmX-GQLIuxyG9tkCQzfGHL5BPsZxenmVHhsmIN-0vwsjxg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="567" data-original-width="420" height="456" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjFy7deUNbSkqOTXXKt16BHdOf-I7NHz-_wZOCf7MTsg0HDG3Ofe15qO9QQWKrAQ0imOQPp-m_KXeqqSmqGpt87MGLUOyX_KT76wi_zA744b2ThHbMEvR1dUm_QNWMni8RA35Ss3t5D1qg-EmX-GQLIuxyG9tkCQzfGHL5BPsZxenmVHhsmIN-0vwsjxg=w338-h456" width="338" /></a></b></div><b><br /></b><b><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></b><p></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 14.5pt; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-color-alt: windowtext; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Ainda criança e morando em Troino, bem perto da Avenida Luiza Todi, local
onde então se realizava a Feira de Santiago certo dia decidi ir passear até ao
popular recinto.</span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 14.5pt; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-color-alt: windowtext; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Ali chegado e depois de dar algumas voltas pelo espaço de terra batida abeirei-me
de uma daquelas simpáticas barracas onde a troco de alguns centavos se puxava
de um molhe, um cordelinho, de onde surgiria um número correspondente a um dos prémios
expostos.</span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 14.5pt; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-color-alt: windowtext; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Eu não tinha dinheiro (coisa normal para aquela época) por isso abeirei-me
de um adulto que se preparava para tentar a sorte e disse-lhe: Vai sair-lhe
aquela Nossa Senhora de Fátima, uma estatueta de barro pintado.</span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 14.5pt; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-color-alt: windowtext; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">O homem pagou, puxou o cordel e saiu-lhe mesmo a tal estatueta e tão
estupefacto ficou que me ofereceu o prémio.</span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 14.5pt; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-color-alt: windowtext; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Anos mais tarde, já casado não poderia, como agora, faltar à Feira de
Santiago.</span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 14.5pt; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-color-alt: windowtext; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">As tais barraquinhas tinham evoluído e agora os prémios eram atribuídos
onde a roleta parasse e, apontasse o número correspondente.</span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 14.5pt; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-color-alt: windowtext; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Por tradição, sempre que lá ia tentava a sorte comprando a rifa e todos os
anos me saía prémio.</span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 14.5pt; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-color-alt: windowtext; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">E, acreditem ou não, foi graças a essas rifas que consegui um triciclo para
as crianças, uma caixa térmica, uma tábua de passar a ferro, um conjunto de
panelas e sei lá que mais…</span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 14.5pt; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-color-alt: windowtext; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Deixei de comprar as rifas na altura em que olhava para os prémios e dizia
para a minha esposa que não valia a pena porque já tínhamos aquelas coisas,
imaginem!...</span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 14.5pt; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-color-alt: windowtext; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Acho que isto é herança de família porque já o meu avô materno, Artur
Canas, lhe saiu numa rifa da feira um valioso relógio, uma peça comemorativa do
centenário da conceituada fábrica de cerâmica Vista Alegre, o qual guardo como
saudosa lembrança. </span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 14.5pt; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;"><i><span lang="PT" style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-color-alt: windowtext; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Rui Canas Gaspar</span></i><i><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 14.5pt; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;"><i><span lang="PT" style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-color-alt: windowtext; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Troineiro.blogspot.com</span></i><i><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></i></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 14.5pt; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;"><i><span lang="PT" style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-color-alt: windowtext; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">2022-07-27</span></i></p>Rui Canas Gasparhttp://www.blogger.com/profile/13258454969940014050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-605991626915794540.post-92165281601668872032022-05-25T19:16:00.001+01:002022-05-25T19:16:18.006+01:00<p> </p><p align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 98%; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: center; text-autospace: none;"><b><span lang="PT" style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 26.0pt; line-height: 98%;"><o:p> </o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br /></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span lang="PT" style="color: #002060; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Relembrando o saudoso e único Francisco Finura<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; color: #002060; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoyXdnrAZ2q7VhrlhM7KHgqlOQ9WJQmflIqozA_uW11CKr0sEawvsAPQMzLYH_kzDsI8Ih99FUkuUTHhukJRqkoATEP-Cj-wX6_-4F9RWq32gtsbU4mM1hBkgfX304JofKx3jQhpyjOJAZqcCSHHnASdjtDquJ7zJmHlKY5re5XKSV23aCvbGKvXqNKg/s480/finura%20na%20biciclete.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="320" height="397" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoyXdnrAZ2q7VhrlhM7KHgqlOQ9WJQmflIqozA_uW11CKr0sEawvsAPQMzLYH_kzDsI8Ih99FUkuUTHhukJRqkoATEP-Cj-wX6_-4F9RWq32gtsbU4mM1hBkgfX304JofKx3jQhpyjOJAZqcCSHHnASdjtDquJ7zJmHlKY5re5XKSV23aCvbGKvXqNKg/w264-h397/finura%20na%20biciclete.jpg" width="264" /></a></div>De
cachimbo preso ao canto da boca e barba à “Popey”, vestido com o fato-macaco
azul, donde sobressaía do bolso superior um vistoso e impecável lenço, imaculadamente
branco, era assim que este setubalense de múltiplos talentos geralmente se
apresentava em público. <o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Não é
pois de admirar que graças à sua postura e popularidade tivesse despertado a
atenção de famosos e talentosos fotógrafos e pintores setubalenses, nomeadamente
Américo Ribeiro, Baptista, Maurício de Abreu e Rogério Chora, que tão bem
captaram a sua imagem, a qual ficaria gravada para a posteridade graças a estes
artistas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Francisco
Finura, geralmente fazia-se transportar pelas ruas de Setúbal numa singular
bicicleta, fabricada por si, afirmando ser este o modelo mais adequado,
porquanto considerava que “o bom ciclista devia pedalar com a perna esticada”. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">O
velocípede tinha um guiador alto, um travão ligado à roda traseira o que lhe
permitia com mais facilidade fazer demonstrações de perícia sobre as duas
rodas, podendo também andar para a frente e para trás, graças ao carreto preso.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">De
tronco direito, peito saliente, compleição atlética, com pronúncia onde o erre
era bem vincado, a forma de falar tão característica dos setubalenses
residentes naquela zona da cidade, “Finuras” não passava despercebido onde quer
que estivesse e, entre a rapaziada daqueles bairros populares a sua figura
exercia particular atração e admiração não só devido à distinta pose mas sobretudo
às suas diversas atividades.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">E que
dizer de mais de uma centena de pessoas que salvou de morrerem afogadas? Trinta
e uma delas foram oficialmente contabilizadas o que lhe valeu o reconhecimento
e condecoração do Instituto de Socorros a Náufragos. Só de uma vez conseguiu
salvar meia dúzia de pessoas ao largo da Praia de Albarquel e, com a ajuda de
um remo, içá-las para bordo de um barco. “Parecia um cacho de uvas!...”
comentou ele no início dos anos 70 do século XX, no decurso de uma entrevista
ao programa televisivo “25 milhões de portugueses”.<span style="color: #002060;"><o:p></o:p></span></span></p>
<br /><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br /></p>Rui Canas Gasparhttp://www.blogger.com/profile/13258454969940014050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-605991626915794540.post-79031408420657114672022-05-07T14:06:00.004+01:002022-05-07T14:06:51.309+01:00<p> </p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br /><br /></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Um valioso prémio sorteado na Feira de
Santiago </span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b><br /></b></span><b><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;"><o:p></o:p></span></b></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><b><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiNTatUVA1HA8W8vyOUmnVfFwYX6qD4S_18BXBLsfAZHyZASPLjn1DpjCqDvMSZ9qNOd4TnCPAGiEYLjJmirbQwOF-539yNLAhDU9Zz5ZelVTyfi1sS0KbJdM2JkUJTBXvnxBWbbsMEEwOuUWx8Y7kb3IX8HGH5_6sorod_HnHKpgkt5_5x5Ed4qNaF0g" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="960" data-original-width="750" height="486" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiNTatUVA1HA8W8vyOUmnVfFwYX6qD4S_18BXBLsfAZHyZASPLjn1DpjCqDvMSZ9qNOd4TnCPAGiEYLjJmirbQwOF-539yNLAhDU9Zz5ZelVTyfi1sS0KbJdM2JkUJTBXvnxBWbbsMEEwOuUWx8Y7kb3IX8HGH5_6sorod_HnHKpgkt5_5x5Ed4qNaF0g=w381-h486" width="381" /></a></b></div><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Naquele ano de mil novecentos e vinte e qualquer coisa o
jovem pescador setubalense Artur Canas, quando a noite refrescava, em Agosto, saiu
de sua casa no Bairro de Troino e foi até à Feira de Santiago para se divertir um
pouco.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Naquele tempo, na feira, para além das habituais
diversões, existiam várias barracas onde os visitantes podiam comprar rifas na
esperança de lhes sair algum interessante prémio.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Artur decidiu testar a sua sorte e, para seu espanto, ao
desembrulhar o papelinho verificou que o número inscrito correspondia a um bom
prémio. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Imagine-se que, numa altura em que não seriam muitos os
pescadores que dispunham de relógio foi precisamente um que calhou em sorte a
este setubalense. Porém, não se tratava de um relógio de pulso, mas sim de uma bela
peça de cerâmica, com cerca de 15 cm de altura, em forma de casinha.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">O pescador, bastante contente com a sua sorte, acabaria
por levar o relógio para bordo do barco de pesca, onde lhe fez companhia ao
longo de anos, até que os salpicos de água salgada danificaram a máquina
tornando-a inoperacional.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Mas, porque a peça era bem bonita, mesmo sem a mesma funcionar,
ficou a servir lá em casa como motivo decorativo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Os anos passaram, Artur e sua esposa faleceram, a peça de
cerâmica passou para a filha que também viria a falecer e esta lembrança
acabaria por ficar ao seu neto Rui.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">O curioso é que, bem visível, na base da peça está o
símbolo da mais prestigiada fábrica de cerâmica portuguesa, a Vista Alegre e,
como se isso não fosse suficiente ali está igualmente inscrito “centenário 1824
– 1924” ou seja uma rara peça comemorativa do primeiro centenário desta
instituição que em breve fará 200 anos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Era assim a Feira de Santiago, naqueles tempos em que eram
colocadas para sorteio peças verdadeiramente interessantes e até valiosas ao
invés dos peluches e plásticos com que hoje nos brindam.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Anos mais tarde calhar-me-ia a mim herdar a tradição de
ser o feliz contemplado com diferentes prémios nas barracas de roleta na Feira
de Santiago quando esta se realizava na Avenida Luísa Todi, e raro era a vez
que comprava rifas e não me saíam prémios, mas nunca por lá vi algo de valor tão
significativo como aquele prémio com que o meu avô Artur Canas foi bafejado.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Rui Canas Gaspar <o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Troineiro.blogspot.com<o:p></o:p></span></i></p>Rui Canas Gasparhttp://www.blogger.com/profile/13258454969940014050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-605991626915794540.post-86265456877285408762022-03-28T23:16:00.001+01:002022-03-28T23:16:47.373+01:00<p> </p><p class="MsoNormal"><strong><span lang="PT" style="background: #EEEECC; color: #336666; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; font-size: 9.5pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-theme-font: minor-bidi;"><o:p> </o:p></span></strong></p>
<p class="MsoNormal"><strong><span lang="PT" style="background: rgb(238, 238, 204); color: #336666; line-height: 107%;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"></span></span></strong></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><strong><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOfVfY-r6yVDzn2kvzOKQ-69Fk3aB7YWRegFFVXSh4bYoYNRHEf2yX3l0unC4_RytK_1gpMF_eywzPGPM50QwQl97N8bcztAXgD3-AJerk1p1WPopnI42Pe-0sn5SlIT4f-tIvaKKYI1KsO6bUAzHPpLLn5XaG2Wj8-B99ueWgKYILYH3rskKRBPB7Og/s3493/Evita.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="3493" data-original-width="2423" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOfVfY-r6yVDzn2kvzOKQ-69Fk3aB7YWRegFFVXSh4bYoYNRHEf2yX3l0unC4_RytK_1gpMF_eywzPGPM50QwQl97N8bcztAXgD3-AJerk1p1WPopnI42Pe-0sn5SlIT4f-tIvaKKYI1KsO6bUAzHPpLLn5XaG2Wj8-B99ueWgKYILYH3rskKRBPB7Og/s320/Evita.jpg" width="222" /></a></span></strong></div><strong><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><br />Evita esteve
em Setúbal<o:p></o:p></span></strong><p></p>
<p class="MsoNormal"><strong><span lang="PT" style="background: rgb(238, 238, 204); color: #336666; line-height: 107%;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Viveu apenas
33 anos, entre 1919 e 1952, odiada por uns, idolatrada por outros Evita foi uma
referência não só para os argentinos mas também um pouco para todo o mundo.<o:p></o:p></span></span></strong></p>
<p class="MsoNormal"><strong><span lang="PT" style="background: rgb(238, 238, 204); color: #336666; line-height: 107%;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">A linda canção
Don’t Cry For Me Argentina continua ainda hoje a ser um sucesso de audiências com
dezenas milhões de visualizações no YouTube (<span style="mso-spacerun: yes;">
</span><a href="https://www.youtube.com/watch?v=PgK-dIPMIp4"><span style="font-weight: normal;">https://www.youtube.com/watch?v=PgK-dIPMIp4</span></a><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>)<o:p></o:p></span></span></strong></p>
<p class="MsoNormal"><strong><span lang="PT" style="background: rgb(238, 238, 204); color: #336666; line-height: 107%;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Maria Eva
Duarte de Perón, conhecida por Evita visitou Setúbal, conformer noas dá conta o
jornal O Setubalense de 19 de julho de 1947 com a seguinte notícia:<o:p></o:p></span></span></strong></p>
<p class="MsoNormal"><strong><span lang="PT" style="background: rgb(238, 238, 204); color: #336666; line-height: 107%;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">A Sra. Duarte
de Peron visitou Setúbal.<o:p></o:p></span></span></strong></p>
<p class="MsoNormal"><strong><span lang="PT" style="background: rgb(238, 238, 204); color: #336666; line-height: 107%;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">… esteve hoje
nesta cidade a esposa do Presidente da República da Argentina, Sra. D. Eva
Peron, acompanhada do Corpo Diplomático do seu país, de D. Fernanda de Castro,
António Ferro, Guilherme de Carvalho e António Eça de Queiróz, do Secretariado
Nacional de Informação.<o:p></o:p></span></span></strong></p>
<p class="MsoNormal"><strong><span lang="PT" style="background: rgb(238, 238, 204); color: #336666; line-height: 107%;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Rui Canas
Gaspar<o:p></o:p></span></span></strong></p>
<p class="MsoNormal"><strong><span lang="PT" style="background: rgb(238, 238, 204); color: #336666; line-height: 107%;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Troineiro.blogspot.com</span></span></strong><span lang="PT"><o:p></o:p></span></p>Rui Canas Gasparhttp://www.blogger.com/profile/13258454969940014050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-605991626915794540.post-66446256299213868472022-03-19T19:45:00.000+00:002022-03-19T19:45:05.654+00:00<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg9UMxX8RDI7P0OBIBXZOi39Puc_oWJCGOLCgMJ7nUhtvz36qXe-aHiLIY0K52k-6WF5GxdXXssy76ipVwVzoPQEgTDnQozvAEDsJiC727nSYfulrKkde1fqqbA2amIv_tofv2buLMEyp3HticP5YgEXVJQrsOONXpbj7o8iJDmWu1E28oX3HgX3J7EMQ=s441" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="388" data-original-width="441" height="282" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg9UMxX8RDI7P0OBIBXZOi39Puc_oWJCGOLCgMJ7nUhtvz36qXe-aHiLIY0K52k-6WF5GxdXXssy76ipVwVzoPQEgTDnQozvAEDsJiC727nSYfulrKkde1fqqbA2amIv_tofv2buLMEyp3HticP5YgEXVJQrsOONXpbj7o8iJDmWu1E28oX3HgX3J7EMQ=s320" width="320" /></a></div><br /><p class="MsoNormal" style="background: #242526; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><br /></p>
<p class="MsoNormal" style="background: #242526; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span lang="PT" style="color: #e4e6eb; font-family: "inherit",serif; font-size: 10.5pt; mso-bidi-font-family: "Segoe UI Historic"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-GB;">Jamboree 67 – Um programa de animação destinado ao
Hospital do Outão<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: #242526; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span lang="PT" style="color: #e4e6eb; font-family: "inherit",serif; font-size: 10.5pt; mso-bidi-font-family: "Segoe UI Historic"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-GB;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: #242526; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span lang="PT" style="color: #e4e6eb; font-family: "inherit",serif; font-size: 10.5pt; mso-bidi-font-family: "Segoe UI Historic"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-GB;">Naquele ano de 1967 os Caminheiros (escuteiros
maiores de 17 anos) setubalenses tiveram a ideia de instalar uma rádio local,
quando estas estavam a dar os primeiros passos de forma clandestina. Será bom
lembrar que estávamos em pleno Estado Novo, um regime ditatorial onde a polícia
política imperava. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: #242526; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span lang="PT" style="color: #e4e6eb; font-family: "inherit",serif; font-size: 10.5pt; mso-bidi-font-family: "Segoe UI Historic"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-GB;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: #242526; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span lang="PT" style="color: #e4e6eb; font-family: "inherit",serif; font-size: 10.5pt; mso-bidi-font-family: "Segoe UI Historic"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-GB;">A iniciativa nunca chegou a ir de vencida, mas,
entretanto, foi criado o “Jamboree 67”, jamboree palavra associada pelos
escuteiros a uma concentração mundial e 67 por ser o ano da iniciativa. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: #242526; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span lang="PT" style="color: #e4e6eb; font-family: "inherit",serif; font-size: 10.5pt; mso-bidi-font-family: "Segoe UI Historic"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-GB;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: #242526; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span lang="PT" style="color: #e4e6eb; font-family: "inherit",serif; font-size: 10.5pt; mso-bidi-font-family: "Segoe UI Historic"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-GB;">Pedíamos a colaboração do comercio local para a
oferta de prendas que distribuíamos nos concursos, que a par das músicas, da
poesia, e das notícias era posteriormente transmitida. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: #242526; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span lang="PT" style="color: #e4e6eb; font-family: "inherit",serif; font-size: 10.5pt; mso-bidi-font-family: "Segoe UI Historic"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-GB;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: #242526; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span lang="PT" style="color: #e4e6eb; font-family: "inherit",serif; font-size: 10.5pt; mso-bidi-font-family: "Segoe UI Historic"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-GB;">Como não tínhamos emissora de rádio, gravávamos os
programas na nossa sede da Ordem Terceira e depois seguíamos para o Hospital do
Outão onde através do sistema de som transmitíamos para todo o complexo. Os
doentes, suas visitas e quem lá trabalhava era a nossa assistência. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: #242526; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span lang="PT" style="color: #e4e6eb; font-family: "inherit",serif; font-size: 10.5pt; mso-bidi-font-family: "Segoe UI Historic"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-GB;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: #242526; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span lang="PT" style="color: #e4e6eb; font-family: "inherit",serif; font-size: 10.5pt; mso-bidi-font-family: "Segoe UI Historic"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-GB;">Na foto ilustrativa podemos ver a bondosa e muito
bonita madre superiora que ali prestava serviço a ser entrevistada. E, por ser
tão bela não deixou ela própria de ser alvo da atenção de um apaixonado, o João
da Pera, que vivia numa das grutas ali perto e, qual Romeu na esperança de
alcançar a sua Julieta chegou a trepar por uma parede vertical para chegar ao
seu quarto o que conseguiu por duas vezes, mas isso é outra história!... <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: #242526; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span lang="PT" style="color: #e4e6eb; font-family: "inherit",serif; font-size: 10.5pt; mso-bidi-font-family: "Segoe UI Historic"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-GB;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: #242526; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #e4e6eb; font-family: "inherit",serif; font-size: 10.5pt; mso-ansi-language: EN-GB; mso-bidi-font-family: "Segoe UI Historic"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-GB;">Rui Canas Gaspar <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: #242526; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #e4e6eb; font-family: "inherit",serif; font-size: 10.5pt; mso-ansi-language: EN-GB; mso-bidi-font-family: "Segoe UI Historic"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-GB;">Troineiro.blogspot.com<o:p></o:p></span></p>Rui Canas Gasparhttp://www.blogger.com/profile/13258454969940014050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-605991626915794540.post-3551402410703266022022-02-21T22:37:00.003+00:002022-02-21T22:37:20.417+00:00<p> </p><p style="background: white; line-height: 14.5pt; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;"><br /></p>
<p style="background: white; line-height: 14.5pt; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;"><b><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><o:p> </o:p></span></b></p>
<p style="background: white; line-height: 14.5pt; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;"><b><span lang="PT" style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-color-alt: windowtext;">Praça de Touros ou Praça Cultural?
Afinal no que ficamos?</span></b><b><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><o:p></o:p></span></b></p>
<p style="background: white; line-height: 14.5pt; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><o:p> </o:p></span></p>
<p style="background: white; line-height: 14.5pt; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEil1ZYcEtZ5FMspB8EP2Iewf-c_HcFRRRcftDRpfcYpOaLJ1blY4YydjvDunCz8oTxKcSPInllaiRO8dtty57d3UN2VW1hBf9EumaDvPZvdzoFKlA3JL0FLEUk1uWB2OJxHk6h9Z8-1qsAB6HmvM-kyxeJBwGBUD93YqXlVVVpLV9mwTpaUwaaLtLi6rQ" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="510" data-original-width="694" height="372" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEil1ZYcEtZ5FMspB8EP2Iewf-c_HcFRRRcftDRpfcYpOaLJ1blY4YydjvDunCz8oTxKcSPInllaiRO8dtty57d3UN2VW1hBf9EumaDvPZvdzoFKlA3JL0FLEUk1uWB2OJxHk6h9Z8-1qsAB6HmvM-kyxeJBwGBUD93YqXlVVVpLV9mwTpaUwaaLtLi6rQ=w507-h372" width="507" /></a></div><span lang="PT" style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-color-alt: windowtext;"><p style="background: white; line-height: 14.5pt; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-color-alt: windowtext;"><br /></span></p>Devido à sua localização e
características, este local tem servido para os mais diferentes eventos, desde
a eleição da rainha do Sado, passando por espetáculos musicais e mais
recentemente para a apresentação das marchas de Setúbal.</span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><o:p></o:p></span><p></p>
<p style="background: white; line-height: 14.5pt; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><o:p> </o:p></span></p>
<p style="background: white; line-height: 14.5pt; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-color-alt: windowtext;">O decréscimo de receitas, fruto
de um menor interesse do público pela tauromaquia, aliado à falta de manutenção
adequada levaram o espaço a uma situação de degradação que originou a sua
interdição para espetáculos sem que antes se procedesse às necessárias obras.</span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><o:p></o:p></span></p>
<p style="background: white; line-height: 14.5pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><o:p> </o:p></span></p>
<p style="background: white; line-height: 14.5pt; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-color-alt: windowtext;">Em 2008 a empresa proprietária
da praça apresentou um projeto visando a transformação do espaço naquele que
teria a designação de “Praça Cultural” de forma a ficar dotado de um palco para
espetáculos musicais, dois restaurantes e três lojas. O projeto de reabilitação
nunca sairia do papel embora tivesse merecido a aprovação camarária em junho de
2009.</span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><o:p></o:p></span></p>
<p style="background: white; line-height: 14.5pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><o:p> </o:p></span></p>
<p style="background: white; line-height: 14.5pt; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-color-alt: windowtext;">Em 2011 a Câmara Municipal de
Setúbal celebrou um protocolo com a Aplaudir, empresa de promoção de
espetáculos tauromáquicos e outros eventos culturais, entidade exploradora da
praça de touros Carlos Relvas, no sentido desta proceder às necessárias obras
que lhe permitiria abrir portas de acordo com as exigências do IGAP –
Inspeção-Geral das Atividades Culturais.</span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><o:p></o:p></span></p>
<p style="background: white; line-height: 14.5pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><o:p> </o:p></span></p>
<p style="background: white; line-height: 14.5pt; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-color-alt: windowtext;">O acordo previa a atribuição
por parte da Autarquia de 120 mil euros, para uma obra estimada em 216 mil, verba
entregue em parcelas anuais de 20 mil euros, de forma a suportar a realização
de trabalhos urgentes e necessários.</span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><o:p></o:p></span></p>
<p style="background: white; line-height: 14.5pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><o:p> </o:p></span></p>
<p style="background: white; line-height: 14.5pt; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-color-alt: windowtext;">Como contrapartida a Autarquia
teria o direito de utilizar o espaço anualmente quer por si, quer pelo
movimento associativo, por um período<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>de
25 dias.</span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><o:p></o:p></span></p>
<p style="background: white; line-height: 14.5pt; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><o:p> </o:p></span></p>
<p style="background: white; line-height: 14.5pt; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-color-alt: windowtext;">As obras a realizar
centraram-se sobretudo nas condições de segurança e acessibilidades, bem como
no reforço das bancadas, reparação de telhados, criação de instalações
sanitárias para pessoas portadoras de deficiência, substituição de madeiras,
instalação de nova rede elétrica com a colocação de iluminação de emergência,
para além de outras intervenções em diferentes áreas. </span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><o:p></o:p></span></p>
<p style="background: white; line-height: 14.5pt; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><o:p> </o:p></span></p>
<p style="background: white; line-height: 14.5pt; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-color-alt: windowtext;">Graças a este protocolo o
mítico espaço de espetáculos conheceria em 2011 nova vida e ali, pelas 22 horas
do dia 10 de junho, exibir-se-iam as marchas do Núcleo dos Amigos do Bairro
Santos Nicolau; Grupo Desportivo Setubalense “Os 13”;<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Sociedade Filarmónica Perpétua Azeitonense;
Núcleo Desportivo e Recreativo Ídolos da Praça e União Desportiva e Recreativa
das Pontes.</span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><o:p></o:p></span></p>
<p style="background: white; line-height: 14.5pt; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><o:p> </o:p></span></p>
<p style="background: white; line-height: 14.5pt; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-color-alt: windowtext;">Tempo passou e parece que tudo
estagnou e nem Praça Cultural nem Praça de Touros. </span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><o:p></o:p></span></p>
<p style="background: white; line-height: 14.5pt; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><o:p> </o:p></span></p>
<p style="background: white; line-height: 14.5pt; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-color-alt: windowtext;">Afinal no que ficamos?</span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><o:p></o:p></span></p>
<p style="background: white; line-height: 14.5pt; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><o:p> </o:p></span></p>
<p style="background: white; line-height: 14.5pt; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;"><i><span lang="PT" style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-color-alt: windowtext;">Rui Canas Gaspar</span></i><i><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><o:p></o:p></span></i></p>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><p style="background: white; line-height: 14.5pt; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;"><br /><br /></p>Rui Canas Gasparhttp://www.blogger.com/profile/13258454969940014050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-605991626915794540.post-14535174479998883982021-12-17T17:58:00.004+00:002021-12-17T17:58:29.645+00:00<p> </p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br /></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Quando a boa apresentação não joga a favor<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiRMKLz8EsbEPDXzAGs-TJRbWoY7i3LPkb5Y0zBqQK4yb5lkw22evb9SBNT6hLFU13qjlPOTzZnsYNdEA4UgmiciAm6JdtS6lHqHLabUipVsX5nVj66cikpVuT8wRik9eaIjeAL0TvUeXttqWa01zKNJhcmA75NggOzXvqhI_6ZTcGJZNe_BwIdvXpHYg=s257" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="257" data-original-width="201" height="430" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiRMKLz8EsbEPDXzAGs-TJRbWoY7i3LPkb5Y0zBqQK4yb5lkw22evb9SBNT6hLFU13qjlPOTzZnsYNdEA4UgmiciAm6JdtS6lHqHLabUipVsX5nVj66cikpVuT8wRik9eaIjeAL0TvUeXttqWa01zKNJhcmA75NggOzXvqhI_6ZTcGJZNe_BwIdvXpHYg=w336-h430" width="336" /></a></div><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;"><br /></span></p>No início dos anos 50 do século passado os períodos de
defeso da pesca da sardinha, que coincidiam com os terríveis dias de Inverno,
eram espaços de tempo onde a fome e a miséria atingiam o auge na cidade de
Setúbal, cuja população vivia maioritariamente, direta ou indiretamente, da
pesca.<o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Benilde seria naquela época uma das poucas mulheres de
Troino que tinha completado o ensino básico, na escola da Casa dos Pescadores e,
ali mesmo, também aprendera a costurar.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Certo dia pensou ajudar financeiramente o marido,
pescador, e por isso, decidiu candidatar-se a um emprego de rececionista num
consultório médico que funcionava na baixa da cidade.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Vestiu-se a rigor com as roupas que ela mesmo habilmente costurava,
deu um jeitinho no cabelo e colocou umas cores no rosto de forma a parecer bem
na entrevista.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Azar!!! O entrevistador ao ver a agradável apresentação
da candidata nem perdeu muito tempo e logo lhe disse: - Ái menina, isto não é
emprego para si, é um trabalho muito simples…<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Benilde ficou boquiaberta e desolada acabou por voltar
para casa onde continuou a ajudar a família, governando com sabedoria as parcas
finanças domésticas e tratando de costurar a roupa com que ela, o seu marido e
os seus filhos sempre envergaram e que eram alvo de atenção e reparo por parte
de vizinhos e amigos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">A setubalense Benilde até ao dia em que nos deixou sempre
manteve a mesma postura de uma mulher prendada, muito elegante e de fino bom
gosto, uma senhora que sempre soube dar muito boa conta da sua casa passando um
rico legado de valores aos seus dois filhos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Rui Canas Gaspar<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>2021-dezembro-17<br /></i></span></p>Rui Canas Gasparhttp://www.blogger.com/profile/13258454969940014050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-605991626915794540.post-26202300970464196072021-11-20T08:12:00.004+00:002021-11-20T08:12:34.575+00:00<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiB9Parc9HYOLSKOXmrZXR7fKbJfusAb5J5plnExPZI15zPAox5ceJBgyz0VL5rNHfPW7CG6Oq9MUEj9jE-rTKa92b2dvOgJWx5d6N5xwZT68a6vfNAo36QrduoJjT2WdXPp-oJcOhTqgy_/s480/Bombeiro+Jos%25C3%25A9+de+Sousa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="350" data-original-width="480" height="345" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiB9Parc9HYOLSKOXmrZXR7fKbJfusAb5J5plnExPZI15zPAox5ceJBgyz0VL5rNHfPW7CG6Oq9MUEj9jE-rTKa92b2dvOgJWx5d6N5xwZT68a6vfNAo36QrduoJjT2WdXPp-oJcOhTqgy_/w474-h345/Bombeiro+Jos%25C3%25A9+de+Sousa.jpg" width="474" /></a></div><br /><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br /></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-GB;"><o:p> </o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-GB;">Recordando o bombeiro José de Sousa<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-GB;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-GB;">Embora estivéssemos em janeiro a manhã
apresentava-se com uma amena temperatura, pelo que se tornava agradável andar
um pouco pelo meu velho Bairro de Troino, depois de ter tratado dos assuntos de
ordem profissional que me propus desenvolver nesta manhã. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-GB;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-GB;">Gosto de observar as gentes da minha terra, as
casas onde muitos dos meus amigos e pessoas conhecidas viveram. Enquanto ia
olhando um pouco para todo o lado dei comigo a sorrir com o pensamento que
tinha tido há muitos anos quando me dei ao trabalho de contar as pessoas que
tinha cumprimentado desde que saíra de casa até chegar à Praça do Bocage. Foram
mais de trinta… <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-GB;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-GB;">Naquele tempo parece que toda a gente se conhecia.
Hoje, depois de mais de uma hora a andar parei junto de um dos cinco passos
existentes em Setúbal, a capelinha dedicada a São Marçal, patrono dos bombeiros
e até esse momento não tinha aparecido ninguém conhecido. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-GB;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-GB;">Estive a apreciar aquela capelinha, outrora sempre
limpa e bem tratada e onde na época natalícia podíamos ver um grande e bem
elaborado e tradicional presépio, que carinhosas e calejadas mãos tomavam à sua
responsabilidade. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-GB;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-GB;">Vi, apreciei, fotografei e fiquei desgostoso com o
ar triste a que a mesma se encontra, com vidro partido, reboco a cair, fios
elétricos pendurados e um aspeto de abandono, condizente com muitas das
habitações da zona da minha meninice. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-GB;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-GB;">Pensativo, deixo aquele local e entro na Rua
Direita de Troino, e eis que me cruzo com um homem que vem andando devagar
apoiado numa canadiana. Reconheço-o, cumprimento-o, é a primeira saudação do
dia. Ele não me conhece, são quase quinze anos de diferença que nos separam,
ele era já um homem enquanto eu não passava de um puto. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-GB;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-GB;">Paro e entabulo conversa com aquele homem que não
me conhecia, embora a sua imagem me tivesse ficada retida na memória ao longo
de décadas. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-GB;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-GB;">José de Sousa, 79 anos, nascido em Troino, na Rua
do Castelo, bombeiro, era ele que tratava daquela capelinha até 2011, a sua
saúde já não lhe permite desenvolver essa tarefa como outrora o fez com tanto
carinho e empenhamento. O mesmo empenhamento que colocou ao serviço dos seus
conterrâneos no combate a centenas de fogos na nossa terra.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-GB;">Hoje o nosso amigo José de Sousa teve oportunidade
de encontrar alguém com quem conversar uns minutos sobre um assunto que tanto
lhe diz e ao referir-se àquela e à outra capelinha existente no Larga da
Veronica, que também cuidava não deixa de se manifestar de forma verbal
violenta contra um antigo presidente da Câmara que mandou arrancar os azulejos
que ele próprio colocara naqueles espaços, propriedade da Santa Casa da
Misericórdia de Setúbal. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-GB;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><br /></p>Rui Canas Gasparhttp://www.blogger.com/profile/13258454969940014050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-605991626915794540.post-22339388500079506062021-10-29T18:38:00.004+01:002021-10-29T18:38:27.246+01:00<p> <br /></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">As boas memórias que ficaram da “nossa”
Comenda </span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b><br /></b></span><b><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;"><o:p></o:p></span></b></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTpTjzV-hnUhQ8JClrDbQL1w4rhFWFW-WxRzhyLxgysHj-fCPKC0SVPVoOfNvd7hBQXERqeQqz7NWHmYpVe48SyaQUr6HB4VnUs_LBgBhkDd3mpYmzcFStX1jHA28HQRZH1iEF2wCJX9Vr/s772/Comenda+com+guarda+Ant%25C3%25B3nio+Chinita.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="510" data-original-width="772" height="329" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTpTjzV-hnUhQ8JClrDbQL1w4rhFWFW-WxRzhyLxgysHj-fCPKC0SVPVoOfNvd7hBQXERqeQqz7NWHmYpVe48SyaQUr6HB4VnUs_LBgBhkDd3mpYmzcFStX1jHA28HQRZH1iEF2wCJX9Vr/w499-h329/Comenda+com+guarda+Ant%25C3%25B3nio+Chinita.jpg" width="499" /></a></div><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">A minha ficha de escuteiro regista o ano de 1961 como sendo
o do primeiro acampamento que fiz na Herdade da Comenda, no sítio de Almelão, a
cerca de 1 km para o interior da foz da Ribeira da Ajuda.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Desde essa data até à minha saída do ativo escutista foram
dezenas de noites de campo em acampamentos levados a cabo no interior da “nossa”
Comenda.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">É bom notar que já naquele tempo, antes da revolução da
25 de abril de 1974, o espaço encontrava-se vedado em grande parte da herdade e
antes de acamparmos solicitávamos a devida autorização ao representante do
proprietário.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Não me recordo do rosto do guarda da propriedade no tempo
do Conde Armand, mas registei o nome de Chacatas ou Xacatas a quem geralmente dirigíamos
o pedido de autorização para acampar debaixo daqueles enormes eucaliptos, na
margem da ribeira e junto à mina de água.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Pouco antes da “Revolução dos Cravos” a herdade foi
vendida à TORRALTA, que acabou por a entregar como dação em pagamento ao Banco
Pinto & Sotto Mayor, que por sua vez vendeu a António Xavier de Lima. Após
o seu falecimento <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>os herdeiros
alienariam à Seven Properties – Sociedade de Investimentos Imobiliários S.A.,
atuais detentores desta enorme propriedade, em pleno Parque Natural da
Arrábida.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Aquando na posse de António Xavier de Lima os escuteiros
continuaram a acampar naquele magnifico espaço, que permitia as mais diferentes
aventuras e a propriedade continuou a ser devidamente guardada desta vez por <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>António Chinita cuja imagem <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>aqui mostramos e onde também se podem ver
alguns dos belos painéis de azulejos, rapidamente furtados e vandalizados
quando este que foi o último guarda das instalações deixou de exercer a sua
atividade.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Presentemente a casa apalaçada arquitetada por Raúl Lino
encontra-se recuperada, a propriedade está a ser limpa e ordenada e, se alguns
setubalenses e demais utentes daqueles espaços estão tristes por não os poderem
agora utilizar, outros ficarão satisfeitos pela recuperação levada a cabo pelos
novos proprietários.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Quanto a mim, ficaram as memórias do tempo de juventude e
de muitos e bons momentos de salutar convívio e das histórias contadas à volta
da fogueira, naquelas noites estreladas, como só as vivi na “nossa” Comenda.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Rui Canas Gaspar<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Troineiro.blogspot.com<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana",sans-serif;">2021-outubro-29<o:p></o:p></span></p>Rui Canas Gasparhttp://www.blogger.com/profile/13258454969940014050noreply@blogger.com0