Quando o ótimo é inimigo
do bom
A
semana passada entrei pela primeira vez no Centro de Saúde que funciona na
Avenida Alexandre Herculano, junto ao Parque do Bonfim, umas instalações que outrora serviram, e bem, o combate contra a tuberculose.
O
edifício foi alvo de obras de adaptação e aqui foram feitos diversos
melhoramentos.
Reparei
na atenção, profissionalismo e simpatia que o pessoal administrativo e técnico dispensavam
aos utentes, a despeito do elevado número de pessoas que utilizam aquele posto.
Enquanto
esperava para que o meu acompanhante fosse atendido, dei uma vista de olhos
pelas instalações e tive oportunidade de
presenciar a chegada de duas senhoras uma delas (a mais velha) empurrando uma
cadeirinha de bebé.
Esta
barafustava com a mais nova ao mesmo tempo que com exagerada brusquidão empurrava
a cadeirinha contra os degraus de acesso ao centro, na tentativa de galgar os
quatro ou cinco que separam a rua do interior das instalações.
Passados
alguns minutos fui atendido e aproveitei a oportunidade para perguntar porque é
que umas instalações públicas recentemente remodeladas não dispunham de uma
rampa de acesso para pessoas de mobilidade reduzida ou para facilitar situações
como a que acabara de observar.
Fui
então informado que tal não teria sido aprovado pelos serviços técnicos da
autarquia, porquanto a construir-se, a inclinação da mesma seria superior ao
permitido. Não medi o espaço embora não me pareça muito complicado tornear a
situação atendendo à área disponibilizada pelo patim e não deixei de pensar com
os meus botões que o ótimo é seguramente inimigo do bom.
Com
uma funcionária falei naquilo que tinha acabado de observar e questionei como é
que ali entravam as pessoas em cadeiras de rodas, por exemplo. Foi-me então
informado que quando tal acontecer irão abrir uma porta existente na rua
lateral que por a mesma se encontrar ao nível do piso poderão entrar por aí.
Sendo
assim quero informar os milhares de utentes, meus conterrâneos, utilizadores deste
Centro de Saúde que não vale a pena desesperar quando chegarem com alguém em
cadeira de rodas, ou empurrando um carrinho de bebé e se depararem com os
degraus.
Tirem
a senha para a consulta, vão até ao balcão, peçam para abrir a tal porta de
acesso, façam uma voltinha empurrando até à rua lateral, esperem que abram a
porta e depois desta ginástica, sempre sorridentes agradeçam por já terem sido
capazes de vencer mais uma etapa diária e alguém ter pensado em pessoas como
vós.
Tenham
um bom dia e… muita saúde!
Rui
Canas Gaspar
2016-julho-05
www.troineiro.blogspot.com
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