notícias, pensamentos, fotografias e comentários de um troineiro

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Por causa dos cães ou dos seus donos sofrem as árvores

Tenho verificado que grande parte das pessoas que vão passear o seu cão, já têm por hábito recolher os dejetos dos animais ao invés de os deixarem a emporcalhar os passeios públicos, ou os relvados dos nossos jardins.

Claro que algumas outras haverá que ainda não conseguiram interiorizar e colocar em prática estes hábitos de higiene e civismo, provavelmente só os passando a praticar quando começarem a ser multadas devido à sua falta.

Também refiro com agrado o prazer que me dá apreciar os nossos parques e jardins setubalenses e verificar que a generalidade se encontram limpos e bem cuidados.

A Praça General Luís Domingues, o popularmente conhecido jardim do Quebedo de cima, onde se encontram sedeadas as instalações do São Domingos Futebol Clube, não foge a esta regra, apresentando-se aquele espaço sempre bem cuidado.

E para evitar situações menos agradáveis para os donos dos cãezinhos a Junta de Freguesia de São Sebastião mandou fazer umas placas com o seguinte aviso:

 “ É expressamente proibida a utilização deste local público como sanitário do seu cão. A apanha dos dejetos do seu cão é obrigatória! Comportamento punível com coima de 500 a 1000 euros. O espaço público é de todos!”

Compreendo a mensagem e concordo com ela em absoluto.

Mas, desde menino que aprendi nos escuteiros a sua Lei e creio que o primeiro artigo que registei na memória para toda a vida foi o seu 6º ponto que reza assim: “O Escuta protege as plantas e os animais”.

Talvez devido a este artigo da Lei do Escuta é que me despertou a atenção para as placas informativas afixadas naquele bonito e bem cuidado jardim, não fosse o facto de quem o fez não tivesse o devido cuidado e ao invés de as aplicar em suporte próprio e adequado para o efeito optasse por as aparafusar às árvores que ali estão a sombrear o jardim.

Por isso mesmo daqui faço o reparo convidando o responsável pelo pelouro dos parques e jardins daquela autarquia para que mande retificar uma situação que em nada se coaduna com a proteção do meio ambiente, sendo que por causa dos cães ou dos seus donos, sofrem as árvores.

Rui Canas Gaspar
2015-janeiro-30

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quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

As laranjas à noite fazem mal à saúde

Setúbal é uma terra também conhecida pelas suas saborosas laranjas, dando origem até que aqui fosse confecionado um doce típico tendo este fruto como matéria-prima.

A povoação era outrora envolvida por muitas quintas com extensos pomares e era das suas férteis terras que se produziam as afamadas e mundialmente conhecidas laranjas de Setúbal.

Desde tenra idade que ouvia dizer aos velhos habitantes de Troino a seguinte sentença: “A laranja de manhã é ouro, à tarde prata e à noite mata”.

A sabedoria popular aconselhava para os efeitos altamente benéficos do consumo deste alimento logo pela manhã, que seria muito bom também consumir o suculento e emblemático fruto sadino pela tarde, mas que nos deveríamos abster de ingerir à noite, pois faria mal à saúde.

De facto ele fazia mal e muito mal mesmo, é que alguns pobres, sem dinheiro para adquirir as boas laranjas da baía (de Setúbal), quando a noite caía, tratavam de saltar vedações para se irem abastecer às quintas das redondezas.

Alguns proprietários tratavam de proteger os seus pomares da melhor forma que podiam e quando davam conta de algum intruso, faziam uso do varapau e desancavam o pobre até mais não poder.

Ora digam lá então se as laranjas à noite dão saúde a alguém?

Rui Canas Gaspar
2015-janeiro-28


sábado, 17 de janeiro de 2015

Uma boa notícia para os idosos setubalenses

Não deixa de ser curioso constatar que nos últimos anos foi feito um investimento considerável nos equipamentos pré-escolares no nosso país, dotando-o de infantários geralmente acessíveis a todas as bolsas, uns privados e outros públicos.

Mais curioso é constatarmos que em poucos anos passamos da reserva demográfica da Europa para um país cuja população decresce a um ritmo preocupante e onde os nascimentos começam a ser casos raros.

No lado oposto temos tido um alheamento quase total, por parte dos diversos Governos, em relação à população idosa, cada vez  mais populosa  e na qual pouco ou nada foi investido no sentido de preparar o país para dar a estes cidadãos as necessárias condições de dignidade agora que chegaram ao Inverno da vida.

E é com esta triste realidade que os idosos portugueses são confrontados, perante a ausência dos filhos que foram obrigados a partir para terras estranhas, pelo facto de não os terem tido, ou simplesmente pelo abandono a que foram votados pelos mesmos.

Sem familiares para os apoiar, sem instalações para os acolher, é comum escutarmos as mais tristes histórias de muitos destes nossos conterrâneos, alguns deles morrendo em casa sem que alguém dê por isso.

Daí que não deixa de ser sempre de saudar e enaltecer quando se sabe que algum equipamento para apoiar os idosos foi inaugurado, um caso infelizmente pouco comum, na nossa terra.

Por isso, e independentemente do extrato social para que naturalmente está vocacionado, foi de enaltecer a inauguração em Brejos de Azeitão do Hospital Nossa Senhora da Arrábida, com as suas residências e quartos para a população idosa, uma pedrada no charco…

E foi com satisfação que hoje mesmo, dia 17 de janeiro de 2015 tive conhecimento de que mais uma unidade com cerca de 80 camas destinada aos nossos idosos vai começar a ser construída de raiz na cidade de Setúbal no princípio deste ano.

Ainda que se trate de iniciativa privada, é motivo de regozijo, porquanto não temos qualquer notícia de que o Estado vá fazer alguma coisa a favor daqueles que trabalharam durante toda uma vida e que mereciam ter um final, um pouco mais digno.

Rui Canas Gaspar
2015-janeiro-17

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quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Será que há gato escondido com rabo de fora?

“Este será um edifício de referência para a cidade, marcante para as gerações vindouras”, destacou a presidente da Autarquia, Maria das Dores Meira, na cerimónia de apresentação pública da proposta do projeto de conceção do Terminal 7, elaborado pela Sami arquitectos.

Além do edifício, a construir na área das antigas instalações da Sadonaval, nas imediações do Parque Urbano de Albarquel, o projeto inclui operações urbanísticas que visam dotar aquela zona privilegiada da cidade de melhores condições de usufruto para a população.

“Queremos que este seja, por excelência, um espaço ligado ao rio, que se identifique com as memórias e identidade setubalenses”, afirmou a autarca, adiantando que as antigas instalações navais daquele local “estão a ser progressivamente desativadas” e que “os trabalhos de demolição devem começar nas próximas semanas”.

E foi isto que a Presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, disse de entre outras coisas, já lá vão quase dois anos, aquando  da apresentação do projeto do Terminal 7.

De facto, passado algum tempo, a cobertura de amianto que revestia a estrutura da zona poente das instalações foi retirada, do  parque de materiais foi igualmente retirado tudo o que lá estava, posteriormente procedeu-se a demolição da estrutura e assim os setubalenses ficaram contentes com o novo espaço livre entre o que restava das instalações da SADONAVAL e o P.U.A.

Ficou por demolir a área edificada junto aos antigos estaleiros, onde ainda se podiam observar alguns operários, até que os mesmos deixaram de vez as instalações,  em 2014, já lá vão alguns meses.

E quando todos pensávamos que iria ser dado continuidade à demolição do que restava daquela unidade naval, foram os setubalenses surpreendidos com a afixação de uma placa que dá conta de que as instalações são ocupadas pelo “centro náutico” da autarquia sadina.

Não deixa de ser estranho este tipo de situação! 

Afinal aquilo é para demolir depois da saída da SADONAVAL ou é para ser ocupado por um organismo, associação ou seja lá o que seja, sob tutela da C.M.S.?

O tal Terminal 7 anunciado com toda a pompa e com um enorme placard informativo no local é para construir ou não?

É claro que todos sabemos que só se pode construir com dinheiro e esse é um bem escasso. Mas então se a empresa já desocupou as instalações não será preferível demolir o resto e dar uma maior amplitude ao espaço, tão carecido como está especialmente nos dias de sol em que os setubalenses aos milhares ali demandam?

E se é para demolir porque é que se está a gastar dinheiro na adaptação a outras funções? Fará isto sentido?

São tantas as interrogações que me vêm à mente que quase dou comigo a ficar desconfiado e a tentar descortinar se não haverá aqui gato escondido com rabo de fora…

Rui Canas Gaspar
2015-janeiro-15

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domingo, 4 de janeiro de 2015

A Bela Vista é um dos melhores bairros de Setúbal

Quase sempre referido pelos órgãos de comunicação social, sedeados na capital, pelos piores motivos, até alguns desagradáveis acontecimentos sem nada terem a ver com aquele espaço, a Bela Vista, em Setúbal, é provavelmente o mais diversificado e bem equipado espaço habitacional sadino onde muito boa gente gosta de viver.

Composto por três grupos designados por azul, amarelo e rosa, as construções remontam aos anos 70 e 80 e para ali foram habitar, de entre outros, vários grupos de pessoas que vão da etnia cigana a africanos oriundos das antigas colónias portuguesas.

Curiosamente, grande parte da população residente não trocaria aquele local por outra qualquer zona da cidade, ali as pessoas têm uma maior relação de proximidade e vizinhança, onde palavras como solidariedade não são vãs, estando mais próximas da ação.

O bairro tem os seus problemas, claro que os tem, mas qual será aquele que tendo tanta e diversificada população residente não o terá?

A zona azul, ou bairro azul, composto por uma dúzia de lotes, é o que provavelmente dispõe de melhor panorâmica desfrutando de uma soberba vista sobre o “rio azul” que lhe dá o nome. Troia, Arrábida e a baixa da cidade estão aos seus pés.

O Bairro Amarelo é o maior dos três, constituídos por blocos habitacionais com amplos pátios interiores é aqui que estão instalados a maior parte de equipamentos sociais de variadas instituições.

Quanto ao rosa, também conhecido como Alameda das Palmeiras é o mais recente do trio.

É neste espaço que podemos observar o mais elevado reservatório de água, uma construção que se avista de qualquer local da cidade, e quase ao lado vemos também as instalações  daquela que  foi outrora a emblemática Água da Bela Vista.

Dotado de amplo supermercado, de escolas de todos os níveis, de infantários, de Grupo de Escoteiros, de modelares instalações gimnodesportivas do ACM, das instalações sociais da CARITAS, de sedes das mais diferentes associações, de um polo da Biblioteca Municipal, de esquadra da P.S.P. aqui podemos encontrar um fervilhante mundo por descobrir.

Um amplo parque verde, dotado de um bem equipado recinto desportivo com quadras de ténis, campos de volei, máquinas de ginástica e demais equipamentos desportivos, tornam aquele um dos melhores espaços do seu género existentes em Setúbal.

Os pátios bem arranjados entre os edifícios são espaços bem agradáveis, tratados e mantidos por residentes voluntários.

São variados os projetos que se desenvolvem por toda a Bela Vista, desde sociais, a culturais, passando naturalmente pelo serviço de voluntariado.

A diversidade e multiculturalidade já levou até a que a Bela Vista fosse alvo de atenção cinematográfica, bem como objeto de estudos diversos.

A Bela Vista não é um papão como indevidamente tem sido apresentado, é um espaço onde habita muita gente séria, honesta e trabalhadora e como em qualquer parte do mundo, também por lá existem as ovelhas negras, mas isso não passa da exceção e não será certamente a regra.

Se tem dúvidas sobre o que leu, vá até lá, veja, observe e sobretudo fale com as pessoas residentes, vai ver que a sua opinião poderá mudar.

Rui Canas Gaspar
2015-janeiro-04

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sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Em Setúbal temos um espaço que em vez de relva tem cinzas

Não me dei ao trabalho de saber porquê e quem vai colocando as cinzas dos fogareiros a carvão junto aos contentores de lixo localizados ao lado do novo parque de estacionamento da A.P.S.S. construído nos terrenos entre a doca dos pescadores e o edifício dos apetrechos de pesca.

Este era um hábito que já vinha de antes das obras efetuadas, quando aquele espaço se encontrava em terra batida e, pelos vistos, vai continuar depois das mesmas ficarem concluídas, faltando para tal apenas serem colocados os bancos panorâmicos e o ajardinamento da faixa separadora, precisamente no topo da qual estão a ser colocadas as cinzas.

Quem ali coloca as cinzas, provavelmente não as quererá depositar dentro dos moloch, os novos contentores enterrados para receção de resíduos sólidos com receio de poder vir a derreter o saco de plástico existente no seu interior.

Também não quererá deitar as cinzas ao rio, por uma questão ecológica, como fazem algumas pessoas irresponsáveis. Como tal opta por depositar naquele inadequado espaço.

Para que esta situação se resolva de vez e atendendo ao elevado número de restaurantes que utilizam o carvão para assar o saboroso peixe que se come por ali, penso que é altura de se colocar um recipiente adequado à recolha das cinzas, o que não me parece difícil de fazer caso não exista à venda no mercado.

Como está a situação é que não é nada, e não me parece bem a A.P.S.S. fazer um investimento substancial, dotando aquele local de um útil parque de estacionamento e de um agradável espaço e os Serviços de Higiene e Limpeza da Câmara Municipal de Setúbal não o dotarem dos equipamentos adequados, neste caso concreto de mais um recipiente próprio para recolha de cinzas.

Esperemos bem não ter de ver os turistas a fotografar aquele espaço, quando o relvado estiver ali colocado e for visível um monte de cinzas onde deveria estar um bonito tufo florido.

Rui Canas Gaspar
2015-janeiro-02

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