notícias, pensamentos, fotografias e comentários de um troineiro

terça-feira, 28 de abril de 2015

Uma vida gloriosa e um final infeliz

Luísa tinha a invulgar capacidade de cantar com a maior perfeição e expressão, não só na sua própria língua materna, o português, como também em francês, alemão, italiano e inglês, sendo considerada a meio-soprano mais célebre de todos os tempos.

Nasceu em Setúbal, no popular bairro de Troino, em 9 de janeiro de 1753, dois anos antes do grande terramoto que destruiria boa parte desta localidade. Porém, ela sobreviveria ao cataclismo vindo a falecer muito depois, com a vetusta idade de 80 anos, no primeiro dia de outubro de 1833.

Embora nascida à beira do Sado, pouco tempo da sua longa vida aqui passou. Aos 14 anos já cantava em Lisboa e, em 28 de julho de 1769, quando tinha apenas 16 anos, casaria na capital do reino com um violinista napolitano, que lhe daria o apelido de Todi.

Luísa Todi cantou e encantou os poderosos de praticamente todas as mais importantes cortes europeias da sua época e a admiração por ela era tão grande que Catarina II da Rússia convidou-a conjuntamente com o marido e filhos para a sua corte, tendo-a presenteado com joias fabulosas.

Um dia, em 1793, vem a Lisboa por ocasião do batizado de mais uma filha do herdeiro do trono, o futuro D. João VI. Aqui teve de ser ultrapassado um difícil obstáculo. É que sendo proibido as mulheres cantarem em público, Luísa Todi necessitou de uma autorização especial para o fazer.

A sua carreira internacional terminaria em Nápoles no ano de 1799 e depois de regressar a Portugal, ainda cantou no Porto em 1801, dois anos antes de enviuvar.

Esta rica cantora e cantora rica, viria a ficar pobre naquela cidade nortenha. É que as tropas de Napoleão Bonaparte, invadiram a cidade invicta e na atribulada fuga, quando atravessava a célebre ponte das barcas, em 1809, as suas joias perder-se-iam para sempre no fundo do Douro.

A nossa conterrânea que com a sua invulgar voz e enorme talento encantou meio mundo, mudar-se-ia para Lisboa em 1811 cidade onde residiu até final da sua vida.

Consta que tenha sobrevivido com grandes dificuldades económicas e afetada por cegueira.

Foi sepultada perto do Chiado, no cemitério da Igreja da Encarnação, mas com a construção de um edifício essa área ficaria por baixo das fundações do imóvel construído nas traseiras da Igreja, mais concretamente no nº 78 da Rua do Alecrim.

O maior vulto nascido em Setúbal, o expoente máximo do canto que Portugal já teve, jaz sem qualquer glória sob o pavimento de uma cave lisboeta.

Setúbal não esqueceu esta sua filha, dando o seu nome à mais importante avenida, construindo-lhe uma glorieta e atribuindo o seu nome à principal sala de espetáculos sadina.

Rui Canas Gaspar
2015-abril-28

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domingo, 26 de abril de 2015

Oito anos separam estas duas fotografias

Cada dia que passo pelas instalações daquela que foi a 7ª Bataria mais degradado vejo este espaço de património tão rico quer do ponto de vista material, quer do ponto de vista da sua invulgar panorâmica.

Vândalos que nada mais sabem fazer, encarregam-se de destruir tudo o que encontrem pela frente, enquanto que outros rapinam tudo o que seja vendável, nomeadamente o metal. E, ali, nem os fios de cobre que se encontravam enterrados para as transmissões internas escaparam.

Se as peças de artilharia ainda lá estão é porque são demasiado pesadas para serem transportadas, no entanto, até as velhas ventoinhas que amenizavam um pouco o ar dentro das estruturas metálicas há muito que desapareceram.

Se repararem nestas duas fotos, uma de 2007 e outra de 2015 verificarão que até o pequeno painel de azulejos que identificava a Unidade Militar sumiu. Aliás, foi uma das primeiras peças a desaparecer. Espero bem que tenham sido os militares que a retiraram e que a tenham levado para o museu.

Uma lástima, o estado em que se encontram estas amplas instalações dotadas de um tremendo potencial para os mais diversos fins, nomeadamente os relacionados com o turismo.

Até quando vamos assistir ao delapidar do património construído com o dinheiro dos nossos impostos? Se o Estado não tem capacidade para manter as estruturas, pois então que as venda com a condição de que sejam recuperadas num determinado período de tempo.

Como está é que não é nada! E é escusado gastar-se tempo e dinheiro a colocar vedações de rede metálica, porque isso é alimentar os malfeitores. O que interessa é dar uso ao edificado nem que seja passando para aquele espaço parte dos serviços do próprio Parque Natural da Arrábida, um destacamento da Guarda Nacional Republicana, ou mesmo um posto avançado dos Bombeiros.

Mas, no país onde ainda impera a burocracia e onde em cada Serviço, ou Departamento temos um reizinho todo poderoso à frente não me parece que estas sugestões possam passar da mais pura utopia!...

Rui Canas Gaspar
2015-abril-26

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sábado, 25 de abril de 2015

Lembro-me…

Lembro-me de que em determinado dia, nos finais de Abril, em meados dos anos sessenta, aparecer pelo chão nas ruas da baixa de Setúbal panfletos contra o governo totalitário liderado por Salazar, incentivando o povo a manifestar-se contra o regime.

Lembro-me que nesse dia, quando as lojas da baixa abriram a notícia começou a correr célere entre comerciantes e empregados das muitas casas comerciais que naquela noite a temível polícia política PIDE/DGS teria preso alguns conhecidos setubalenses, militantes comunistas, entre eles o dono  dos Armazéns Papeis do Sado e um senhor bem conhecido na Fonte Nova, onde naquele emblemático largo exercia as funções de alfaiate.

Lembro-me da enorme preocupação de minha mãe quando lhe contei estas novidades e lhe disse que tinha apanhado um daqueles panfletos no chão e que o tinha lido também.

Lembro-me de ter visto, naquele período de má memória, umas centenas de pessoas que se manifestaram pelas ruas da cidade, com a polícia correndo para os prender e, quando chegaram frente ao edifício da Caixa Geral de Depósitos, na Avenida Luísa Todi, arremessando pedras, partiram alguns dos vidros daquele edifício, ele também símbolo do Estado Novo.

Lembro-me de  alguns setubalenses escutarem às escondidas as notícias da Rádio Moscovo e de ouvir também da sua preocupação não fosse aparecer  um  carro com grandes antenas que detetaria a sua posição e então a polícia política tratava de intervir para os prender. Dizia-se então que um copo de água junto ao aparelho receptor originaria que o radiogoniómetro não conseguiria interceptar.

Lembro-me da preocupação de mães, esposas e namoradas, pelo facto dos seus ente queridos, tão jovens, serem mobilizados para as frentes de combate em África, temendo que alguns de nunca de lá viessem. E foram muitos os que lá faleceriam.

Lembro-me de outros que temendo a morte naquelas quentes terras de África preferiam cumprir o serviço militar obrigatório, servindo o dobro do tempo, nos gélidos mares da Terra Nova, pescando o “fiel amigo”, o bacalhau. Muitos desses jovens pescadores encontraram sepultura no fundo daqueles terríveis mares.

Lembro-me de ter sido obrigatoriamente incorporado no exército e porque a minha especialidade militar estivesse ligado aos serviços de criptologia, tenha sido obrigado a preencher uma ficha com os mais diversos dados individuais para poder ser alvo de observação pela PIDE/DGS.

Lembro-me de que quando cheguei da Guiné, dias depois e estando já a trabalhar na SETUBAUTO, ter recebido a visita de dois agentes da PIDE/DGS que trataram de mesmo ali procederem a um interrogatório, pelo simples facto de ter tido uma conversa com os colegas comentado uma notícia política, e, um deles ter passado a informação para aquela polícia.

Lembro-me de tanta coisa!… Das condições miseráveis em que a maior parte da população vivia. Nos bairros de lata que envolviam a nossa cidade, na ausência de condições sanitárias, nas dificuldades diversas do nosso dia-a-dia, que só quem não viveu nesse tempo não saberá dar o valor às conquistas que o nosso país conseguiu nestes últimos 41 anos.

Por tudo isto e mais alguma coisa, e sendo crítico de muitas das ações governativas nestes tempos de democracia, continuo a considerar que mais vale uma má democracia do que uma boa ditadura, e por isso mesmo dou vivas ao dia 25 de abril de 1974 que hoje se comemora.

Rui Canas Gaspar
2015-abril-25

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quinta-feira, 23 de abril de 2015

O Mercado do Bairro de Nossa Senhora da Conceição

O Estado Novo dispunha de um conjunto de projetos/tipo que lhe permitia executar obras, usando desenhos idênticos, introduzindo apenas pequenas alterações, poupando assim muito dinheiro em elaborados estudos e projetos.

Com este tipo atuação foram edificadas as Escolas do Ensino Básico que ainda hoje vemos um pouco por todo o país, edifícios como aqueles destinados ao Banco de Portugal, Escolas do Ensino Secundário e Liceus, Quarteis e até Bairros como aquele erigido em Setúbal e que foi batizado com o nome de Nossa Senhora da Conceição.

Numa antiga foto datada de 1942 podemos ver este bairro, tendo como vizinho o Bairro Santos Nicolau, onde curiosamente ainda eram visíveis alguns moinhos de vento.

E é neste bairro, com as suas características casas, “luxuosas” para a época em que foram construídas, que se encontra outra obra emblemática daquele período ditatorial: o Mercado do Bairro de Nossa Senhora da Conceição.

Trata-se de um belo edifício, construído propositadamente para ser um ponto de abastecimento de produtos frescos à população daquela zona da cidade.

Há longos anos que lá não ia e, quando a meio da semana ali entrei verifiquei que se trata de um espaço semideserto, podendo observar uma dúzia de comerciantes de ar tristonho junto às suas bancas de venda, mas sem que se visse por ali quaisquer clientes.

Pelo que constatei, cerca de metade das bancas das três alas do edifício encontram-se desocupadas sendo que uma inteira não está a ter qualquer utilização.

Espero ter passado por aquele local numa má hora e em dia de fraco movimento, caso contrário não sei se aquele emblemático espaço terá alguma viabilidade, tanto mais que agora o seu importante vizinho, o Restaurante Isidro dos Frangos, encerrou e se ele não era cliente estou convicto de quem fosse para aquelas bandas poderia eventualmente dar um pulinho ao mercado.

Seja como for, parece-me urgente olhar para aquele espaço de forma a dar-lhe um pouco mais de vida e dinamismo, ainda que essa dinâmica passe por um tipo de comércio e serviços, mais consentâneo com os tempos em que vivemos.

Rui Canas Gaspar
2015-abril-23

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quarta-feira, 22 de abril de 2015


O “segredo” da baixa estar a ficar mais bonita

Ao passar pela Rua Dr. Paula Borba (antiga Rua dos Ourives) reparei que  o edifício onde tinha funcionado uma das lojas Jaime Rendas estava a ser pintado por fora. Olhando melhor, ainda consegui distinguir que alguém limpava o interior das instalações.

Fiquei satisfeito por mais uma casa comercial estar prestes a ser reaberta. Ao notar que eram operários da Câmara Municipal que estavam a pintar o edifício ainda pensei que aquele espaço fosse abrir como alguma repartição camarária, por exemplo um posto de turismo.

Mas não, não é nada disso. Depois de dar dois dedos de conversa mesmo com quem não conheço, fiquei a saber que o espaço tinha sido adquirido por uma conhecida comerciante local que ali iria abrir um espaço comercial.

Quanto à pintura, embora o edifício não seja camarário, mas sim particular, a Autarquia cedeu o pessoal o proprietário comprou as tintas e o prédio está a mudar de aspeto para melhor, pois claro!

Trata-se de um tipo de parceria que já tem sido feita com outros proprietários da zona.

Ainda na baixa, despertou-me igualmente a atenção para um pequeno anúncio que remetia para a venda das pequenas e bonitas floreiras que embelezam muitas das casas comerciais. Pensava eu que eram oferta da C.M.S. com o objetivo de alindar aquele espaço. Mas não, os comerciantes adquirem a 10 euros cada, se as desejarem pintadas pagam mais cindo e depois compram os pequenos vasos com as plantas e colocam à porta.

Para aqueles que como eu pouco ou nada conheciam destes “segredos” pois então saibam que estão sempre a tempo de comprar as pequenas e bonitas floreiras, mas que também podem pintar o vosso prédio por metade do valor, ou seja comprando a tinta e recorrendo à Câmara que disponibiliza pessoal, que mesmo sem serem pintores profissionais, conseguem deixar os edifícios muito mais bonitos.

Rui Canas Gaspar
2015-abril-22

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terça-feira, 21 de abril de 2015

A louça de barro que já não volta

Certamente que todos nos lembramos do amplo espaço ocupado pelos vendedores de louça de barro, na zona poente da Feira de Santiago, quando a mesma se realizava na Avenida Luísa Todi.

Os mais velhos certamente se lembrarão que esse espaço era até maior e bem mais frequentado nos seus tempos de criança do que nos últimos anos.

Atualmente, com a feira a realizar-se nas Manteigadas o espaço ocupado pelos comerciantes que se dedicam a esses artigos é bem menor.

Mas, será pelo facto da deslocalização do certame para aquela zona da cidade que os comerciantes de louça de barro quase sumiram?

Creio que nada tem a ver uma coisa com a outra.

Quando era rapaz, em Setúbal, os mealheiros e os fogareiros a carvão eram feitos de barro, tachos e panelas também, as bilhas para ir buscar a água à fonte igualmente e por aí fora. Ora com tantos artigos de barro a sua indústria era florescente e bastantes aqueles que comercializavam o produto também.

Com a utilização do alumínio nos artigos domésticos, e a água a ser canalizada para todas as casas naturalmente começou a haver um acentuado decréscimo na indústria de artigos de barro e naturalmente no seu comércio.

Sendo assim, natural seria que muitas pessoas gostassem de ver as louças de barro na sua feira anual. Mas como poucas as adquiriam, logo os comerciantes que tinham elevadas despesas com transporte, taxas, licenças, etc. com vendas diminutas deixaram de ter interesse no negócio.

É claro que isto é transversal a todas as feiras e mercados do nosso país e não é uma questão que tenha a ver particularmente com a Feira de Santiago.

Os tempos são outros, a louça de barro, quer queiramos quer não faz parte do passado e, como tal, algum comerciante que para aí esteja virado é apenas por uma questão de venda de recordações e pouco mais que isso.

A Feira de Santiago desde a sua criação tem evoluído e mudado de espaço ao longo dos anos. Um destes anos deixará também as Manteigadas  para se vir instalar noutra qualquer zona da cidade. Mas, seguramente, que não será no antigo recinto da Avenida Luísa Todi e muito menos com aquele vasto espaço dedicado à louça de barro, uns artigos que estão condenados a ficar na memória daqueles que como eu tiveram a oportunidade de os apreciar e utilizar.

Rui Canas Gaspar
2015-abril-04

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sábado, 18 de abril de 2015

Somos todos fantasma?

Neste sábado 18 de abril de 2015, por volta das 17,30, um agente da divisão de Trânsito da PSP com o pirilampo da mota ligado começa a desviar o trânsito da Rotunda do Vitória. Mais à frente outro impede o acesso à Praça do Brasil e finalmente um carro patrulha da PSP atravessa-se na via, junto à Praça de táxis na Avenida dos Ciprestes impedindo ali o trânsito automóvel.

Poucos minutos passaram e começam a ouvir-se as buzinas dos automóveis parados em sinal de protesto porque a fila não andava depois de aberto o sinal verde. Os automobilistas retidos desconheciam que se tratava de uma manifestação tendo por tema o “fantasma”.

Isso mesmo, um grupo de algumas dezenas de manifestantes começava a sua marcha de protesto, seguindo atrás de uma tarja que anunciava “Somos todos fantasma” seguida de outra com a mensagem: “Não esqueceremos… Não perdoamos”.

Gritando e assobiando os manifestantes seguiram na direção da Avenida da Guiné Bissau, agora com duas faixas de rodagem, em vez das quatro de que dispunha e o trânsito automóvel deixou de circular em ambos os sentidos.

Chegada a manifestação à rotunda do Vitória e em vez de seguir para a 22 de Dezembro que por enquanto ainda tem duas faixas para cima e duas para baixo, entrou na Alexandre Herculano e mais uma vez todos os automóveis que deveriam circular nos dois sentidos ficaram parados ou tiveram de alterar o trajeto.

Não me vou debruçar sobre a bondade ou não da manifestação, vou apenas emitir a minha opinião sobre estas estranhas alterações de trânsito e de uma forma muito simples: Aquilo que está feito é uma autêntica cretinice que nem para manifestações serve e, como se isso não bastasse ainda temos “responsáveis” que autorizam manifestações seguindo por estes trajetos, quando havia outros alternativos.

De facto, parece-me que algo vai de mal a pior e não sendo todos fantasma, julgo que há por aí alguns que ao autorizarem estas aberrações são mesmo tapados de todo e, se calhar, nem sabem que o são!...

Rui Canas Gaspar
2015-abril-18

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Há 67 anos uma grávida de 9 meses numa tarde foi a Palmela a pé e voltou encharcada

Naquele domingo, dia 18 de abril de 1948, celebravam-se as festas pascais um pouco por todo o país e pelas ruas de Palmela após o almoço saía a procissão, na qual se incorporava bastante povo e muitas outras pessoas aglomeravam-se ao longo das estreitas e íngremes ruelas para assistir ao cortejo religioso.

Nove meses antes, em 27 de julho de 1947, a jovem e prendada Benilde, que tinha aprendido a costurar na Casa dos Pescadores, casara com o Francisco, um jovem e rijo pescador. Eles tinham nascido no bairro de Troino e ali ficariam a residir agora depois de casados pelo pároco da Igreja de Nossa Senhora da Anunciada.

A elegante Benilde estava agora com uma barriga bem avantajada, no seu ventre, ainda sem saber se era rapaz ou rapariga, já se mexia, e remexia o seu primeiro rebento, mas esse facto não a demoveu de querer ir ver a festa a Palmela.

O jovem casal convidou uma amiga lá da sua rua, que acabou por declinar o convite, pelo que o Francisco e a Benilde puseram pernas ao caminho e lá foram os dois para Palmela, subindo a encosta pelo tortuoso atalho que mais tarde ficaria conhecido por estrada da cobra.

Chegaram ao alto da vila a tempo de assistir à procissão e, depois da mesma passar trataram de retornar a casa calcorreando os 8 quilómetros que distam estas localidades uma da outra.

À entrada de Setúbal, no Rio da Figueira, o céu que se apresentava carregado resolveu abrir as comportas e uma chuvada tão forte desabou sobre o casal, que nem o facto de se terem recolhido na ombreira da taberna do “Ás de Paus” (porque era feio as senhoras entrarem naquelas casas…) os salvou de ficarem encharcados até aos ossos.

Poucos minutos faltavam para chegar à Rua das Oliveiras e logo que a chuva deu tréguas percorreram o restante caminho até ao conforto da sua pequena casa.

Na segunda-feira, bem cedo, o Francisco ainda não tinha saído para o mar, quando a Benilde lhe pediu que fosse chamar a parteira porque pressentia que estava prestes a dar à luz.

Apressado e atarantado o rapaz foi falar com um familiar que morava na porta ao lado e lá foram ambos chamar D. Esguita, a parteira que assistia naqueles tempos  à maioria dos partos em Troino e arredores.

Mal a parteira chegou, mandou aquecer no fogareiro uma panela de água, para lavar aquele ou aquela que estava prestes a pôr a cabeça de fora para ver o que se passava neste mundo. Minutos depois, foi o tempo da água aquecer, e um rapaz, curioso, espreitava para ver a luz do dia naquele distante 19 de abril de 1948.

Na véspera, bem embalado no ventre de sua mãe, tinha calcorreado cerca de duas dezenas de quilómetros a pé, serra abaixo, serra acima e agora, cá fora, preparava-se para outra longa jornada pela vida fora.

O meu pai contou-me esta bela história e, depois de o escutar e meditar, conclui que tenho a quem sair, andarilho e curioso, como a minha falecida mãe!…

Rui Canas Gaspar
2015-abril-18

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sexta-feira, 17 de abril de 2015

Parece que em Setúbal para sermos ricos só nos falta o dinheiro

Ainda não se deram por concluídas as obras que têm vindo a ser levadas a efeito na esburacada Avenida Alexandre Herculano  e artérias limítrofes e já se está a anunciar a existência de um grande projeto de remodelação para a Avenida 22 de Dezembro, aquela que fica no lado oposto à Alexandre Herculano, com o Parque do Bonfim entre elas.

O novo projeto com orçamento que ultrapassa os 300 mil euros, prevê a supressão do parqueamento automóvel existente debaixo das bonitas laranjeiras que alindam e dão sombra à placa central, devendo os seus proprietários ir estacionar os pópós algures na zona dos Arcos.

A placa central será então ajardinada. Mas, antes disso acontecer a avenida será toda esventrada para substituição dos antigos coletores que por ali passam.

É suposto que os autores do anunciado projeto saibam que por debaixo dessa avenida também corre a Ribeira do Livramento e mexer ali, embora para a engenharia nada de especial possa acontecer, mas o mesmo não dirão os financeiros…

Gostaria de ver a minha cidade, sobretudo a zona envolvente do Parque do Bonfim, repleta de bonitas e bem cheirosas laranjeiras, um símbolo da nossa terra, num local onde outrora eram abundantes.

Porém, acho sinceramente que não só não irei ver esta minha ambição concretizada, como igualmente temo pela vida daquelas dezenas de árvores emblemáticas setubalenses que se encontram na tal placa central com profunda transformação anunciada.

Não sou contra o progresso, nem me oponho a mudanças de visual, desde que tenhamos verba para isso. Mas aprendi desde muito pequeno com o povo da minha terra uma importante máxima: “quem não tem dinheiro não tem vícios” e, pelos vistos, metal sonante é coisa que não abunda por estas bandas, embora tenhamos por cá alguns artistas que para serem ricos só lhes falta o dinheiro.

Rui Canas Gaspar
2015-abril-17

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quinta-feira, 16 de abril de 2015

Uma oportunidade para beneficiar uma área da cidade

45.000 euros é o preço que  está a ser pedido pela comercialização da casinhota em ruínas que se encontra encostada ao Aqueduto dos Arcos.

São setenta e tal metros de área de implantação num terreno que rondará os 300 metros quadrados.

Nada mais poderá ali fazer do que reconstruir o que lá está, portanto não vale a pena conjeturar ou engendrar o que quer que seja.

Porque se trata de um espaço que pode ser recuperado, para colocar à vista mais uns metros do Aqueduto dos Arcos, em minha opinião a casa deveria ser demolida e o terreno incorporado no Parque dos Arcos.

Mas… das duas quatro:

1ª Ou o dono daquele espaço oferece-o à cidade para incorporação no jardim.

2ª Ou um mecenas compra e faz uma doação à Autarquia com a mesma finalidade.

3ª Ou a Câmara paga o valor permitido por Lei e procede à expropriação para integração no espaço público.

4ª Ou então o Executivo permuta aquele espaço com um outro terreno camarário e liberta o vetusto aqueduto daquele mono ou de outro que ali venha a ser reconstruído.

Se devidamente negociado penso que todos poderíamos sair a ganhar:
A cidade via recuperado mais um espaço histórico.

Quem eventualmente comprar aquilo para habitação deixa de estar sujeito a que lhe entre uma qualquer viatura pela casa dentro, atendendo à perigosa localização da edificação.

Se alguém adquirir a velha casa com o objetivo de fazer dali algum negócio, bem pode esperar sentado à espera do cliente, atendendo igualmente à sua localização.

No caso de permuta o proprietário poderia ficar com outro espaço mais fácil de negociar e provavelmente por melhor preço.

É claro que tudo o que aqui disse é a minha opinião e minha convicção, sem qualquer intenção que não seja a de partilhar a informação, dado que desconheço em absoluto quem será o proprietário do prédio, não conheço a mediadora que está a intermediar o negócio, nem sequer sei se a Câmara Municipal tem algum plano de intervenção preparado ou em preparação.

Como tal, a minha opinião de cidadão livre e independente vale o que vale e nada mais do que isso.

Rui Canas Gaspar
2015-abril-16

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domingo, 12 de abril de 2015

O “Mijão” sportinguista

“Mijão” é um típico termo setubalense para designar uma pessoa com sorte ao jogo.  É claro que o termo também naturalmente se aplicará a quem ande aí pelos cantos a urinar frequentemente.

E foi quando milhares de pessoas já se concentravam em redor do Estádio do Vitória Futebol Clube para assistir a esta importante partida de futebol entre o Sporting Clube de Portugal e o nosso ENORME Vitória Futebol Clube, um jogo que quase poderemos comparar entre David e Golias, embora tal como na história bíblica o gigante Golias tenha levado na cabeça do pequeno David que fomos surpreender este “mijão” do Sporting.

Esperemos que quando as equipas se defrontarem no Bonfim, daqui a uns minutos, sejam os vitorianos os “mijões” e que os Golias sportinguistas possam sair daqui com mais vontade ir aliviar-se a um qualquer WC.  

Mas, deixemos esta prosa um tanto ou quanto mal cheirosa, para manifestar o agrado ao verificar que uma equipa de limpeza da Autarquia sadina, andava pelo meio da multidão tentando apanhar o muito lixo que alguns “desportistas” mal formados teimam em atirar para o chão.

Uma iniciativa que revela o cuidado colocado pelos responsáveis da nossa cidade na sua apresentação e higiene.

Mas, a imagem é por demais elucidativa! E porque qualquer um de nós pode ter uma aflição, porque não colocar, nestas alturas de grande afluência de público uns instalações sanitárias portáteis em torno do estádio, ajudando assim  aqueles que se sentindo em aflição não têm lugar para se aliviar?

Sim, porque a entrar tanta cerveja naqueles sequiosos corpinhos, ainda antes do jogo, ela depois de devidamente tratada pelo organismo terá necessariamente de sair e, nesse caso, com ou sem pessoas à volta qualquer recanto pode servir, o que não deixa de ser lamentável e indesejável.

Rui Canas Gaspar
2015-abril-12

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sábado, 11 de abril de 2015

A Arrábida não se descobre, vai-se descobrindo!...

Hoje, sábado, dia 11 de abril de 2015, tive o prazer de me encontrar algures na Arrábida com o espeleólogo Francisco Luís Rasteiro, autor do livro Flora da Área Cársica do Concelho de Sesimbra, um excelente trabalho que nos mostra a muito diversificada flora existente no Parque Natural da Arrábida.

Foi uma excelente oportunidade para trocar galhardetes, ele com o seu belo livro sobre a flora do P.N.A. e eu com o meu Arrábida Desconhecida, um livro de aventura e simultaneamente um roteiro ecoturístico do Parque Natural da Arrábida.

O Francisco Rasteiro é um dos membros fundadores do NECA (Núcleo de Espeleologia da Costa Azul)  o grupo que descobriu e tem vindo a explorar o maior tesouro da Arrábida e um dos mais importantes do seu género até agora descobertos em Portugal, trata-se da quase desconhecida e lindíssima Gruta do Frade, uma raridade que se encontra no Parque Natural da Arrábida.

Um soberbo livro com 300 páginas e contendo centenas de belíssimas fotos foi editado pelo NECA com o apoio da Associação dos Municípios da Região de Setúbal mostrando-nos o que se pode admirar neste santuário subterrâneo, um dos muitos mistérios que a Serra-Mãe encerra bem guardado no seu ventre.

Tratou-se de uma excelente oportunidade para trocarmos impressões e partilharmos conhecimentos e experiencias sobre um espaço que ambos amamos e tão querido a muitos dos habitantes sobretudo aqueles que residem nos concelhos de Setúbal, Sesimbra e Palmela, espaços abrangidos pelo P.N.A. 

De facto, vale a pena cada vez mais aprofundarmos os nossos conhecimentos sobre a maravilhosa Arrábida, um espaço invulgar, que não se descobre, vai-se descobrindo!...

Rui Canas Gaspar
2015-abril-11

Rui Canas Gaspar

sexta-feira, 10 de abril de 2015

“Guerra de cães e gatos” no Miradouro de São Sebastião

Eram 24 animais até há algum tempo. Porém, certo dia, alguém que não gostava deles tratou de preparar algo venenoso que acabaria por eliminar parte do grupo de felinos residentes na zona do Miradouro de São Sebastião.

Hoje são 12 os gatos que compõem a colónia residente naquele local e que é acarinhada por alguns moradores que lhes fornecem comida e água fresca, mas igualmente pouco querida de outros, mais amigos dos cães.

E como cão e gato raramente se dão bem, também entre os moradores já tem havido algumas desavenças entre os protetores dos gatos e os donos dos cães.

Dez dos doze gatos estão esterilizados e apenas dois o não estão. Quem ajuda estes animais conhece-os bem e até sabe a quem pertencem os dois que não estão esterilizados mas que se encontram entre os outros componentes daquele grupo.

O que acontece com os simpáticos cães e gatos é que os animais não tem local próprio para fazer as suas necessidades fisiológicas e os donos estão obrigados a apanhar os seus dejetos, sob pena de coima.

Hoje reparei que naquele local, bastante visitados por turistas nacionais e estrangeiros, foi colocada uma placa de aviso no sentido dos donos dos cães apanharem os dejetos dos seus animais.

Ao comentar aquela novidade com um dos moradores do “partido dos gatos” logo este tratou de me informar que pouco depois de ter sido colocada a dita placa informativa, logo alguém, afeto ao “partido dos cães” teria colocado uma folha de papel onde escreveu que o mesmo aviso se destinava também aos dejetos dos gatos.

Ora como quer os cães, quer os gatos, quer até os seus donos, ou seus protetores são setubalenses, moradores naquela zona, é bom que todos se entendam no sentido de tal como alimentam os animais, também procedam à remoção dos seus dejetos, o que diga-se em abono da verdade que muitos deles já o fazem.

Por outro lado é bom que a CMS ou a JFSS tenham mais em atenção a este espaço no que se refere à limpeza e desinfeção, dado que a questão dos felinos e canídeos é uma situação real e o local é por demais frequentado para que não haja uma adequada vigilância sanitária.

Aqui fica divulgada uma situação de “guerra de cães e gatos”  ignorada de muitos dos nossos conterrâneos que assim têm a possibilidade de ficar a conhecer um pouco mais sobre estas caricatas  coisas de Setúbal.

Rui Canas Gaspar
2015-abril-10

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quinta-feira, 9 de abril de 2015

Alguém anda impunemente a poluir o nosso belo rio azul

Ao final da manhã de hoje quem observasse o nosso belo rio azul, ali para as bandas da estacada nº 1, onde está acostado o EVORA, podia observar uma mancha de poluição com uma área estimada na ordem dos 500 M2.

Parte da mancha que andava ao sabor da maré rodeava o barco e alguma dela já se deslocava para a entrada da Doca dos Pescadores.

Já não é a primeira vez que isto acontece, sendo que há cerca de um mês caso idêntico aconteceu naquela zona o que levou um pescador desportivo a alertar as autoridades marítimas dando conta da ocorrência.

De facto, trata-se de um caso estranho, dado que parece ter sido observado que o produto poluente saiu de uma antiga boca de esgoto, que se encontra naquela estacada, junto à popa do EVORA.

O mistério reside no facto daquela boca de esgoto estar considerada como estando desativada.

Atendendo à gravidade da situação o armador do EVORA contatou telefonicamente a APSS dando conta da ocorrência e chamou a Polícia Marítima que se deslocou ao local tendo fotografado a mancha poluidora e recolhido amostras da água destinada ao envio para análise.

Se a tal boca de esgoto se encontra desativada, certamente que a Câmara Municipal deverá ter de fazer uma vistoria à rede para efetivamente poder saber o que se passa. Digo eu!...

Este é mais um mistério que deverá ser desvendado pelas competentes autoridades, porquanto se trata de um caso de saúde pública, para além de ser uma péssima imagem para o nosso belo rio azul, que assim vê as suas límpidas águas conspurcadas sabe-se lá por quem.

Rui Canas Gaspar
2015-abril-09

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terça-feira, 7 de abril de 2015

Um portão encerrado que não serve nada nem a ninguém

É sabido que as antigas instalações da SADONAVAL estão destinadas a ser demolidas e com esta ação ficará interligada toda a vasta zona entre a Doca dos Pescadores e a Toca do Pai Lopes, podendo-se então dizer que o Sado foi devolvido à cidade de Setúbal.

Esta é de facto uma obra grandiosa digna de todos os elogios, embora algumas situações de pormenor venham a ser afinadas em devido tempo, nomeadamente a retirada das enormes pedras existentes na zona poente da Praia da Saúde.

A qualquer hora do dia podemos ver aqui uma enorme quantidade de pessoas de todos os escalões etários e de todas as categorias sociais, a usufruir deste espaço de eleição, vocacionado para o lazer, para o desporto e para a manutenção da boa forma física.

Pelas suas características também este local é por vezes utilizado para a realização de eventos diversos, quase sempre com muito boa afluência de público.

O acesso à primeira fase deste espaço encontra-se estrangulado entre o velho edifício fabril e o muro de contenção de terras, pelo que o passeio para peões é interrompido a determinado ponto, disputando-se a passagem entre peões e viaturas automóveis.

Por isso mesmo é que se torna incompreensível que os portões exteriores de acesso às instalações da SADONAVAL estejam encerrados, porquanto muitos dos utentes do PUA poderiam circular por ali e desta forma estar mais protegidos das viaturas automóveis.

Não me parece que haja qualquer motivo justificável para que estes portões estejam fechados, porquanto as pessoas podem entrar ou sair pela parte lateral caminhando por entre pedras, ferros ou areia da praia, desnecessariamente.

E porque o encerramento deste portão não serve nada, nem ninguém é que o mesmo é motivo recorrente dos mais diferentes comentários dos utentes daquele agradável espaço.

Sendo assim, seria bom que os responsáveis autárquicos tomassem em linha de conta este assunto, tão simples de resolver, e fossem céleres na sua decisão. É que por mais de uma vez já tive oportunidade de verificar a eminencia de acidentes naquele local.

E como mais vale prevenir que remediar, acho que deverão tomar as medidas necessárias e urgentes, no sentido de retirar dali o cadeado símbolo de falta de qualquer coisa por parte de quem teve tão triste e desnecessária iniciativa.

Rui Canas Gaspar
2015-abril-07
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Embora não concordando em absoluto com a justificação da Câmara Municipal para o encerramento dos portões, gostaria no entanto de partilhar a explicação que o porta-voz do Executivo Municipal entendeu dever prestar-me, o que naturalmente agradeço.

“Na verdade, os portões estão fechados porque entendem os serviços municipais que a sua abertura colocaria sérios problemas de segurança aos utentes do espaço, já que os portões permitem a saída direta para a estrada, sem qualquer obstáculo ou espaço em que possa esperar pela passagem de viaturas que por ali circulam, com a agravante de que, quem sai, por ter o edifício à esquerda, perde a visibilidade das viaturas que vêm do lado do PUA. É fácil imaginar situações de crianças que por ali circulem de bicicleta, ou mesmo adultos, e saiam para a estrada de forma mais distraída e provocar acidentes e danos pessoais graves que queremos evitar.
Há, pois, um motivo justificável para o encerramento dos portões.”



sábado, 4 de abril de 2015

“Abaixo a reação!”

Naqueles agitados anos setenta do século passado eram comuns as manifestações político/partidárias, sendo recorrente ouvir-se entre as formações de esquerda as palavras de ordem: “abaixo a reação” e “a reação não passará”.

Porém, estou em crer que foram poucos aqueles que gritavam os slogans e também aqueles que os escutavam que alguma vez se debruçaram sobre o significado de tais palavras.

No fundo o que se pretendia era manifestar a oposição a quem defendesse um regime de governo que não fosse afeto aos partidos ou grupos de esquerda.

Mas, em minha opinião, a reação não é nada mais do que uma manifestação de oposição a uma ação de que não gostamos e se a ação é lícita a reação também não o deixará de ser, embora esta apareça depois da outra.

Curiosamente passados dezenas de anos, regra geral, os políticos ainda não se habituaram à ação, mas continuam sintonizados para a reação, ou seja, em vez de anteciparem um acontecimento, ou suas consequências, reagem perante uma qualquer ação.

Ao chegarem ao hotel do INATEL, na cosmopolita cidade algarvia de Albufeira, os turistas nacionais e estrangeiros depararam-se com um autêntico lago de águas estagnadas e mal cheirosas, sob as suas janelas, uma situação que deixava qualquer um boquiaberto, tanto mais que a unidade hoteleira é bastante procurada por famílias com crianças que procuram usufruir deste período de férias escolares.

Já aquela localidade se encontrava repleta de turistas nacionais e estrangeiros, quando ao fim de vários meses desta desagradável situação, que originou fuga de clientes daquela unidade hoteleira, chegaram finalmente duas máquinas da autarquia para solucionar o problema.

Na quinta-feira, dia 2 de abril de 2015, as águas estagnadas ficariam debaixo de umas toneladas de areia, um trabalho que poderia e deveria ter sido feito com antecedência, não fossem os autarcas algarvios responsáveis por Albufeira reagir seguramente a tantas reclamações.

Perante tanta inércia, sem dúvida que a Câmara Municipal de Albufeira prestou um péssimo serviço à promoção turística do País em geral e do seu concelho em particular, o que é por demais incompreensível, sabido que esta é a sua “galinha dos ovos de ouro”.

E porque eu continuo a gostar muito mais da ação do que daquela outra frase, é que, neste como em tantos casos como este, não me cansarei de gritar o velho slogan revolucionário: ”abaixo a reação’”.

Rui Canas Gaspar
2015-abril-04

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