Será que depois de Troia vamos ficar sem a Arrábida?
Tudo foi
conduzido no maior segredo, ou não fosse o negócio envolver largos milhões de
euros e nele participarem tubarões da alta finança.
A
comunicação social ainda nada divulgou e se não fosse a internet o povo continuaria
na ignorância. Felizmente que centenas de pessoas estão já a partilhar a
notícia nas suas páginas e grupos sociais.
“Parece
um sonho! Nada irá ser como dantes na Arrábida, depois da transformação da desativada
7ª Bataria de Artilharia de Costa num hotel de luxo e da zona ocupada pelo
refeitório dos oficiais vir a tornar-se no mais elegante restaurante da
Península Ibérica”. Afirmou Maria Palas, Subsecretária de Estado para a
Reconversão do Património Degradado.
Devido à
crise na construção civil, que originou uma acentuada quebra de consumo de
cimento, a empresa antecipou a desativação da exploração conseguindo como
contrapartida a autorização da construção de um luxuoso condomínio fechado a edificar
nas plataformas de exploração de inertes. Uma área que têm vindo a ser
amplamente arborizada com esse objetivo no horizonte.
As edificações
a construir ficarão dissimuladas entre a frondosa vegetação e a sua arquitetura
inovadora permitirá que as mesmas passem quase despercebidas até para quem
olhar para a serra a partir do Sado.
O cais
de atracação de navios que chegam à cimenteira para carregar será adaptado para
cruzeiros que ali desembarcarão e embarcarão passageiros depois de uma curta
estada.
Foi ali
que ficou atracado o enorme e luxuoso iate do patrão do Chelsea. Este teve
oportunidade de sobrevoar a Arrábida, no seu helicóptero particular, fazendo um
pormenorizado reconhecimento, antes de se dirigir para a reunião de negócios na
capital.
A zona
de parqueamento de materiais à beira do mar será transformada numa imensa praia
artificial de fina areia branca, um espaço que será coberto com material
translucido de forma a poder ser utilizado durante todo o ano. Ele será
decorado com luxuriante vegetação, a exemplo do que já foi feito em Soporo, no
Japão.
“Do ponto de vista ambiental e económico, tudo
se apresenta perfeito e vantajoso para o Estado e para os investidores
particulares”, afirmou o Eng. Manuel Rasquinha, Secretário de Estado da
Recuperação Paisagista, após a reunião privada que manteve com o milionário
Ibramovic, dono dos blues, aquele que se
supõe seja o principal investidor e parceiro da cimenteira.
Não foi
apurado se este negócio de milhões teve ou não a mão de José Moirinho, o
conhecido técnico setubalense, sabido do seu amor pela Arrábida e pela terra
que o viu nascer.
De notar
que o projeto está calculado para que venham a ser criados cerca de 2.750 novos
postos de trabalho, depois de concluído, o que se prevê venha a acontecer dois
anos após o início da construção prevista para o último trimestre deste ano.
Entretanto,
já começaram os trabalhos preparatórios, com a vedação de alguns espaços bem como
a colocação de estranhos “postos de controle” e colocação de cancelas na
estrada que passa pelo alto da serra, o que nos leva a pensar se aquele projeto
turístico para a Arrábida será acessível a todos ou apenas a alguns
privilegiados, temendo que venha a acontecer o mesmo que em Troia onde se
deixou de ver os barcos apinhados de setubalenses que para ali iam usufruir da bela
praia dos seus antepassados.
Tudo
indicia para que depois de Troia os setubalenses em breve farão adeus à
Arrábida, caso não tomem consciência da grave situação que parece estar já em
curso.
Como já
temos esse triste exemplo, o melhor mesmo é estar atentos e alertar todos os
que pudermos, divulgando aquilo que a comunicação social ainda não o fez, e
vamos lá nós saber porquê…
Rui Canas
Gaspar
2015-04-01
www.troineiro.blogspot.com
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O texto acima é fruto de imaginação e foi divulgado no âmbito da tradicional mentira de primeiro de abril
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O texto acima é fruto de imaginação e foi divulgado no âmbito da tradicional mentira de primeiro de abril
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