notícias, pensamentos, fotografias e comentários de um troineiro

quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

E assim começava o ano novo em Setúbal

Era o tempo em que os homens não iam ao mar. Estávamos em pleno defeso da pesca da sardinha e se não pescavam não ganhavam e se não vinha dinheiro era complicado fazer frente às inadiáveis despesas básicas.

As mulheres também não iam trabalhar nas fábricas de conserva de peixe porque essas também se encontravam paradas neste período por falta de matéria-prima e, como tal, também mesmo com os seus magros proventos não poderiam ajudar nas despesas domésticas.

Alguns conseguiam que as mercearias lhes dessem fiado, outros recorriam aos prestamistas a quem empenhavam o pouco que tinham ou que pediam emprestado para o fazer, de forma a conseguir o dinheiro para comprar alguma comida e para comprar o carvão para acender o fogareiro ou adquirir um pouco de petróleo para o fogão.

Outros mais previdentes tinham posto a secar uns cações, apanhados uns meses antes, que agora comiam como se fosse bacalhau acompanhado com umas batatinhas compradas ao “tio Isidoro” que com o seu burro vinha lá das bandas de Palmela vender os seus produtos. Era um ótimo manjar de fim de ano…

Quando chegava a meia-noite havia festa rija. Era o ano velho que partia e o novo era suposto mostrar-se mais farto, pelo que o melhor era mesmo cumprir a tradição e mandar pela janela fora algum tacho de barro que já não estivesse em condições, um prato falhado, ou qualquer objeto de uso doméstico que já se considerasse de pouca utilidade.

Tudo isso era feito ao som de dezenas de tampas de tachos ou panelas a bater uns nos outros, e aquele que tivesse o relógio mais certo, ou mais apressado, era o que começava e logo todas as janelas de Troino se abriam e o chinfrim fazia-se ouvir por toda a cidade de Setúbal.

Não foi nem uma nem duas vezes que o azar bateu à porta de algum menos avisado, que deambulando pelas ruas mal iluminadas, com ou sem um copinho a mais, levaria com um desses objetos na cabeça.

Era assim a passagem do ano em Setúbal há cerca de meio século, quando a generalidade das casas não dispunham de frigorífico, máquina de lavar, fogão a gás, ou até mesmo casa de banho e a higiene (semanal) era feita dentro de uma grande bacia ou alguidar colocado na cozinha.

O fogo-de-artifício apenas existia na fértil imaginação das crianças e a música era ouvida pela generalidade dos vizinhos à porta de um deles que tinha adquirido uma telefonia com onda marítima para poder escutar as comunicações dos barcos de pesca e que também servia para ouvir os folhetins radiofónicos e uns fadinhos que a D. Amália tão bem sabia cantar.

Os tempos mudaram, felizmente, e mesmo em crise, o pessoal lá vai para a festança da passagem do ano, cada um de acordo com o seu gosto ou com a sua bolsa, mas com o mesmo sentimento de antigamente que o próximo ano possa vir a ser melhor que este.

Outros setubalenses também  não deixarão de vestir umas cuecas novas, de cor azul, como mandava a tradição, outros ainda envergarão sabe-se lá o quê, provavelmente uma tanga!...

Rui Canas Gaspar
31-dezembro-2015

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terça-feira, 29 de dezembro de 2015

E que tal se aprendêssemos um pouco mais sobre o que a Bíblia ensina?

Naquela que desde há muito é conhecida pelos setubalenses como a Rua Direita de Troino e que posteriormente foi rebatizada com a designação de Rua 25 de Março para chegar aos nossos dias com e denominação de Rua Fran Paxeco, no nº 44, podemos encontrar na esquina com a Travessa do Carmo o imóvel que é popularmente conhecido como a Casa das Quatro Cabeças.

Três dessas cabeças encontram-se esculpidas no cunhal do edifício afirmando-se que uma delas representa D. João II e as outras duas serão dos conspiradores que o tentaram aqui assassinar no dia da procissão do Corpo de Deus.

A outra cabeça encontra-se esculpida no lintel por cima de uma inscrição em latim (Si Deus pro nobis, quis contra nos) uma citação parcial do versículo 8 da Epístola de S. Paulo aos Romanos: “Se Deus é por nós, quem será contra nós?”

Pois aqui está uma boa pergunta para uma nem sempre fácil resposta, nem ontem quando aquele monarca português governava o nosso reino, nem hoje o será certamente para a antiga escuteira que governa a autarquia sadina.

Hoje tive a oportunidade de observar com mais pormenor as obras que se encontram em curso naquela casa, propriedade da autarquia, agora já sem andaimes, tapumes e grua, porém obras inacabadas e com os trabalhos parados.

No mesmo livro sagrado, a Bíblia, onde o escultor foi buscar inspiração para gravar na pedra o versículo 8 de Romanos, os novos construtores bem poderiam inspirar-se agora de novo no mesmo livro e inscrever o versículo 28 de Lucas 14.
Provavelmente seria igualmente adequado já que o mesmo encerra um ensinamento milenar que reza assim: “Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar?”

Pois é, Setúbal chega ao fim de 2015 com esta e outras obras por acabar e todas pelo mesmo motivo, pena é que muitas pessoas não aprendam com os ensinamentos deste livro sagrado para os crentes e certamente de grande utilidade para os que se dizem ateus.

Rui Canas Gaspar
2015-dezembro-29

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domingo, 27 de dezembro de 2015

Setúbal prepara-se para receber pequenos navios de cruzeiros

O ano de 2016 encontrará Setúbal mais bem apetrechada com os necessários meios para receber embarcações de passageiros de maior calado, nomeadamente pequenos navios de cruzeiro.

Sob a responsabilidade da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS) no final do ano de 2015 podiam ver-se máquinas e materiais a serem movimentadas no molhe de apoio e proteção frente à doca dos pescadores, indiciando assim o começo dos trabalhos que irão dotar aquele espaço de novas valências.

O objetivo destes trabalhos de engenharia hidráulica prendem-se certamente com o aproveitamento desse molhe exterior, de forma a conseguir-se as necessárias condições técnicas de atracação de grandes embarcações emblemáticas, como tem vindo a acontecer, mas também para acostagem de pequenos navios de cruzeiros de pequena dimensão e temáticos.

A APSS por intermédio do Anúncio de procedimento 5629/2015, lançou o concurso para uma empreitada de obras públicas tendo como objetivo a colocação de defensas no molhe de proteção à Doca dos Pescadores, trabalhos com um valor base de procedimento na ordem dos trezentos mil euros.

Este amplo espaço quando estiver devidamente recuperado e dotado com os necessários apoios, nomeadamente as defensas marítimas e os resistentes cabeços de amarração, funcionará em complementaridade com o cais nº 2, já utilizado por embarcações marítimo-turísticas de médio porte.

Setúbal prepara-se assim para poder vir a receber mais turistas por esta emblemática porta que é o nosso rio azul, saibamos também em terra complementar o esforço que está a ser feito nas águas do nosso Sado.

Rui Canas Gaspar
2015-dezembro-27

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Silêncio Setúbal porque se vai cantar o fado.

O velho pescador olhava com ternura para o seu bisneto e sorria quando aquela criança de apenas sete aninhos bastou dar uma rápida vista de olhos  à sua maquineta para responder a uma pergunta que tinha sido feita à mesa sobre que tempo iria fazer no dia seguinte.

A criança que brincava com o seu tablet foi a primeira a responder para surpresa do idoso, informando até qual a temperatura do ar. Ela tinha acedido ao programa de meteorologia e rapidamente estava em condições de emitir a informação atualizada.

- Vocês agora sabem tudo graças a esses computadores! Antigamente só se sabia alguma coisa quando vinha no jornal “setubalense”, ou então quando transmitiam pela telefonia…

E foi a propósito das novas tecnologias que a conversa se desenrolou e todos ficamos a conhecer aquele engraçado episódio passado no popularmente conhecido Largo da Palmeira.

É que a taberna do Manuel Coutinho, a tal pioneira do choco frito tal como hoje é largamente comercializado em Setúbal, também foi uma das primeiras casas comerciais de Troino a adquirir uma telefonia.

Ao final da tarde podia ver-se a pequena multidão que se aglomerava à porta da taberna para escutar as músicas que aquela caixinha mágica transmitia e, certo dia, ouvia-se o fado.

Amália Rodrigues cantava e encantava toda aquela gente que à porta da taberna do Manuel Coutinho silenciosamente escutava, quando de repente uma criancinha desatou a chorar, incomodando os ouvintes.

Eis que a mãe que a segurava ao colo logo tratou de a repreender dizendo: “Cala-te moça, não vez que é a D. Amália que está a cantar?!...”

Provavelmente essa pequenita é hoje uma admiradora da canção nacional, os seus netinhos também já brincam com tablets e é uma daquelas muitas setubalenses que aprendeu que quando se canta o fado faz-se silêncio, seja na telefonia ou ao vivo.

Rui Canas Gaspar
2015-dezembro-27

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sábado, 26 de dezembro de 2015

Quem quer ir dar um passeio até à Aldeia do Chinelo?

Imaginem se ouvissem alguém comentar que: “fui dar ao chinelo” para as bandas de Aranguês. Aquela zona da cidade ali para os lados do que resta das muralhas que protegiam Setúbal, imediatamente a seguir à linha de caminho de ferro onde se situa a Escola do 2º ciclo do mesmo nome e o hotel com a mesma designação.

Já agora, para os que possam não conhecer a expressão idiomática “fui dar ao chinelo” saibam que isso significa de entre outros que fui dar um giro, ou seja, passear.

Mas, se poucos portugueses ignoram o sentido da frase, muito provavelmente serão mais aqueles como eu que não sabiam que quando Setúbal ainda era comportada dentro das suas muralhas defensivas, existia junto à mesma um aglomerado populacional que era designado por “Aldeia do Chinelo” e sabem onde ficava esse aglomerado? Precisamente onde hoje se situa Aranguês, ali para as bandas do Hospital de São Bernardo.

Fui descobrir esta curiosidade hoje ao ler o soberbo livro da autoria da investigadora setubalense Maria da Conceição Quintas que foca este pormenor na sua História do Porto de Setúbal.

De facto, a nossa terra contém um enorme manancial de temáticas para desenvolver, com os mais diversos assuntos para conhecer, cada um deles mais interessante que o outro, como esta curiosidade da Aldeia do Chinelo.

Não há dúvida que não posso deixar de recomendar aos meus amigos que se quiserem saber mais sobre esta terra, que não para de nos surpreender, independentemente do que possam ler sobre a mesma pois então que deixem o carrinho à porta de casa e vão dar ao chinelo, partindo à descoberta das nossas coisas de Setúbal, nem que seja ali para os bandas de Aranguês.

Rui Canas Gaspar
2015-dezembro-26

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quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Setúbal é ímpar e sui generis no que toca a alguns conterrâneos que por cá temos.

Escrevo esta pequena crónica, neste friorento segundo dia de Inverno, confortavelmente vestido com um quentinho e confortável pijama que o Pai Natal teve a feliz ideia de adquirir e me ofertar no ano passado, comprado pelo velhinho das barbas brancas numa das lojas do comércio tradicional da baixa de Setúbal.

Novamente as habituais prendas de Natal cá de casa foram igualmente adquiridas na baixa desta minha cidade, um espaço onde há de tudo e para todos os gostos e faço-o não por pena dos comerciantes, o que seria ridículo, mas sim porque gosto de o fazer e sei que o devo fazer, pois vou ali adquirir o que exatamente quero.

Cada um tem o livre arbítrio e vai fazer as suas compras onde quer e, neste caso das compras natalícias também as faz onde muito bem entende e, é por isso, que vemos muitos setubalenses a caminho da capital, do Fórum Almada ou do Montijo para as fazer.

Não vou rotular de coisa alguma quem assim escolhe, mas não deixo de ficar a pensar nalgumas dessas pessoas que muitas vezes em acaloradas mas insipidas discussões até parecem ser mais setubalenses que os outros e quando se trata de apoiar a sua terra, até neste aspeto de dinamização comercial, viram-lhe as costas.

Mais ainda, fico abismado quando alguns “bons setubalenses” vêm para as redes sociais fazer a apologia da vibrante Lisboa, comparando-a com Setúbal, rebaixando-a “abaixo de cão”.

É claro que nunca, em tempo algum a nossa terra se comparou com Lisboa, nem se podia comparar. Para ali vão o grosso dos nossos pesados impostos, ali se vão acoitar aqueles que estão carregados de dinheiro que nos têm roubado indecentemente, para ali vai o maior fluxo turístico, porque é ali que está o poder de decidir, logo ali está o dinheiro e, como tal, como por aqui se dizia: “Lisboa é Portugal e o resto é paisagem…”

Não é pois de admirar que ainda ontem tivesse escutado uma reportagem ilustrada por diversas entrevistas sobre Coimbra, uma importante cidade onde a sua baixa comercial se encontra quase desertificada e com o comércio local em vias de extinção. Afinal parece que isto é mal que anda na fruta e não é só na nossa…

Bem sei que Setúbal não é Lisboa, como Lisboa também não é Bruxelas, Londres ou Paris, mas ver “setubalenses” a inferiorizar a sua terra gratuitamente, palavra que me incomoda profundamente, tanto mais que se não temos tudo o que a capital tem, também é um facto que ela também não tem muito do que aqui podemos usufruir.

Talvez eu seja pessoa de gostos simples e não seja assim tão exigente, considerando por esse facto que Setúbal tem de tudo e para todos os gostos.

Saiba eu procurar o que quero embora reconheça que se capital há só uma, também não posso deixar de constatar que Setúbal é ímpar e sui generis no que toca a alguns conterrâneos que por cá temos.

Rui Canas Gaspar
2015-dezembro-23

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terça-feira, 22 de dezembro de 2015

A arte nova e a nova arte setubalense

Ao contrário do que alguns setubalenses pensam, muitos dos nossos edifícios mais antigos não estão votados ao abandono, verificando-se mesmo um incremento de recuperações do património imobiliário, um pouco por toda a cidade, pese embora o facto de reconhecermos que muito ainda haverá por fazer nesta área.

Uma das zonas da cidade onde se tem vindo a fazer alguma coisa neste setor de atividade é o Bairro Salgado, embora por lá também exista muito património por recuperar. E, é aí, nesse bairro, onde outrora habitou a burguesia setubalense que mais exemplares com apontamentos do estilo arte nova vamos encontrar.

Curiosamente, existem também alguns poucos edifícios no popular Bairro de Troino onde os seus construtores aplicaram igualmente alguns apontamentos deste estilo, muito em voga na Europa nos finais do século XIX, sendo disso exemplo esta casa que apresento em primeiro plano na foto e que se encontra devidamente recuperada arquitetonicamente.

Agora foi a vez do proprietário do prédio contíguo recuperar a sua propriedade e, embora se tratem de edifícios de épocas diferentes, não deixa de ser curioso as cores que escolheu para pintar o exterior do mesmo.

Assim sendo, vamos encontrar lado a lado na Rua das Oliveiras, em pleno coração do Bairro de Troino, dois exemplares de imóveis devidamente recuperados, um tipo arte nova e o outro, porque não dize-lo, da nova arte.

Gosto de ver a minha cidade com o seu património imobiliário devidamente recuperado ao invés da degradação que ainda por aí se verifica, mas francamente ainda não consegui habituar o meu gosto estético a esta mistura de estilos de arte nova e nova arte, ainda por cima no meu Bairro de Troino, na Rua que me viu nascer e quase em frente à fonte da charroca que tanta vez me saciou a sede.

Dizem que burro velho não aprende línguas, mas pela minha parte vou tentar educar o meu gosto estético de forma a poder habituar-me a gostar deste tipo de casamento.

Rui Canas Gaspar
2015-dezembro-22

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domingo, 20 de dezembro de 2015

Quem se deliciou com os pirolitos?

Eram as “Seven Up” dos anos 50 do século passado e provavelmente bem mais saborosos que as atuais.

Para poder ser consumido o saboroso refrigerante gasoso com sabor a limão, tão popularmente conhecido e apreciado na primeira metade do século XX, era necessário usar de alguma força, pressionando o berlinde para o interior, depois de meter o dedo no gargalo.

E tão popular era a agradável bebida que na cidade de Setúbal chegaram a existir simultaneamente três fábricas: a do “Celso dos pirolitos” que se localizava no lado poente do Largo José Afonso, a “Glaciar” que também produzia e comercializava blocos de gelo e tinha instalações na Avenida Luísa Todi, perto do Mercado do Livramento e a “São João”, no Bairro de Troino.

Os rapazes para conseguirem ter um bugalho para jogar, tratavam de surripiar uma ou outra garrafa, partindo-a, para de dentro dela poder sair o cobiçado objeto tão útil para as suas brincadeiras.

Foram certamente muitos os amigos que se deliciaram com este popular refrigerante cujas emblemáticas e curiosas garrafas aqui vos mostro e que ainda podem ser adquiridas na feira de velharias levada a efeito na placa central da Avenida Luísa Todi, aos sábados, de 15 em 15 dias.

Rui Canas Gaspar
2015-dezembro-20

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sábado, 19 de dezembro de 2015

Quem quer ajudar o padre Carlos Russo na sua construção em São Tomé e Príncipe?

Hoje, dia 19 de dezembro de 2015 tive oportunidade de reencontrar um antigo irmão Escuta a quem o tempo e as circunstâncias da vida separaram e que as redes sociais agora ajudam a encontrar e aproximar.

Foi uma oportunidade também para reviver tempos da minha meninice, ao observar um belo presépio, com figuras tradicionais portuguesas feitas em barro e pacientemente embelezadas com artísticas pinturas. Figuras idênticas às que fui colecionando ao longo de anos e que na altura eu as adquiria na Feira de Santiago e na papelaria Rubi.

As minha figurinhas desapareceram e hoje o meu presépio já não tem o mesmo sabor característico daqueles tempos das rústicas imagens de barro pintado. Por isso, ao ver as do meu amigo Carlos Russo tão bem organizadas naquele simpático canto da sua habitação, a minha mente naturalmente recuou algumas dezenas de anos.

O presépio do padre Carlos Russo é um conjunto de imagens de três gerações. São figurinhas herdadas de diferentes ancestrais, curiosamente setubalenses como poucos, porquanto a genealogia deste setubalense mostra-nos que são várias gerações aquelas que nasceram em terras sadinas.

Fui encontrar-me com este velho amigo para lhe entregar uma dúzia de livros de minha autoria, para que ele os possa vender e com o dinheiro comprar algumas chapas de zinco com que irá cobrir as instalações de uma cheche/escola/igreja e sabe-se lá que mais, a edificar em terras de São Tomé e Princípe, onde já fez missão e onde irá voltar no próximo mês.

O padre Carlos Russo é o líder dos católicos residentes na zona nascente da cidade de Setúbal e abraçou o sacerdócio já lá vão quase três dezenas de anos, já adulto, e com experiencia de vida e alguma técnica escutista adquirida.

Cada chapa custa na ordem dos 10 euros e alguns dos seus paroquianos já se dispuseram a contribuir financeiramente para a cobertura daquela construção que este sacerdote setubalense vai erigir em terras africanas de língua oficial portuguesa.

Se calhar, não seria má ideia que aqueles meus amigos com um pouco mais de disponibilidade financeira pudessem neste Natal ofertar ao padre Carlos Russo uma ou outra chapa para ajudar a cobrir a casa daqueles que ainda têm muito menos que nós. Digo eu!...

Rui Canas Gaspar
2015-dezembro-19

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quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

É altura de dizer BASTA a tantos acidentes em Setúbal, na Avenida dos Ciprestes

Vou começar esta nota pelo fim, dizendo que em meu entender a Câmara Municipal de Setúbal deveria ser obrigada a pagar todos os prejuízos causados e a causar aos condutores acidentados na entrada para a avenida em construção, na Várzea, paralela à Avenida dos Ciprestes, atendendo à situação altamente perigosa que ali implementou.

Mais ainda, estou em crer que quem autorizou o que lá está feito se estivesse ao serviço de uma empresa privada, certamente que neste momento já estaria à procura de novo emprego.

Admito que possa estar a fazer um julgamento precipitado, admito que possa estar errado, admito que não sou técnico de trânsito, mas quero deixar claro que sou condutor encartado, faço milhares de quilómetros na cidade e na estrada e tenho olhos para ver e cabeça para pensar.

Sendo assim, vamos àquilo que me leva a esta minha observação.

Entendo que, por enquanto, não havia qualquer necessidade de alteração no trânsito na Avenida dos Ciprestes até que estivesse concluída a “Avenida da Várzea” depois sim, naturalmente surgiria a alteração.

É bom saber que paralelamente com a Av. dos Ciprestes irá ficar a tal Av. da Várzea, entre ambas haverá meia dúzia de atravessamentos de ligação e a zona dos acidentes é precisamente um desses atravessamentos.

A nova Avenida está apenas parcialmente construída. Ela irá prolongar-se até ao muro, frente à antiga central das águas e, é aí que quem vier de Palmela encontrará uma rotunda (a construir) podendo virar para o lado dos “pelezinhos” onde haverá uma outra rotunda, essa sim que será o início da tal Av. da Várzea.

Porém tudo isto só será feito quando os proprietários dos terrenos ( das várias antigas quintas) tiverem cedido, tendo as necessárias contrapartidas (“preto no branco”) os terrenos para a Câmara fazer a avenida e depois desta tiver as necessárias verbas para desenvolver a obra.

Até lá, vão fazendo as coisas a conta-gotas, com a agravante de sendo pródiga a Autarquia a gastar dinheiro em informação publicitada nos grandes cartazes colocados na zona, não o ter feito ainda com a informação sobre o traçado das novas vias, evitando desta forma más interpretações por parte da generalidade dos setubalenses.

Mas, partindo do princípio que vão manter aquela situação “provisória” até não sei quando, pois então que coloquem ali mais iluminação, mais refletores, revejam as “zebras” antes da curva e tratem da devida segurança como compete.

Como as coisas estão é que não é nada e os acidentes diários que ali acontecem não devem ser só por culpa dos maus condutores. Ou serei eu que estou a ver mal este gravíssimo problema?

É altura de dizer BASTA! Resolvam de vez o problema que os senhores foram os causadores, deixemo-nos de desculpas esfarrapadas.

Rui Canas Gaspar
2015-dezembro-17

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terça-feira, 15 de dezembro de 2015

A Presidente da Câmara estava hoje na Figueirinha

Depois de uma manhã particularmente ocupada decidi aproveitar o excelente dia de sol deste final de Outono, comprar umas sandes de choco frito e ir almoçar, tipo piquenique, para um local de beleza ímpar, a nossa Praia da Figueirinha.

Parece que não fui só eu a ter essa ideia de aproveitar aquele sol de Outono, a fazer fé pelos outros que gozavam as delícias da praia quase deserta.

Já passava da uma da tarde quando reparei numa senhora que por lá também andava e, não estava só, mas sim acompanhada. Tratava-se de Maria das Dores Meira, a presidente da Câmara Municipal de Setúbal.

Para aquelas pessoas que têm o mau hábito de lerem apenas os cabeçalhos das notícias e não o seu conteúdo, certamente terão pensado ao  ler o título deste apontamento que a autarca também estava naquele magnífico local a usufruir do belo sol outonal.

E se pertencerem ao grupo dos “juízes aceleras” até já terão emitido parecer provavelmente condenatório.

Ora aqui está como nos podemos enganar com os títulos dos jornais e por isso deveremos tentar aprofundar os assuntos.

A presidente encontrava-se rodeada de um grupo de técnicos e provavelmente empreiteiro que de projetos na mão, discutiam no local os prováveis trabalhos a desenvolver.

Já agora fiquem a saber que a senhora presidente estava pois a trabalhar e pelo que me apercebi tratava-se de algo de vulto que vai ser levado a efeito naquele belo local, tão frequentado pelos setubalenses e visitantes da nossa região.

E mais, não sei qual o horário da senhora, mas uma coisa é para mim quase certa é que ela hoje foi almoçar, se é que o fez, já depois das 14,00 horas, quando eu já quase tinha feito a digestão das minhas sandocas de choco frito.

Rui Canas Gaspar
2015-dezembro-15

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Já apreciaram as novas placas nas entradas de Setúbal?

Já lá vão pelo menos uns 25 anos quando o professor de educação física, João  Negrão Belo, dirigia a Câmara Municipal de Faro, numa altura em que eu também por lá trabalhava ajudando a fazer crescer aquela cidade e, curiosamente o tinha como vizinho.

Naquele tempo, não muito distante, a capital algarvia era uma cidade pouco atraente e com muito por fazer.

Negrão Belo, de entre outros melhoramentos mandou edificar várias fontes decorativas, as quais foram implantadas em vários largos da cidade.

O presidente tinha dois filhos já adolescentes e uma gravidez fora de tempo estava prestes a fazer dele novamente pai. Os marafados algarvios trataram logo de fazer correr a piadinha batizando antecipadamente o novo rebento, dizendo: “Se for rapaz chamar-se-á Miúdo da Bica e se for rapariga será a Maria da Fonte”.

Pela parte que me toca sempre preferi as fontes, ainda que a água circulasse em circuito fechado e dando um ar fresco à quente cidade do que aqueles largos sem nada de atrativo. No entanto até esse facto servia de crítica aos detratores pertencentes aos partidos da oposição que até aí pouco ou nada tinham feito.

Também aqui em Setúbal, até há bem pouco tempo, poucas obras de arte tínhamos expostas na via pública, o que pessoalmente me desgostava.

Presentemente já alguma coisa existe, embora nem todos as possamos apreciar, porque cada um tem o seu próprio gosto e sentido do belo.

Pela parte que me toca, prefiro elogiar do que criticar aquilo que se tem vindo a fazer nesta área, embora não seja um admirador de tudo o que por aqui se vai expondo, mas mesmo assim, prefiro ter essas peças decorativas que coisa nenhuma.

De há umas semanas a esta parte que tenho vindo a notar que em todas as entradas na cidade estão a ser colocadas peças metálicas com cerca de três metros de altura dando as boas vindas a quem aqui chega.

Não posso deixar de dar os parabéns à Autarquia pela ideia e pela conceção destas obras que também valorizam e embelezam o espaço público, embora esteja em crer que haverá sempre quem possa não gostar e até discordar.

Mas como em tudo na vida, não se pode agradar a todos e, os políticos e candidatos a políticos, têm de ter o estofo suficiente para ouvirem as críticas, tal como as sugestões, porque nem sempre quem critica o faz com sentido destrutivo.

Pela minha parte não deixarei de criticar aquilo que em meu entender seja de criticar e “parabenizar” o que entenda seja de elogiar, como é este o caso.

Rui Canas Gaspar
2015-dezembro-15

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domingo, 13 de dezembro de 2015

Em Setúbal
Quando era mais difícil descobrir o caminho para casa

Naquele ano de 1492, o jovem e vigoroso alentejano, nascido em Sines, contando então 23 anos de idade,  caminhava sorrateiramente de regresso a casa, depois de uma noitada bem passada sabe-se lá onde e com quem.

Pelas escuras ruelas da vila de Setúbal, embuçado, para que não fosse reconhecido, o rapaz caminhava com rapidez e silenciosamente tentando não dar nas vistas.

Porém, a silhueta não passaria despercebida e, tomado por um qualquer vulgar malfeitor, daqueles que aproveitavam a noite para fazer asneiras, o rapaz rapidamente foi descoberto e viu-se a braços com a justiça.

É que naqueles tempos, mesmo sem haver PSP o alcaide da vila não dormia em serviço e foi por pouco que aquele jovem que viria a tornar-se cinco anos depois numa das mais importantes e conhecidas figuras portuguesas se livrou de uma boa tareia, quando se fazia bom uso  do varapau.

Provavelmente o jovem Vasco da Gama  teve menos problemas em descobrir o caminho marítimo para a Índia do que encontrar o trajeto mais seguro para a sua casa em Setúbal, naqueles tempos em que provavelmente na localidade sadina os malfeitores que destroem o património coletivo não tinham assim tanta liberdade de ação.

Eram outros tempos, quando provavelmente havia mais segurança e onde outras estórias ocorriam!...

Rui Canas Gaspar
2015-dezembro-13

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Vem aí um sábado de muita festa, música e dança em Setúbal

12 do 12 deste ano de 2015 será um sábado com muita festa em Setúbal, com programas para todos os gostos e para todas as bolsas, estejam elas vazias ou recheadas.

A manhã começa com animação na baixa da cidade a partir das 11 horas onde nos Largos da Misericórdia, da Ribeira Velha e Praça do Bocage, poderá dançar ou ver dançar. Escutar músicas dos mais diversos estilos, assistir a teatro e demonstrações de artes de rua, um vasto programa gratuito que se desenrolará até perto das 18,00 horas.

Quando for 21,00 horas é altura então de estar comodamente sentado no renovado Fórum Municipal Luísa Todi, onde poderá assistir a um concerto com a Orquestra Académica Metropolitana que conjuntamente com o Coro da Universidade Nova de Lisboa interpretarão uma das mais belas partituras de Mozart. Este é o primeiro concerto de Natal e será dirigido pelo maestro Jean-Marc Burfin.

Mas, seguramente, o espetáculo que mais gente vai atrair à belíssima cidade do Rio Azul será aquele que irá opor o ENORME Vitória Futebol Clube, às águias do Benfica, que embora não percam uma partida cá por estas bandas já lá vão 16 anos, palpita-me que desta vez sairão de cá depenadas.

O interesse de terceiros é tanto por esta partida de futebol que já foram acreditados pelos sadinos uma quantidade significativa de bisbilhoteiros de outras equipas que aqui virão observar como se depenam frangos.

O encontro será a partir das 20,45 horas e é de esperar a maior enchente desta época, o que significa que a cidade, especialmente nas artérias à volta do Bonfim, será difícil parquear o pópó.

O grande auditório do Bonfim apresenta-se com um bonito e viçoso relvado enquanto os espaços envolventes têm vindo a ser alvo de especial atenção da Autarquia que para aqui mobilizou uma equipa que tem vindo a recolher as toneladas de folhas secas caídas dos plátanos.

E até o espaço ocupado até há poucos dias pelo Externato Luísa Todi, que foi demolido, encontra-se com trabalhos de terraplanagens e estou em crer que dali possa surgir já amanhã um novo espaço onde parquearão mais algumas dezenas de viaturas.

A reger a ENORME orquestra vitoriana e seus dançarinos estará o conceituado maestro Quim Machado, disposto a dar a machadada na águia que muitos adeptos sadinos então em crer venha a ter um bom fim, numa noite em que os “manda-chuva” vaticinam ser de temperatura agradável e com ausência de chuva.

Por tudo isto, haja alegria e siga a banda, porque tristezas não pagam dívidas.

Rui Canas Gaspar
2015-dezembro-11

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terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Desta vez a notícia sou eu

A publicação mensal “Setúbal Revista” na sua edição de Dezembro de 2015 dedica a foto de capa ao fadista setubalense António Severino, chamando também, em rodapé, a atenção dos seus leitores para o meu novo livro “Histórias, Coisas e Gentes de Setúbal”.

Na página 7 desta publicação podemos ler o texto da autoria do seu editor, Joaquim Gouveia, que escolheu como título para este seu trabalho jornalístico “O Contador de Setúbal” e cujo conteúdo reproduzo aqui de forma a dar conhecimento a todos aqueles que não tem acesso à revista:

“ O puro prazer pela escrita inspirada em histórias, coisas e gentes da sua terra, Setúbal, proporcionam a Rui Canas Gaspar, momentos de delicioso conforto escrevendo e editando, livro após livro, para oferecer à comunidade a história da sua contemporaneidade.

Não se sente um historiador, apenas um investigador e narrador de factos e acontecimentos que ao longo de muitos anos vão envolvendo a cidade e as suas gentes num desfilar de coisas e lugares a todos comuns, de que todos temos conhecimentos mas que Rui Canas Gaspar sabe descrever ao mais ínfimo pormenor com a minúcia e o entusiasmo próprio de quem gosta de comunicar e o faz com sabedoria, bom gosto e, acima de tudo, com verdade.

“A escrita para mim – diz o escritor – é um projeto ao qual dou seguimento através dos livros que escrevo, edito e que tenho em curso sobre a minha cidade. Todos estão planeados por forma a que cada um seja o complemento do anterior. Não tenho preocupações de ordem cronológica. Cada livro é um conjunto de gentes, tempos e lugares que se completam num ciclo de escrita”.

Rui Canas Gaspar é um investigador, gosta de saber e por isso persegue cada acontecimento marcado no tempo com entusiasmo e pertinácia.

“Este livro é, portanto, uma sequência de histórias sobre Setúbal, as suas gentes e as suas coisas que vem no seguimento do livro anterior “Setúbal – Gentes do Rio, Homens do Mar”, onde narrei meia centena de histórias. Agora volto a narrar histórias diferentes mas com a mesma preocupação de seriedade. Já estou a preparar o próximo livro que vem no desencadear destes dois últimos e que acrescentará mais umas dezenas de histórias sobre a nossa terra”, esclarece que a convicção de quem sabe que este é um projeto que quer cumprir intemporalmente.

Sobre a sua forma de escrever diz que “é variada mas sinto-me, particularmente, inclinado a escrever sobre Setúbal, que é a minha terra e onde está toda a minha origem familiar e pelo conhecimento que tenho das coisas, das gentes e dos lugares. Procuro fazer um trabalho sério, digno e de qualidade.

Mas como é que o escritor define a sua terra, esta Setúbal que o viu nascer e da qual é um eterno apaixonado? Rui Canas Gaspar, não esconde a convicção de que “Setúbal é um diamante por lapidar. Por aqui temos quase de tudo, o que faz com que nos apeteça viver por cá. Temos uma zona industrial com características de desenvolvimento mundial, uma baía que é uma das mais belas do mundo e um enquadramento paisagístico maravilhoso.

No entanto penso que a cidade esteve de certa forma votada ao abandono mas hoje nota-se que voltou a existir uma preocupação em recuperar valores patrimoniais o que só a valoriza”, justifica.

Sobre os seus livros o autor acredita que “são únicos em termos de temática que apresentam, com uma linguagem muito acessível, com histórias interessantes e verídicas, o que ajuda na investigação da contemporaneidade da cidade e da própria região”.

Rui Canas Gaspar conta, nesta altura, com 9 livros editados. Prepara o seu décimo livro para dentro em breve. É o seu próprio editor tendo lançado a marca “Livros do Rui”.


2015-dezembro-08

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

A Urbanização de Troia que não chegou a ser erigida

Em 1973 eram na ordem dos milhares os operários e técnicos de construção civil que diariamente atravessavam o Sado, quer nos barcos convencionais, quer nos modernos hovercrafts, para trabalhar na construção daquela que se pretendia vir a ser a capital do turismo europeu, Troia.

Para ali também convergiam muitas outras centenas de trabalhadores que a empresa fazia transportar numa frota de autocarros recolhendo-os nas mais diferentes localidades dos concelho de Grândola e Alcácer do Sal.

A Torralta - Clube Internacional de Férias, S.A. era a empresa mãe de um conjunto de outras, entre as quais a A.C. (Arquitetura e Construção) aquela que tinha à sua responsabilidade os trabalhos de construção civil e que coordenava várias outras empresas subempreiteiras.

Na grande península de finas areias brancas, onde poucos anos antes proliferavam as barracas de campistas ocasionais de fim-de-semana, ou dos outros que ali faziam longas temporadas de veraneio, erguiam-se agora diferentes edifícios, construídos por uma legião de mais de três mil pessoas de todas as artes.

Quando se deu o golpe militar de 25 de abril de 1974, Troia estava prestes a concluir alguns edifícios, em banda, que iriam receber os primeiros turistas. Porém muitos outros, quer hoteleiros, quer de apoio não chegaram a ser iniciados.

Entre aqueles que não começaram a ser construídos conta-se o Posto Médico, uma pequena unidade hospitalar onde então eu deveria começar a exercer a minha atividade como jovem técnico.

Igualmente não chegou a ver a luz do dia o célebre Hotel 1001, uma enorme construção, em forma de pirâmide com 1001 quartos, que aqui podemos ver implantado neste plano geral do empreendimento.

Independentemente de tudo o que se possa dizer, gostando ou não, criticando ou apoiando, o facto é que o empreendimento de Troia foi aquele que mais prazer me deu em toda a minha vida profissional desenvolvida ao longo de algumas décadas na construção civil.

Quando hoje peguei no velho desenho de 1973 com cerca de 3 metros de comprimento por um de largo, designado por “Plano de Sementeiras e Plantações de 1972” onde estavam assinaladas as espécies a plantar e onde igualmente se encontram assinaladas a implantação dos mais diversos edifícios a minha memória recuou até àqueles tempos de grande azáfama e entusiasmo próprio da juventude.

Hoje, Troia apresenta-se com um novo visual, diferente do plano original. Não sei se melhor ou pior, mas o que me ficou na memória naqueles anos setenta do passado século XX era uma cidade turística, onde os veículos se deveriam mover a eletricidade e onde os tufos de plantas próprias daquele magnífico local deveriam não ser só preservadas mas disseminadas um pouco por todos os espaços disponíveis, conforme se pode ver nesta velha planta do Atelier de Conceição Silva.

Rui Canas Gaspar
2015-dezembro-07

www.troineiro.blogspot.com