A arte nova e a nova arte
setubalense
Ao
contrário do que alguns setubalenses pensam, muitos dos nossos edifícios mais
antigos não estão votados ao abandono, verificando-se mesmo um incremento de
recuperações do património imobiliário, um pouco por toda a cidade, pese embora
o facto de reconhecermos que muito ainda haverá por fazer nesta área.
Uma
das zonas da cidade onde se tem vindo a fazer alguma coisa neste setor de
atividade é o Bairro Salgado, embora por lá também exista muito património por
recuperar. E, é aí, nesse bairro, onde outrora habitou a burguesia setubalense
que mais exemplares com apontamentos do estilo arte nova vamos encontrar.
Curiosamente,
existem também alguns poucos edifícios no popular Bairro de Troino onde os seus
construtores aplicaram igualmente alguns apontamentos deste estilo, muito em
voga na Europa nos finais do século XIX, sendo disso exemplo esta casa que
apresento em primeiro plano na foto e que se encontra devidamente recuperada
arquitetonicamente.
Agora
foi a vez do proprietário do prédio contíguo recuperar a sua propriedade e,
embora se tratem de edifícios de épocas diferentes, não deixa de ser curioso as
cores que escolheu para pintar o exterior do mesmo.
Assim
sendo, vamos encontrar lado a lado na Rua das Oliveiras, em pleno coração do Bairro
de Troino, dois exemplares de imóveis devidamente recuperados, um tipo arte
nova e o outro, porque não dize-lo, da nova arte.
Gosto
de ver a minha cidade com o seu património imobiliário devidamente recuperado
ao invés da degradação que ainda por aí se verifica, mas francamente ainda não
consegui habituar o meu gosto estético a esta mistura de estilos de arte nova e
nova arte, ainda por cima no meu Bairro de Troino, na Rua que me viu nascer e
quase em frente à fonte da charroca que tanta vez me saciou a sede.
Dizem
que burro velho não aprende línguas, mas pela minha parte vou tentar educar o
meu gosto estético de forma a poder habituar-me a gostar deste tipo de
casamento.
Rui
Canas Gaspar
2015-dezembro-22
www.troineiro.blogspot.com
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