notícias, pensamentos, fotografias e comentários de um troineiro

domingo, 31 de agosto de 2014

Sal de Setúbal?

A atividade salineira ocupou grande parte das populações que habitaram as margens do Rio Sado, durante largas centenas de anos.

O famoso sal sadino deve a sua excelente qualidade à conjugação de dois importantes fatores: a situação geográfica das suas marinhas e as condições climáticas do território.

Ao longo dos séculos Setúbal e os seus arredores produziram um sal de características únicas que o tornou famoso em toda a Europa e, como tal, alvo de exportação criando riqueza não só para a região em particular como para o próprio país.

No início do século XV, vamos encontrar referenciadas as salinas existentes na zona da Motrena, nos arredores de Setúbal e no reinado de D. Afonso V, são referidas marinhas no Sapal de Troino.

Em 24 de outubro de 1511 foi promulgado um importante despacho real visando não só proteger como também desenvolver a produção do sal do Rio Sado. Esse documento proibia os barcos que viessem carregar sardinha e outros pescados a Setúbal de trazerem sal, tendo de adquirir localmente o produto produzido pelas marinhas de Setúbal e Alcácer do Sal.

Hoje fui até às Praias do Sado observar um pouco aquela zona onde outrora se produziu muito deste bom sal e onde atualmente a maior parte desses locais de extração se encontram ocupados por explorações piscícolas.

Pude então observar alguns montes de sal já extraído sendo que, parte desse mesmo sal se encontrava já ensacado, pronto a seguir para outras paragens.
Curiosamente despertou-me a atenção para a inscrição que se encontrava nesses sacos e que apontava para um produtor sedeado em Aveiro e não em Setúbal como seria de esperar.

E dei comigo a pensar: Bem, mal por mal, mais vale o produtor ser de Aveiro e haver extração, do que o espaço estar entregue a algum setubalense que não produzisse este produto nacional de características únicas.

Rui Canas Gaspar
2014-agosto-31

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sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Marcha do Centenário


Musicada por Mestre Azoia e com letra do Dr. Cabral Adão a Marcha do Centenário ainda hoje é um hino a Setúbal que muitos já se esqueceram e outros nunca a ouviram.

Desde os meus tempos de berço que ouvi minha mãe cantá-la e soube que há uma artista setubalense que também já a gravou, embora desconheça de quem se trata.


Rui Canas Gaspar
2014-agosto-22

terça-feira, 19 de agosto de 2014


O “Ti João” se fosse vivo faria este ano 100 anos

Se perguntarem aos habitantes de Setúbal quem foi João Maria Afonso Lopes, provavelmente a maior parte deles diziam não conhecer. Se se dissesse que até foi atribuído o seu nome a uma rua da nossa cidade, lá para os lados da Azeda, muitos deles encolheriam os ombros.

Mas se formos para as bandas das Fontainhas, Bairro Santos Nicolau e grande parte da zona nascente da cidade e perguntarmos se alguma vez ouviram falar do “João Sacristão” provavelmente ouviríamos como resposta: “ele é meu padrinho”.  De facto, o “ti João” como eu e muitos dos escuteiros gostávamos de o tratar apadrinhou centenas, ou milhares de crianças que foram batizadas na Paróquia de São Sebastião.

Tratava-se de um homem dinâmico e empreendedor, de estrutura franzina, mas muito rijo, que dedicou grande parte da sua vida à paróquia de S. Sebastião, em Setúbal.

A quase todos os seus 8 filhos proporcionou a educação e formação adequada para que pudessem singrar na vida.

Residindo em Setúbal nas instalações anexas à Igreja de S. Sebastião, onde hoje funcionam os agrupamentos de escuteiros terrestres e marítimos a certa altura decidiu fazer a sua própria casa e foi ele que deitou mãos à obra e com toda a família edificaram uma casa junto à “barreira” posteriormente demolida para ser construída a avenida onde hoje assistimos à popular Festanima”.

Se hoje temos a Festa da Troia a ele se deve, tal como se deve a este dinâmico homem o nicho a Nossa Senhora do Cais, à beira-rio e a capela no bairro do Faralhão, de entre outras iniciativas.

Se o “ti João” fosse vivo faria este ano 100 anos e acreditem que são muitos os setubalenses que guardam uma grata recordação deste homem simples que soube ajudar os mais necessitados como ninguém e que foi um exemplo de um excelente chefe de família.

Rui Canas Gaspar
2014-agosto-19


sexta-feira, 15 de agosto de 2014


Setúbal tornou-se uma cidade conservadora?

Ao fim da manhã do dia 8 de setembro de 2011, Miguel Macedo, anunciou a aprovação de uma proposta de lei que determinou a liquidação do património dos governos civis, definindo também o regime legal aplicável aos seus funcionários.

“Na prática, o Conselho de Ministros acaba hoje com os governos civis” declarou então o Ministro da Administração Interna, ao desempenhar o papel de coveiro do órgão de administração pública que representou administrativamente o Governo da República Portuguesa no distrito.

Menos um serviço do Estado, mais economia, mais disponibilidade de espaço para outros usos e sendo assim, foi pacífica a aceitação da medida por parte da generalidade dos portugueses.  

Mas, e há sempre um mas, parece que na cidade que alguns chamam de progressista, outros de cidade do Rio Azul e que também é conhecida por Setúbal, o tempo parou. Agora parece que esta é uma cidade conservadora, que preza por demais as suas antigas estruturas.

E para que não restem dúvidas, se por todo o país os Governos Civis foram extintos parece que na terra de Bocage isso não aconteceu, porquanto o edifício localizado na Avenida Luísa Todi, continua com a placa indicativa de que ali ainda está o tal dito extinto governo civil.

Ao que parece a PSP estava ultimamente a utilizar o espaço que conforme entretanto foi anunciado teria sido adquirido pela Câmara Municipal por um valor de um milhão e duzentos e cinquenta mil euros, a pagar a “bochechos” ao longo de 15 anos.

O edifício adquirido será destinado ao Conservatório Regional de Música, entidade que pagará uma renda ao novo senhorio, a Câmara Municipal.

Desenganem-se aqueles que pensam que a progressiva cidade de Setúbal, parou no tempo e se tornou conservadora. Estava a brincar!

Quem deve andar um pouco lenta, ou muito ocupada é a entidade “responsável” que já deveria ter retirado uma placa em acrílico sobre chapa metálica que não faz qualquer sentido existir desde 2011.

Mas, as coisas são o que são e, temos de viver com o que temos, até com estas situações bem elucidativas do funcionamento da emperrada máquina pública, bem oleada com os nossos pesados impostos e que, no entanto, trabalha a três tempos: Devagar, devagarinho e parada.

Rui Canas Gaspar
2014-agosto-15


quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Os pasquins vieram acompanhar o Ministro a Setúbal

Quando a comunicação social não tinha as mesmas características que atualmente conhecemos, os governantes enviavam arautos que iam junto do povo transmitir-lhe o que o seu senhor pretendia que chegasse ao seu conhecimento.

Os tempos de hoje são diferentes, ou pelo menos deveriam sê-lo, atendendo aos novos meios de comunicação de massas e ao maior esclarecimento das populações, para além do facto de não vivermos sob regime ditatorial.

Há, porém, alguns “iluminados” que certamente por se julgarem ser o que não são, pensam que o comum cidadão é parvo e come tudo o que lhe é colocado à frente.

Aconteceu que hoje, dia 14 deste mês de agosto de 2014, foi dia que um Ministro da República Portuguesa veio a Setúbal acompanhado de dois Secretários de Estado em visita ao porto desta laboriosa cidade.

Os governantes fizeram-se acompanhar de alguns arautos, que devem ter carteira de jornalistas, pelo que era suposto falarem sobre coisas do mar, em geral, e do Porto de Setúbal, em particular, motivo da visita. Pensaria qualquer comum dos mortais.

Mas, o que os governantes falaram não sei, porque não assisti às conversas. Porém, o que os arautos ao serviço dos pasquins nacionais transmitiram não foi nada relacionado com Setúbal, nem com o seu porto, mas sim que o senhor Ministro da Economia tinha dito em Setúbal que o governo está fora de suspeitas em relação ao caso BES, que a economia cresceu e blá… blá… blá… Sobre Setúbal e o seu porto nem uma palavra.

Afinal o que é que estes governantes, comitiva, seguranças e arautos vieram cá fazer?

Não acham que aquilo que é transmitido para a opinião pública é no mínimo ofensivo, quando ignoram completamente nos noticiários uma Administração Portuária competente,  comprovado pelos resultados obtidos e, uma população interessada em saber o que se passa na sua terra?

É por estas e por outras que os órgãos de comunicação social cada vez têm menos audiências e consequentemente menos receitas, porque em vez de noticiarem pepagueiam o que lhes mandam dizer.

E que tipo de governantes temos que chegam a uma cidade com determinado objetivo e em vez de falarem sobre ele vêm propagandear o que deveriam tê-lo feito em Lisboa.

Poupem-nos e poupem os nossos escassos recursos financeiros. Deixem-se ficar no vosso ar condicionado da capital.  

Quanto aos pasquins de serviço em vez de virem lamber as botas, procurem noticiar o que se faz no país real e se não sabem como fazer perguntem às pessoas cá da terra...

Eu tinha vergonha se fosse diretor de algum destes ditos órgãos de comunicação social e, se acharem que estou a exagerar vão ao Google e digitem: “Ministro da Economia visita Setúbal” e vejam se os pasquins não dizem todos exatamente a mesma coisa, ou melhor, se não foram arautos diligentes que transmitiram o que o seu senhor mandou que o fizessem.

Uma pena que até a nossa “comunicação social” esteja neste lamentável estado.

Rui Canas Gaspar
2014-agosto-08


Setúbal está mais doce !

Setúbal está mais doce, e se alguém tiver dúvidas faça como eu, vá confirmar!


Todos os dias somos surpreendidos nesta nossa cidade com as mais diversas coisas, umas boas, outras nem por isso.


E hoje, depois de ter almoçado o bom carapau grelhado, com o meu irmão e o nosso pai, ali para os lados da doca que nos viu crescer e onde durante muitos anos o nosso pai entrou e saiu dos barcos de pesca onde trabalhou, no decurso da conversa que vínhamos mantendo, o meu irmão perguntou-me se já tinha ido visitar o armazém do açúcar.

Como de vez em quando estamos na brincadeira um com o outro (tipo: moços pequenos) logo pensei que ele estava nessa onda, mas depressa percebi que teria aberto algum estabelecimento com essa designação.
E porque estávamos perto, numa daquelas artérias entre a Doca dos Pescadores e a Avenida Todi, na rua bem conhecida que dá pelo nome de Plácido Stichinni, num bonito edifício acabado de ser remodelado lá fomos encontrar o novo “Salão de Chá” batizado com o sugestivo nome de “Armazém do Açúcar”.

Trata-se de um agradável espaço onde um simpático emigrante, o senhor José Correia, decidiu apostar, depois de ter ponderado abrir um negócio do mesmo tipo em Cabo Verde ou em Moçambique.

Com um amplo leque de pastelaria e uma requintada e diversificada montra de doces, com destaque para os bombons de chocolate com sabor a laranja e queijo de Azeitão, este estabelecimento de aspeto bem agradável não deixa de servir também os indispensáveis gelados de excelente qualidade.

Congratulamo-nos com a abertura deste novo estabelecimento, que nos parece ser único, no seu género em Setúbal e desejamos os maiores sucessos ao seu simpático investidor que ainda hoje não nos sabe responder a uma simples pergunta, sobre o porquê de investir nesta cidade, numa altura em que os ventos não parecem correr de feição para os negócios.

Para saber um pouco mais sobre este estabelecimento recomendamos aos nossos amigos que lhes façam uma visita e entretanto como trabalho de casa aqui vai a sua página no facebook:

Rui Canas Gaspar
2014-agosto-14

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Há má utilização de algum equipamento no Edifício dos Cacifos dos Pescadores

Nesta altura dano, em agosto, tal como na Primavera, em maio, acontecem as conhecidas marés-vivas que fazem subir a água a um nível que quase transborda as muralhas ribeirinhas e, quando vaza, podemos ver o pé ré fora de água, ou seja a estrutura de pedra a partir da qual arranca a muralha da doca. E, foi esse acontecimento semestral que me levou a ir observá-lo de perto.

Ao conversar com alguns amigos que têm uns cacifos no edifício próprio para a guarda dos apetrechos de pesca, faço-lhes o reparo de que teria visto um ralo com vestígios de ali ter sido despejado óleo. Respondem-me que existe por lá um colega que insiste em despejar nesse ralo as cinzas do fogareiro depois de fazer as suas assadas, em vez de as ir despejar no rio como geralmente fazem os outros.

Esse mau hábito já teria mesmo ocasionado por várias vezes o entupimento daquele cano de saída de águas pluviais e de limpeza, tendo sido desentupido por outros colegas.

Questiono sobre se alguma vez chamaram a atenção daquela pessoa de tão maus hábitos.  Disseram-me que sim, mas que o indivíduo é intratável.

O mesmo que acontece com essa canalização sucede também com as instalações sanitárias, onde alguém tem o mau hábito de jogar pontas de cigarros para os urinóis ocasionando o seu entupimento, o que levou algum utente a escrever na parede um aviso para não deitarem ali os cigarros.

Um dos utilizadores daquele espaço congratulava-se com os arranjos e melhoramentos que têm vindo a ser feitos no edifício dos cacifos e no exterior à sua volta, manifestando a esperança de que as portas dos mesmos venham a ser pintadas, dado que a ferrugem vai tomando conta delas, embora um ou outro utente de quando em vez as esteja a pintar.

Claro que a APSS proprietária daquele edifício tem estado a melhorar aquele espaço pretendendo até dotá-lo de condições de segurança de forma a evitar intrusão de pessoas que não tenham ali cacifos, isso de facto é de sua competência e provavelmente até acabará por pintar as portas, fazendo assim um trabalho completo de manutenção.

Agora o que não se pode exigir ao senhorio é que pelo uso inadequado do equipamento por parte de alguns utentes seja obrigado a policiar e a reparar instalações devido a maus hábitos de alguns dos seus utilizadores.

Segundo minha modesta opinião compete aos próprios arrendatários do espaço organizarem-se, como se faz num prédio de habitação, nomearem uma administração do condomínio e estipularem as normas de sã convivência, disciplinando se for o caso aquelas pessoas que teimam em manter comportamentos antissociais. Digo eu…

Rui Canas Gaspar
2014-agosto-13

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terça-feira, 12 de agosto de 2014

O perigo espreita na Arrábida

A Serra da Arrábida cada vez é mais visitada por nacionais e estrangeiros que apreciam nos diversos miradouros existentes em alguns pontos privilegiados no alto da serra uma soberba e ímpar panorâmica.

O Parque Natural da Arrábida colocou, e muito bem, alguns painéis interpretativos de modo a que os visitantes, ao observarem-nos, melhor se possam situar e localizar os diversos pontos de interesse ao alcance da sua vista.  

Nesses mesmos painéis está disponibilizada também variada informação sobre a fauna e flora local.

Pela qualidade deste material verifica-se que foi feito um esforço financeiro substancial para que os visitantes daquele espaço melhor o possam conhecer e potenciar o seu conhecimento sobre este maravilhoso local.

Os miradouros tornaram-se assim mais atraentes e, é comum vermos muitíssimos visitantes parados nesses espaços a captar imagens fotográficas, algumas delas de rara beleza.

Mas… o que de facto não tem qualquer beleza é o incompreensível estado do pavimento desses miradouros, particularmente daqueles mais visitados por estarem junto à estrada.

Nada que duas ou três barricas de material betuminoso não pudesse resolver, evitando-se assim o “disparo” de cascalho nas mais diversas direções com o consequente perigo que isso representa.

É que com os buracos abertos no pavimento o cascalho encontra-se solto e ao ser pressionado lateralmente pelos pneus dos automóveis saltam nas mais diversas direções e foi por pouco que uma senhora estrangeira não foi gravemente atingida esta semana por um desses perigosos “projeteis”.

Se é bom podermos colocar a nossa Arrábida no topo das atenções mundiais. Se é louvável a iniciativa da colocação dos painéis informativos, não deixa de ser incompreensível que os responsáveis por aquele espaço não tenham em atenção um tão desprestigiante e perigoso aspeto, de tão fácil e rápida resolução.

Gostaríamos de continuar a ver a nossa Arrábida no topo dos noticiários mas pelas melhores razões e não por um qualquer acidente que pode e deve ser evitado por quem  de direito.

Rui Canas Gaspar
2014-agosto-12


segunda-feira, 11 de agosto de 2014

A barraca do cão

Na verdejante várzea as potentes máquinas derrubavam as velhas casas da outrora próspera Quinta de Proste, nas traseiras do supermercado Pingo Doce, junto à Avenida dos Ciprestes, em Setúbal.

Aproximo-me para apreciar os trabalhos em curso e para ver a perícia de um operário manobrador da escavadora, um emigrante que veio das terras de Leste para governar a vida neste país de sol e de paz, enquanto um outro vindo de quentes e ainda mais soalheiras terras africanas colocava baias de proteção junto à avenida.

E estava eu a apreciar a cor daquela negra e fértil terra agrícola de primeira quando um casal se aproximou e perguntou se eu pertencia à obra:

- Sim, sou o dono, posso ajudá-lo em alguma coisa? Respondi de forma divertida, porém aparentando um ar sério.

- É que nós costumávamos vir aqui todos os dias trazer comida a uma cadela. Tinha ali a casota e agora já lá não está, queríamos saber o que aconteceu…

- Não sei, respondi, mas certamente ela já foi junto com o lixo e o mato retirado daqui para se fazerem as terraplanagens, talvez o operador da máquina possa confirmar o que lhe digo. Olhe pergunte-lhe, eu sou o dono e o meu amigo também o é.

O casal olhou para mim com ar esquisito, ao que acrescentei.

- Sabe, estes trabalhos estão a ser feitos por ordem e para a Autarquia, como nós somos setubalenses, logo somos nós os patrões, sendo assim, somos os donos disto tudo…

Pelos vistos o homem ficou de acordo comigo e lá foi falar com o operador da máquina que no seu melhor português acabou por confirmar as minhas suspeitas.

O casal estava inconformado com o que tinha acontecido à casota do animal que protegiam e afastaram-se dizendo que iam apresentar reclamação ao engenheiro responsável pela obra, porque aquilo não se fazia.

Olhei então para o antigo pombal, envolto na poeira das velhas casas que iam sendo metodicamente demolidas e pensei se não estaria a assistir aos seus últimos dias. Será que da próxima vez que fosse para aquelas bandas ver o andamento dos trabalhos ele ainda por lá estaria ou se teria tido o mesmo destino da casota do cão? Pensei.

O “progresso” tem destas coisas, umas são sacrificadas para que outras nasçam. A obra começou, foi-nos prometido que pelo menos o emblemático miradouro lá ficaria, esperemos que o mesmo não tenha a mesma sorte da barraca do cão e, quem sabe, o mais que certo fim do outrora belo pombal que ainda fotografei, provavelmente para memória futura.

Rui Canas Gaspar
2014-agosto-08

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domingo, 10 de agosto de 2014

As histórias ajudam-nos a compreender e a apreciar a História

Sabem o que conta a lenda sobre o que fez na Serra da Arrábida, nas Terras do Risco, o nosso primeiro rei, D. Afonso Henriques?
Pois então cá vai a história…

“ Pequenos grupos de cavaleiros ao serviço de sua majestade faziam incursões até junto ao castelo de Sesimbra, onde provocavam os mouros. Estes vendo um tão pequeno grupo de atrevidos cristãos saiam de lá cavalgando, uns empunhando lanças, outros brandindo as suas terríveis cimitarras, galopavam em sua perseguição para os apanhar e fazer pagar a ousadia.

Quando aqui chegavam à floresta, os mouros eram surpreendidos e rodeados por grande número de guerreiros cristãos que facilmente os derrotavam.

Desta forma os cristãos foram enfraquecendo a guarnição muçulmana, tornando depois mais fácil a conquista desta importante praça-forte por D. Afonso Henriques. “

Ainda segundo a lenda, foi no Vale da Vitória, a poente da Ermida d’El Carmen, que o nosso rei resolveu arriscar a divisão das suas hostes de forma a criar uma armadilha para atrair os mouros que vindos de Badajoz para ajudar a guarnição do castelo de Sesimbra, ali teriam sido derrotados numa batalha então levada a efeito.

Rui Canas Gaspar
2014-agosto-10

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sexta-feira, 8 de agosto de 2014

A APSS prossegue com obras a bom ritmo junto à Doca dos Pescadores

As obras de melhoramento urbano na zona nascente da Doca dos Pescadores, entre o  Bowling de Setúbal  e o cais nº 1 prosseguem a bom ritmo, podendo-se constatar que o parque de estacionamento com capacidade para cerca de uma centena de viaturas já se encontra nos remates finais.

O edifício onde se localizam os cacifos com os apetrechos de pesca dos pescadores foi reparado e  pintado exteriormente, com muito bom gosto, enquanto a cobertura já tinha sofrido intervenção, faltando apenas dar um jeitinho ao seu interior cujo estado de conservação pouco se coaduna com o aspeto exterior.

Soubemos que para maior conforto e preservação daquele equipamento o mesmo irá ser dotado de sistema de segurança, de forma a ali só poderem entrar os seus utentes, portadores dos mesmos cartões eletrónicos que lhes dão acesso aos passadiços da doca.

Entretanto, os pavimentos junto à muralha da beira-rio estão a ser alvo de grandes obras de beneficiação que visam dotá-los de melhor pavimentação, bem como a colocação de mais iluminação e a instalação de bancos panorâmicos.

Para completar este cenário, que dará um excelente visual a esta zona de Setúbal, a Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, entidade responsável pelo local e que está a desenvolver estes importantes trabalhos, colocará um conjunto de árvores de sombra juntando desta forma  o útil ao agradável.

Rui Canas Gaspar
2014-agosto-08

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quinta-feira, 7 de agosto de 2014

O cais do barco EVORA estava repleto de carros topo de gama

Ao que parece ontem, dia 6 deste mês de agosto de 2014 foi um dia de “barriguinha cheia” para os industriais de restauração com estabelecimentos localizados junto à Doca dos Pescadores.

Foi dia do barco EVORA, deixar o seu cais de atracação na Estacada nº1 para levar mais de duas centenas de pessoas a passear numa das mais belas baías do mundo, a de Setúbal.

A saída prevista para as 15 horas acabou por se efetuar quase três horas depois. É que os passageiros ficam encantados com o bom peixe e marisco servido nos esplêndidos restaurantes setubalenses e acabam sempre por atrasar a saída do barco que fretaram, mais uma vez, para o seu sempre animado passeio/convívio.

O acesso ao cais onde se encontra o EVORA foi aberto para servir de estacionamento às viaturas de alguns dos seus passageiros tornando-se numa autêntica montra para os amantes dos carros topo de gama, dos porche aos masserati, passando pelos populares mercedes e BMW.

Um barco “táxi” tratou de levar alguns passageiros mais atrasados de Setúbal para o outro lado do rio onde já se encontrava o EVORA, fosse porque ficaram mais tempo no restaurante, a tratar de negócios, ou simplesmente porque nestes casos chegar atrasado não será tanto falta de educação mas sim mais um motivo para se tornar notado…

Mas afinal quem eram estes passageiros do EVORA que intrigavam os pescadores que comentavam e apreciavam o espetáculo da sua privilegiada varanda no edifício dos cacifos de pesca?

Eles eram africanos, maioritariamente angolanos, pessoas alegres e parecendo ser bem endinheirados que já têm feito várias saídas para a “Baía dos Golfinhos” a bordo deste emblemático barco a que gostamos de chamar de “Cisne branco do Sado”.

O turismo em Setúbal abarca as mais variadas vertentes e este tipo de passeios a bordo do EVORA representa sempre um motivo de muita alegria para os industriais de restauração que num dia como o de ontem esfregam as mãos de contentamento pelo bom negócio que este tipo de turistas lhes proporciona.

Rui Canas Gaspar
2014-agosto-07

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terça-feira, 5 de agosto de 2014

UM PÉSSIMO CARTÃO POSTAL DA ARRÁBIDA


Há apenas meia duzia de anos podia-se observar a entrada da 7ª Bataria, no Outão com esta excelente apresentação, embora por ali os militares já não existissem.

Hoje passei de novo por lá servindo de "guia turistico" a uns familiares que encontrando-se no estrangeiro estavam de visita a Setúbal e naturalmente à Arrábida.

Tive vergonha de ali parar ou comentar. A entrada outrora bonita hoje apresenta-se num estado miserável.

Bem sei que o prédio é militar e que estes nada fazem quanto à preservação do património, mas a questão que coloco é se aqueles que têm responsabilidade pelo turismo na nossa terra não têm vergonha de apresentarmos  esta peça como bilhete postal da Arrábida?

Provavelmente estará na altura de a exemplo do "Setúbal mais bonita" pensarem num "Arrábida mais decente". Digo eu...

Rui Canas  Gaspar  
2014-ago-05
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