notícias, pensamentos, fotografias e comentários de um troineiro

domingo, 30 de julho de 2017

Um divulgador nato das coisas de Setúbal 

Três meses antes de acabar a Segunda Grande Guerra, nasceu no Alentejo, para as bandas do Escoural, um rapazinho que por lá cresceu e fez os estudos básicos. 

Quando tinha 11 anos mudou-se para Setúbal e matriculou-se na Escola Industrial e Comercial de Setúbal onde viria a completar o curso de Montador Eletricista. 

E, como não podia deixar de ser,  foi em Setúbal que conheceu uma linda moçoila com quem viria a casar em 1966 na Igreja de São Sebastião. 

Desde muito cedo se apaixonou pela fotografia como seu passatempo favorito e antes do digital teve várias câmaras fotográficas que lhe foram dando gosto ao dedo. 

Agora graças às novas tecnologias e às potencialidades oferecidas pelas máquinas digitais capta milhares de imagens, qual Américo Ribeiro dos tempos modernos. 

São para cima de um milhar os filmes que já colocou no youtube e que foram vistos por milhares e milhares de pessoas em todo o mundo, menos na Coreia do Norte, coisa que ainda não conseguiu saber porquê. 

Este é sem dúvida um dos maiores divulgadores das coisas de Setúbal, homem que nos habituamos a ver em praticamente todos os eventos levados a cabo na cidade e que ainda arranja alguma disponibilidade para ser um dos administradores do grupo Coisas de Setúbal. 

Seu nome é António José SIMÕES DA SILVA um discreto e eficiente divulgador de Setúbal de aquém e além- fronteiras a quem a cidade já deve uma palavra de reconhecimento e apreço. 

Rui Canas Gaspar 



2017-julho-30

sábado, 22 de julho de 2017

Coisas de Setúbal vistas na várzea logo de manhã cedo 

Nesta agradável manhã de sábado praticamente não se via ninguém aqui pelas minhas bandas quando encetei a caminhada ao longo da Avenida da Europa, passando depois para a antiga Estrada dos Ciprestes para melhor poder observar o que resta das antigas quintas da várzea de Setúbal. 

Parei algum tempo a observar os trabalhos de limpeza de terreno na Quinta da Azedinha, frente à antiga central das águas, onde uma equipa desmatava matos e canavial e uma máquina ia triturando todo aquele material, numa louvável medida de prevenção de fogos. 

À entrada da Azinhaga de São Joaquim, virei à esquerda e passei junto ao campo de futebol dos Pelezinhos. 

Por ali não vi ninguém e já no final da vedação daquele recinto desportivo reparei que estava uma carrinha que me pereceu não ter ninguém dentro, porém para meu espanto quando estava mais perto notei que tinha condutor que de imediato colocou o motor a trabalhar e saiu daquele local na direção do Lidl. 

Ali onde me encontrava quase junto ao campo dos Pelezinhos está um dos antigos tanques de rega da Quinta do Paraíso e foi aí, na base do mesmo, que reparei numa espécie de altar, que me pareceu ter pouco tempo de ser construído, onde estavam as oferendas que fotografei. 

Dois molhos de velas, umas pretas e outras vermelhas; três caixas de fósforos já abertas; três garrafas de cachaça cheias mas sem tampa; três copos e três charutos. De facto quem quer que seja que ali colocou todos estes produtos e se tivesse intenção de os consumir na totalidade não deveria ficar com a cabecinha em muito boa forma!... 

Prossegui a caminhada e deu para observar as ratazanas que corriam ao longo do leito da ribeira agora transformada em esgoto a céu aberto, dos negros melros de bico amarelo que por ali esvoaçam e até um qualquer outro animal que por ali correu veloz escondendo-se no canavial, sem que percebesse se se tratava de gato selvagem, saca-rabos, raposa ou outro qualquer. 

Já prestes a completar a volta e antes de chegar de novo à Avenida da Europa, junto à rotunda dos vasos, lá estava uma outra máquina a limpar todo aquele vasto terreno, triturando as ervas e matos secos para prevenir o fogo. 

É bom sair pela manhã cedo e apreciar estas coisas de Setúbal, ainda que algumas delas sejam, de facto, bem esquisitas. 

Rui Canas Gaspar
2017-julho-22

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quinta-feira, 13 de julho de 2017

Conhece as hortas urbanas de Setúbal ? 

As hortas urbanas de Setúbal são espaços de produção agrícola, desenvolvidos por um conjunto de habitantes para quem a atividade primária representou, provavelmente para muitos deles, uma aventura devido a ser este o primeiro contacto real com a terra. 

A cidade dispõe já de 148 parcelas de terreno com uma área de 30 M2 cada onde outros tantos agricultores urbanos cultivam sem o recurso a produtos químicos os mais diferentes produtos agrícolas. 

De notar que para além destes espaços foram disponibilizados outros dois talhões mais elevados, adaptados a pessoas com mobilidade reduzida. 

Todas as parcelas estão ocupadas e os agricultores pagam 7,5 euros mensais à autarquia para poderem usufruir de equipamentos coletivos, de guarda de ferramentas, vigilância do espaço, utilização de infraestruturas de apoio e consumo de água. 

As hortas ficam localizadas na Várzea de Setúbal numa zona de fronteira entre a cidade e o campo, em terrenos bastante férteis onde a autarquia investiu algumas dezenas de milhares de euros na criação de condições infraestruturais e de preparação do terreno. 

Este projeto iniciado já lá vão quatro anos pode dizer-se que é uma aposta ganha, atendendo ao entusiasmo dos seus utilizadores e à significativa produção agrícola que ali é produzida e que certamente vai contribuir para aumentar as receitas (ou diminuir as despesas) de mais de uma centena de agregados familiares. 

Rui Canas Gaspar

2017-julho-14

terça-feira, 11 de julho de 2017


As nossas “Marias” hoje levaram uma boa esfregadela 

Uns chamam-lhe “Fonte das Ninfas” outros “Fonte Luminosa”, porém o seu verdadeiro nome é “Fonte do Centenário” e foi edificada precisamente para comemorar o primeiro centenário da elevação de Setúbal à categoria de cidade. 

Em 1960 o Presidente da República, Almirante Américo Tomás, deslocou-se à nossa cidade para inaugurar este monumento mandado erigir, em parte, graças aos donativos recebidos da generosa e bairrista população setubalense. 

Quando foi inaugurada a fonte tinha apenas a sua base decorada com os treze brasões dos concelhos que compõem o Distrito de Setúbal, só mais tarde ela seria completada com as três estátuas de figuras femininas representando as graças com que a cidade foi abençoada: A Terra, o Mar e a Poesia. 

As estátuas são da autoria do escultor portuense Arlindo Rocha e foram colocadas na fonte em Junho de 1971, encontrando-se agora a obra completa, embora algumas pessoas insistam em dizer que falta algo em cima da cabeça das meninas, mas não, elas estão ali tal como vieram ao mundo e nada lhes falta. 

Quem parece que não é da mesma opinião são os pombos e ultimamente as gaivotas que para ali vão e com os seus dejetos a que se juntam as areias e outros detritos levados pelos ventos fazem com que as águas da fonte tenham de ser frequentemente substituídas e a mesma devidamente lavada. 

Foi precisamente isso que hoje, dia 11 de julho de 2017 aconteceu. 

À volta de tão importante monumento e das simpáticas meninas uma equipa de operários da nossa autarquia apoiados por meia dúzia de veículos atarefaram-se a dar uma boa esfregadela como já há algum tempo não acontecia. 

Assim sendo, vamos agora ver as “piquenas” bem como a sua “banheira” mais desencardidas e brilhando em todo o seu esplendor como todos nós gostamos de admirar. 

Rui Canas Gaspar 

2017-julho-11 


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quarta-feira, 5 de julho de 2017

Uma manhã a apanhar beatas na Praia da Figueirinha

A manhã estava agradável, sem o insuportável calor que se tem feito sentir e, a despeito do muito que tinha para fazer, decidi aceitar o convite de minha mulher para dar uma volta pela magnífica Serra da Arrábida.
Ainda não eram 10,00 horas e já contávamos cerca de meia centena de autocarros e muitas carrinhas de transporte de crianças que estacionavam entre o Parque de Campismo do Outão e a Figueirinha. Deu para reparar que outras tantas, ou mais, chegariam àquela praia durante a manhã.
Calmamente, sem qualquer tipo de confusão estacionei a minha viatura no parque de estacionamento e fui esticar as pernas. Foi então que reparei numa pequena equipa de voluntários que de xalavar na mão, ou de luvas calçadas, andava pelo areal a apanhar pontas de cigarros.
Sem qualquer protocolo, juntamo-nos à equipa e lá andamos durante cerca de hora e meia percorrendo o areal a apanhar “beatas”, pensando eu que esta boa ação seria para o deve e haver nas contas que teria de prestar por nos anos em que fui fumador ter algumas vezes deitado para o chão as pontas dos cigarros.
A praia continuava a encher, os autocarros não paravam de chegar e no final da manhã eram na ordem dos milhares as crianças com os seus coloridos chapéus ou as suas diferentes camisolas já enchiam aquele espaço.
A organização das diversas escolas e ATLs que demandam aquela praia de bandeira azul é verdadeiramente notável, não só pelas cores que as distingue como pela forma como os grupos dispõem as toalhas e mochilas no areal e até como outros, com improvisadas bandeiras, sinalizam as suas “tropas”.
A Praia da Figueirinha é um espanto, nestes dias de Verão, durante a semana é a alegria e a organização com a criançada, sem confusões nem engarrafamentos, aos fins de semana a coisa pia de outra maneira com os crescidos a fazerem das suas e por vezes a roçar o caos.
Por isso, prefiro sempre que possa juntar-me às crianças e usufruir da sua genuína e contagiante alegria, tal como o seu patente voluntarismo do que a certos grupos de adultos que só geram confusão em boa parte devido ao seu tremendo e estupido egoísmo.
Rui Canas Gaspar
2017-julho-05

domingo, 2 de julho de 2017

Jovens setubalenses apoiaram as vítimas dos fogos 

A tragédia abateu-se sobre o povo português com os fogos a devastarem viçosas florestas, secos pastos, ceifando vidas e destruindo casas, como por cá nunca se tinha visto. 

Aos esforçados bombeiros, juntaram-se no combate as forças de segurança, de saúde, e populares de forma a fazer frente a esta anómala situação. 

Após a tragédia seguiu-se uma onda de solidariedade com a tradicional generosidade portuguesa a responder em força, fosse com o depósito de avultadas verbas ou pequenas dádivas, fosse na forma de organização de espetáculos, fosse até na doação de alimentos, roupas e medicamentos. 

E tal foi o volume de dádivas chegadas às zonas sinistradas que as estruturas locais não tinham meios para lidar com tantos e diferentes artigos. 

Logo os esforçados presidentes das autarquias locais trataram de pedir voluntários para os ajudar e foram muitos os Escoteiros, os Escuteiros e jovens de diversas organizações que responderam ao apelo, deslocando-se para a zona do sinistro a fim de colaborarem na triagem, seleção e construção de kits de emergência e apoio. 

No sábado, dia primeiro deste mês de julho de 2017, logo de madrugada, um grupo de meia centena de jovens cristãos, membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, com idades compreendidas entre os 18 e os 30 anos embarcaram com destino a Pedrogão Grande. 

A solidariedade não é palavra vã e porque os mórmons, como também vulgarmente são conhecidos,  gostam de citar a escritura bíblica “Uma fé sem obras é uma fé morta” os jovens voluntários integrados no programa “Mãos que Ajudam”  trataram de dar o melhor de si no trabalho de apoio nesta importante tarefa, sabido que as boas vontades também vem acompanhadas de alguns inconvenientes. 

Assim, roupas, calçado e outros artigos que não estavam em condições de serem doados foram selecionados como lixo o mesmo tendo acontecido com alguns medicamentos ofertados e que estavam fora do prazo de validade. 

Hoje escutei  alguns  jovens mórmons setubalenses que participaram nesta ação e que depois de darem o seu melhor ao serviço dos mais necessitados, confidenciaram a sua satisfação por o terem feito e manifestaram o desejo de lá voltar para mais uma vez ajudar quem ainda tanto necessita. 

Obrigado jovens da minha terra pela generosidade que manifestaram de uma forma tão ativa e prática. 

Rui Canas Gaspar 

2017-julho-02 



(foto ilustrativa de outra ação “Mãos que Ajudam”)