notícias, pensamentos, fotografias e comentários de um troineiro

domingo, 29 de junho de 2014


MUITO ESTRANHO...

Prova mundial de natação realizada em Setúbal numa zona perigosa

Foram 104 dos melhores nadadores, representando 23 países dos cinco continentes aqueles que se apresentaram em Setúbal, no bonito Parque Urbano de Albarquel, para disputarem a FINA 10 Km Marathon Swimming World Cup 2014 a mais importante prova desportiva mundial de águas abertas.

A temperatura da água andava pelos 18/19º enquanto em terra os termómetros chegariam perto dos trinta graus, o que fazia com que muitos setubalenses acorressem, especialmente os mais jovens, às praias, logo a partir do espaço recentemente recuperado da Praia da Saúde, onde até há pouco funcionaram os estaleiros de construção e reparação naval.

O facto curioso é que ao longo de todo o PUA podemos ler em diversos avisos a seguinte informação /advertência: Zona não vigiada, Zona perigosa. Zona de movimentação de embarcações de recreio e lazer. Zona de grande profundidade e de correntes fortes. A Câmara Municipal de Setúbal adverte que esta zona é considerada perigosa para a prática balnear.

E é precisamente aqui, nesta zona considerada perigosa para a prática balnear, que alguns dos melhores nadadores do mundo vêm disputar uma importante competição.

É também aqui que nestes dias de calor que podemos ver muitos setubalenses e forasteiros, de todos os escalões etários, a entrar nas águas geralmente cristalinas desta zona perto da junção do Sado com o Atlântico.
E não seria de esperar outra coisa, caso contrário estaríamos em presença do suplício de Tântalo, o tal muito querido entre os deuses, filho de Zeus e de Pluto que por ter-se portado mal teve como castigo ficar imerso com a água até ao pescoço e cheio de sede. Quando mergulhava para beber a água desaparecia.

A questão que se coloca é saber se afinal este local será mesmo assim tão perigoso? Se o é então porque é que uma prova deste gabarito ali se vai realizar?

Por outro lado, se ele de facto não é o mais indicado para a prática balnear, mas atendendo às suas excelentes condições de localização e aos apoios de que dispõe, porque é que não se potencia o espaço de forma a que com mais segurança as pessoas possam usufruir plenamente do areal e da água à sua disposição?

Como não gosto de levantar questões sem que não apresente qualquer sugestão que tenha ponta por onde se possa puxar e porque já temos a experiencia positiva com os “patrulheiros”, homens reformados que zelam pelo bom funcionamento do PUA e da Av. Todi, porque não criar um pequeno corpo de “patrulheiros” para o areal?

Esses tais “patrulheiros” teriam funções idênticas às de nadador/salvador, podendo os mesmos ser recrutados entre os efetivos dos Bombeiros, da CVP, do Clube Naval, do Clube de Canoagem, dos Escuteiros Marítimos, ou simplesmente contratando-se entre os jovens nadadores setubalenses?

Quanto à delimitação do espaço, nada mais simples, prático e barato de que um cordão de boias a exemplo do existente no local de embarcadouro para as barcos de recreio fundeados ao largo.

É que não me parece muito coerente apresentar provas desportivas náuticas, incentivando os mais novos à prática da natação e no dia seguinte estarmos a desincentivar as pessoas de tomarem banho no mesmo local.

Bem sei que temos o livre arbítrio e os avisos estão lá por toda a parte, mais que não seja para tentar limpar algum peso de consciência autárquico, mas também sei que com um pouco mais de esforço financeiro se prestaria um grande serviço sobretudo à comunidade setubalense mais jovem. Digo eu… 

Rui Canas Gaspar
2014-junho-29

www.troineiro.blogspot.com

sábado, 28 de junho de 2014

Feira Quinhentista em Setúbal um espetáculo completo onde até nem o bêbado faltou

O final da tarde estava agradável. Na baixa de Setúbal começava a verificar-se um desusado movimento de pessoas que calma e descontraidamente caminhavam conversando e de vez em quando paravam para ver algumas montras das casas comerciais que se encontravam abertas na Rua Dr. Paula Borba, aquela que entre os antigos setubalenses é conhecida por Rua dos Ourives.

Mas, o principal motivo deste desusado movimento, naquela que em tempos já foi a mais movimentada artéria da cidade, era a Feira Quinhentista que aqui tinha lugar, com os seus pavilhões instalados no Largo da Misericórdia e na Ribeira Velha e com os seus vendedores trajados como se estivessem na época de quinhentos.

Uma dupla de músicos tocando gaita-de-foles e tambor deslocava-se animando o espaço entre os dois largos, alegrando quem passava, enquanto outra dupla de homens de armas, empunhando as suas espadas de vez em quando faziam uma demonstração da sua arte de bem combater.

Se no largo da Misericórdia uma das tendas servia o Keback, aquela deliciosa comida típica de alguns países árabes e uma outra chamava a particular atenção dos visitantes pelo agradável cheiro de dali provinha devido à variedade de frutos secos e pastas de figo, de nozes ou de tâmaras. Porém, por aquelas bandas nada se encontrava para comer que fosse dos nossos latinos gostos.

Já no Largo da Misericórdia o agradável e típico stand montado pela dinâmica APPACDM , associação que apoia as crianças com problemas de saúde mental, servia alguns doces e petiscos, embora o pequeno espaço já se encontrasse repleto de clientes.

Mas, ali naquele largo estava a funcionar um único lugar onde se poderia petiscar, um tipo de tapas como é típico em Espanha e que por cá começa a ser também procurado e foi lá que me sentei e esperei não sei quanto tempo até que fosse atendido pela atarefada senhora que não tinha mãos a medir.

E foi nesse espaço de tempo, mais de 15 minutos, que se encostou à proteção da esplanada um homem, “perdido de bêbado” que não parava de incomodar quem calmamente queria estar sossegado a apreciar outro tipo espetáculo que não aquele degradante que ele teimava em oferecer.

O empregado chegou perto dos casais que ali se encontravam a ser incomodados pelo linguajar do indivíduo e informou que ele já teria estado dentro do estabelecimento e que por isso mesmo já teria chamado a polícia.

Não sei ao certo quanto tempo mediou entre a chamada dos agentes até à chegada de uma dupla da PSP, mas seguramente mais de meia hora, o tempo do homem alcoolizado ter levado “dois berros” e saído dali, para ir incomodar outros pacatos cidadãos.

Não faço ideia se os polícias acabaram por encontrar o homem ou não, o que me deixa apreensivo é que com uma esquadra quase ao lado do evento a polícia leve tanto tempo a chegar. Mais apreensivo fico, quando num evento como este não existe pelo menos um agente da autoridade a patrulhar a zona a fim de desincentivar algum tipo de desordeiro.

Certamente que no tempo em que foi entregue o foral manuelino a Setúbal, cujos 500 anos agora se estavam a comemorar, seriam mais eficientes e os homens do varapau poriam alguma ordem na cidade.
 
O país evoluiu, tornamo-nos um povo de brandos costumes e quinhentos anos depois os bêbados, os ladrões, os traficantes e os vândalos podem andar a incomodar o pacato cidadão, porque polícia para manter a ordem nem vê-la e vamos lá nós saber porquê…

Rui Canas Gaspar
2014-junho-28


quinta-feira, 26 de junho de 2014

Tudo vai mudando e até os mortos setubalenses já não são o que eram…

É uma das mais antigas oficinas de Setúbal, senão mesmo a mais antiga e seguramente a que há mais anos trabalha na sua arte de esculpir a pedra, em terras sadinas.

Fica situada na Avenida Jaime Cortesão, no lado oposto ao cemitério municipal, porém, há cerca de meia centena de anos a oficina ficava localizada no outro lado, mesmo junto ao cemitério.

Desde há aproximadamente um século que os trabalhos de cantaria saídos da oficina de Américo de Oliveira, Lda. fazem companhia aos setubalenses, estejam eles vivos ou mortos.

Sejam as bancadas das nossas cozinhas ou os patins, cobertores e espelhos dos degraus dos nossos prédios, das simples, ou mais elaboradas, moradas dos nossos ente-queridos falecidos, de tudo um pouco tem passado pelas mãos de hábeis canteiros, uma atividade provavelmente em vias de extinção, aqui pelas nossas bandas.

As obras de arte que outrora ali eram esculpidas, deixaram de ser produzidas localmente e hoje chegam-nos vindas do Alentejo, na sua maioria já feitas, com o recurso a máquinas. Longe vão os tempos em que eram esculpidas à mão…

As demais oficinas de canteiros foram encerrando portas e a oficina setubalense ainda se vai mantendo ativa, embora os principais clientes sejam os mortos porque os vivos de momento pouco vão consumindo.

Infelizmente, até os mortos já não são o que eram. São poucos os privilegiados que têm como ultima morada uma elaborada e tradicional sepultura construída em mármore ou granito, daí que as estátuas estejam por vezes mais de um ano expostas na oficina sem serem vendidas.

Para agravar ainda mais a situação, presentemente já não são poucos os que escolhem não repousar os seus restos mortais na terra setubalense, optando pela nova moda de se desfazerem do seu corpo através da incineração e, sendo assim, nem uma singela sepultura construída com simples pedra mármore acaba por ser construída.

E é assim que vamos assistindo, provavelmente, aos últimos dias de uma atividade que durante muitos e muitos anos nos habituamos a conviver e que tal como a incineração está condenada a ser reduzida ao pó.

Rui Canas Gaspar
2014-junho-26

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Setúbal também tem ricos filhos e miseráveis enteados

Já lá vão alguns anos que tive oportunidade de visitar Israel e de passar também por algumas parcelas do território palestiniano.

Hoje fui fazer uma exploração urbana em determinada zona da nossa cidade de Setúbal e deparei-me com um cenário que me transportou de imediato para aquilo que tinha visto, em tempos, na distante Palestina.

Fosse pelo tipo de construção que tinha à minha frente, fosse pelas ruínas arquitetónicas, visíveis da foto, fosse pela miséria que se me deparava, ou fosse lá pelo que fosse, à minha mente vieram imagens daquele distante lugar onde o povo ainda hoje vive com as conhecidas dificuldades que a comunicação social nos vai mostrando de quando em vez.

Já tenho visto e fotografado algumas situações de miséria em pleno centro da cidade, mas parece-me que nunca vi nada assim tão degradante.

De facto, (embora não seja novidade para mim) há por cá conterrâneos que passam mal, outras vivem miseravelmente, outros ainda é difícil perceber como conseguem sobreviver em tão degradante situação.

Serão os resultados finais de más escolhas? Será consequência do álcool ou da droga? Será que foram jogados para a marginalidade por questões familiares? Será que tudo isto foi consequência de desemprego?

Não sei responder e se calhar também não tenho de saber! Porquanto os pesados impostos que eu e a generalidade dos contribuintes portugueses entregamos ao Estado, deveriam ser suficiente para que os Serviços Sociais governamentais e autárquicos não deixassem chegar a este ponto situações como aquela que hoje pude observar.

Infelizmente a nossa bela Setúbal tem locais lindos e filhos bem cuidados, mas é bem verdade que paredes meias com esses locais coexistem zonas bem feias onde a mais deplorável miséria atinge alguns que se calhar não são filhos desta terra abençoada, mas sim seus enteados mal amados.

Rui Canas Gaspar

2014-junho-25

segunda-feira, 23 de junho de 2014

A Fonte do Centenário

Era dia de festa aquele 25 de julho de 1960, dia em que se dava início a mais uma edição da antiga Feira de Santiago e se inaugurava também a Fonte do Centenário, que haveria de passar a ficar popularmente conhecida como “Fonte Luminosa”.

O Major Magalhães Mexia presidia a Câmara Municipal e nesse dia tinha na sua terra um ilustre visitante. Nem mais nem menos que o Almirante Américo Thomáz, Presidente da República.

A fonte foi erigida como o mais importante marco comemorativo do primeiro centenário da elevação de Setúbal a cidade.

O monumento composto por dois lagos concêntricos encontrava-se com o seu exterior decorado com os 13 brasões dos concelhos do Distrito de Setúbal, habilmente esculpidos em mármore.

Como parece que o mal já vem de longe, a autarquia não dispunha de verbas para suportar as despesas do monumento e os sadinos decidiram serem eles próprios a suportar os encargos com a construção. Durante um ano fizeram as suas doações até que se conseguisse a verba suficiente, graças à iniciativa do jornal O SETUBALENSE que apadrinhou a ideia.

A fonte foi então inaugurada e os seus repuxos de água davam um belo aspeto a que ninguém ficava indiferente. Posteriormente ali seria colocado um grupo escultórico composto por três estátuas que representam a Terra, o Mar e a Poesia, uma obra da autoria do escultor portuense Arlindo Rocha.

As estátuas foram colocadas  no dia 12 de junho de 1971, dando-se assim por concluída a Fonte do Centenário, erigida no centro de uma movimentada rotunda, frente ao Mercado Municipal de Setúbal e bem junto à entrada do local onde outrora se fazia a Feira de Santiago. 

Presentemente, com os novos arranjos levados a cabo na Avenida Luísa Todi, a rotunda desapareceu para dar lugar a uma placa, embora a bonita e emblemática fonte ali se mantenha jorrando a água em belos repuxos que dão mais vida a esta linda artéria da nossa cidade.

Rui Canas Gaspar
2014-junho-23


quinta-feira, 19 de junho de 2014

Mentira MIL VEZES repetida pode tornar-se verdade em Setúbal

O poderoso e tenebroso Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda do Reich na Alemanha Nazi, seguidor de Adolf Hitler, apoiante do extermínio dos judeus e da Solução Final, ficou também mundialmente conhecido pelos seus discursos repletos de frases carismáticas  que chegaram até aos nossos dias.

De entre essas frases uma ficou particularmente célebre e infelizmente ainda hoje seguida por governos e organizações menos escrupulosas “Uma mentira mil vezes repetida torna-se verdade”.

Mentira é mentira e nunca será verdade! Mas, de facto, o autor da frase não deixa de ter alguma razão. É que se tantas vezes ouvirmos a mentira e se raramente nos confrontarmos com o contraditório naturalmente a interiorizaremos como se de uma verdade se tratasse.

E foi assim que muitos seres humanos morreram nas câmaras de gás nazis, acreditando nas muitas mentiras de Hitler e seus fieis apaniguados.

Já aqui disse, que o texto “REVOLUÇÃO EM SETÚBAL”  (http://troineiro.blogspot.pt/2014/04/revolucao-em-setubal-e-umaautentica.html) se tratou de uma inofensiva brincadeira de primeiro de abril, o dia em que nos é permitido divertirmo-nos com as inverdades. Um texto que no dia seguinte mereceria o mesmo destaque, nos mesmos locais, com um outro devidamente esclarecedor: “COM A VERDADE ME ENGANAS” (http://troineiro.blogspot.pt/2014/04/com-verdade-me-enganas-revolucao-em.html ) .

Mas, a mentira e o sensacionalismo  são, sem dúvida, mais fortes junto da opinião pública que a verdade dos factos e, por isso mesmo, a verdade ficou parada no espaço e no tempo enquanto a mentira continuou voando, saltitando de página em página, mantendo-se imparável.

E é assim que passados menos de três meses sobre a publicação do texto a mentira é MIL VEZES REPETIDA, ou melhor, partilhada, por outras tantas pessoas que a levaram já ao conhecimento de largas dezenas de milhares de outras. Umas acreditando, outras mais céticas e outras rejeitando-a.

O curioso é que existem pessoas que embora duvidando do que escrevi incentivam à partilha do texto com o objetivo dele se tornar viral, chegando ao conhecimento de investidores e decisores, de modo a que no todo ou em parte se possa vir a tornar realidade.

Não deixa de ser interessante esta postura dos setubalenses, ainda que de uma forma muito própria, vibram com as coisas da sua terra e sentem orgulho em divulgar o que por aqui se vai fazendo de bom e bonito, daí talvez a justificação para tantas partilhas do sensacionalista texto.

Talvez quem não esteja a gostar muito da brincadeira sejam alguns dos nossos governantes locais que têm sido frequentemente abordados no sentido de esclarecer, confirmar ou infirmar sobre esta tal “Revolução em Setúbal”.

Mas olhem meus amigos, eu se estivesse no lugar desses decisores só para não ouvir mais tantas perguntas e ter de responder que infelizmente algumas daquelas coisas não serão feitas, outras estão em “estudo” e outras anunciadas até procurava conseguir os necessários meios financeiros e técnicos para levar de vencida a brincadeira. É que, pelos vistos, o nosso povo gosta mesmo da ideia e se o povo gosta pois então que se faça a obra! Digo eu, que até nem sou político nem estou para aí virado…


Rui Canas Gaspar
2014-junho-19

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Os seniores setubalenses mostraram a sua boa forma física

Uma amiga telefonou-me convidando-me a dar um pulo ao Pavilhão Antoine Velge, aqui junto ao Estádio do Bonfim, onde, pela manhã, seria apresentada a festa que assinalaria o encerramento anual das classes de ginástica da população sénior de Setúbal.
E fui até ao pavilhão do Vitória onde ao som de alegre musica centenas de homens e mulheres com idades acima dos sessenta e cinco anos desembaraçadamente desfilaram e dançaram, de acordo com a sua condição física, a qual estaria certamente bem pior se não fossem os dois dias semanais de ginástica que durante o ano praticam.
São vários os polos da classe de ginástica existentes no concelho de Setúbal, com variadas turmas no Bonfim, Bela Vista, Vanicelos, Faralhão, Azeitão e noutros locais, onde estão inscritos muitas centenas de setubalenses.
Os interessados em manter a boa forma física fazem atempadamente a sua inscrição quer para a ginástica, quer para a natação no Serviço de Inclusão Social da Câmara Municipal de Setúbal, localizado na Rua Amílcar Cabral.
Mediante o pagamento de uma pequena joia anual têm direito às diversas aulas, bem como a algumas outras atividades de exterior sem que para isso tenham de despender mais alguma verba.
Este é um relevante serviço social prestado pela Autarquia setubalense, que pouco ouvimos publicitar, mas que se reveste de uma importância enorme para uma grande camada da população, com um aumento gradual de aderentes, atendendo sobretudo à qualidade do serviço prestado.
Setúbal não são só as obras feitas ou as por fazer, não é só o Parque Urbano de Albarquel, nem só a baixa enfeitada ou os seus degradados imóveis, Setúbal é um mundo para descobrir e, certamente serão bastantes os setubalenses que ainda não descobriram esta bonita realidade que está a ser vivida por parte de uma vasta camada da população que tanto já deu a esta cidade e onde por direito próprio está inserida.
Rui Canas Gaspar

2014-junho-18

terça-feira, 17 de junho de 2014

Vem aí a Feira de Santiago

Quando a Feira de Santiago foi instituída a sua duração era de apenas três dias. Em 2013, no ano passado, tínhamos 15 dias de feira. Não me parece que venha mal ao mundo se passarmos agora a ter 10 dias de certame, seja por uma questão económica, logística ou outra julgada pertinente.

Dez dias de feira nas Manteigadas a mim parece-me bem, desde que se privilegie a qualidade em detrimento da quantidade. Tanto mais que é sabido que temos bastantes eventos lúdicos, na zona baixa da cidade, em menor escala, com lugar entre junho e setembro.

Para que fiquemos com um pequeno registo histórico sobre a emblemática feira, partilho aqui com os amigos um pouco do que escrevi sobre este assunto no livro (ainda não editado) “Gente do Rio, Homens do Mar”.

“ Em 1581 todos os caminhos do reino foram dar à vila de Tomar. Ali os representantes da nobreza, do clero e do povo reuniram-se nas cortes presididas pelo rei Filipe II de Espanha, primeiro de Portugal, tendo a reunião por objetivo acalmar as forças portuguesas derrotadas que foram as hostes de D. António, prior do Crato.

E foi então no decurso dessa importante reunião que os representantes de Setúbal aproveitaram a oportunidade para solicitar ao rei a autorização para criar uma feira na sua vila.

O monarca deferiu a petição e a feira teria início no dia de Sant’Iago, 25 de julho, com a duração de três dias, sendo então realizada no perímetro do Largo de Jesus.

Posteriormente e durante alguns séculos a feira teria habitualmente lugar frente ao Convento de Jesus e dali um dia sairia para passar a ser instalada na Praça da República, no Parque do Bonfim, no lado nascente da Rua da Praia (Av. Luísa Todi), na parte poente da mesma Avenida e finalmente em 2004, em espaço próprio, a nascente da cidade, numa zona periférica conhecida por Manteigadas.”

Rui Canas Gaspar
2014-junho-17


sexta-feira, 13 de junho de 2014

Concordo com o que o Presidente da República, Cavaco Silva, confidenciou com a Comendadora Dores Meira.

A noite estava agradável, parecia que estávamos no Verão com uma temperatura de 27º à beira do Rio Sado, embora fosse ainda 12 de junho deste ano de 2014.

Ali, no cais nº 3, frente ao enorme edifício da APSS tinha sido inaugurada a FEST’ASSO uma iniciativa da União de Freguesias de Setúbal, entidade que veio substituir as antigas Freguesias de Anunciada, S. Julião e Santa Maria.

Andando de um lado para o outro, dando diretivas e indicações aos colaboradores, notava-se o nervoso miudinho do recém-eleito Presidente Rui Canas, o homem que está ao leme deste evento, uma iniciativa que a sua equipa apostou forte, e em é normal que  no primeiro dia nem tudo possa correr a cem por cento.

Dei-lhe os parabéns pela iniciativa, embora me tivesse pedido para lhe dar no dia seguinte, porque as coisas não estavam a correr como deviam. Com problemas de falhas de eletricidade e com a transmissão do Brasil x Croácia a ter interrupções de vez em quando no écran gigante de 6,00x4,50.

Muita gente encontrava-se por ali, no agradável e amplo espaço à beira do Sado. Trata-se do primeiro evento deste género, levado a cabo pela UFS dedicado à gastronomia, tasquinhas e artesanato. Aproveita-se também o facto de ser ano de Copa do Mundo de futebol para potenciar esta ação, onde a música e animação tanbém não irão faltar.

Antes de comer uma fartura, ainda dei dois dedos de conversa com Vitor Caldeirinha, que também por ali se encontrava a petiscar com os amigos. Um nome que não vi mencionado nos jornais que noticiaram este evento mas que é de toda a justiça referir. Foi ele que devolveu aquele espaço para usufruto dos setubalenses, numa das primeiras medidas que tomou após ter assumido a presidência da APSS.

E foi também Vitor Caldeirinha que autorizou que o evento ali se realizasse, pelo que quanto a mim é da mais elementar justiça que se dê os parabéns a estes dois líderes setubalenses, filhos desta terra, embora de famílias políticas bem diferentes, um do Partido Social Democrata e outro do Partido Comunista Português.

O povo gosta de festa, sempre assim foi e, isso nada tem de mal, antes pelo contrário. Nós estamos por cá para sermos felizes e vivermos de forma alegre. Compete aos que nos governam facultar os meios para que esse objetivo seja atingido e, tanto quanto julgo saber estes dois homens, são pessoas preocupadas com o bem estar da nossa população.

Para ambos e suas equipas de trabalho os nossos parabéns e que continuem a desenvolver a nossa terra em todos os setores o melhor que souberem e puderem. Vocês são setubalenses, lutem pela vossa terra, muitos olhos estarão postos em vós, mas os mais importantes são os das nossas crianças, para elas e por elas, o melhor de tudo!

“Roma e Pavia não se fizeram num dia” Setúbal está a mudar e é bom não esquecer que até o Presidente da República, confidenciou à Comendadora Maria das Dores Meira, presidente da nossa Câmara Municipal o seguinte: “Era impensável, há vinte anos, que Setúbal viesse a ter o desenvolvimento e a qualidade de vida que tem hoje” e, embora nem sempre possa concordar com afirmações do nosso Presidente da República, estando eu  ciente das dificuldades por que todos passamos, não deixo de estar de acordo com ele, pelo menos neste aspeto.


2014-junho-13

quinta-feira, 12 de junho de 2014

A setubalense Praça do Bocage pode vir a tornar-se na veneziana Praça de S. Marcos

Hoje, da parte da tarde, tive oportunidade de observar o barco EVORA a ser abastecido de água doce por um autotanque dos Bombeiros Voluntários de Setúbal.

Pela manhã um outro camião cisterna tinha estado no cais a abastecer de combustível aquele barco, que agora depois de feitas as necessárias limpezas e pinturas de fundo, está apto para mais um vasto programa de cruzeiros no nosso rio azul.

Enquanto observava os trabalhos de abastecimento, um velho homem do mar chamou-me a atenção para o facto do barco já se encontrar com a cercadura de proteção fora da muralha, sendo que a maré ainda não tinha atingido o seu máximo.

E vaticinava aquele homem: - Não lhe dou mais que três anos para que o Sado não entre pela terra dentro. Deixe vir as marés vivas e com o mar a subir como está, vai ver!...

De facto, o EVORA é um bom indicativo, é que o barco tem um lastro de algumas toneladas. Hoje com os depósitos de água e de combustível atestados acrescentaram-se mais outras tantas, e mesmo assim víamos a sua proteção acima da muralha. Com peso a menos e maré mais cheia, por este andar ainda o vamos ver em cima do cais nº 1...

De facto, já este Inverno tive oportunidade de fotografar o Parque Urbano de Albarquel, por ocasião das marés vivas, com um lençol de água onde não se distinguia o rio da terra.

Com as marés em crescendo de ano para ano, penso que é tempo dos responsáveis pela cidade, seja a APSS e a C.M.S. começarem a tomar medidas urgentes no sentido de se poder construir uma barreira de proteção à cidade de Setúbal, sob pena de a curto prazo os prejuízos poderem vir a ser incalculáveis.

Verifica-se que em alguns locais ao longo da zona ribeirinha essa proteção começa a estar contemplada, mas o facto é que o assunto tem de ser encarado de frente e com caráter de urgência, porque o degelo continua, os oceanos sobem, Setúbal está abaixo do nível do mar e mesmo para nós comuns mortais, que nada temos de cientistas, vemos os resultados da ação da natureza.

Não gostaria de ver a nossa Praça do Bocage transformada na Praça de S. Marcos, em Veneza, onde a água por vezes já toma conta de todo o espaço.

Todas as obras são bem-vindas, muito se tem feito, embora muito haja para fazer. Porém, há projetos e projetos e este sobre o qual ainda nada ouvimos falar, provavelmente se não for o mais importante será seguramente o mais urgente, sob pena dos barcos a curto prazo virem fazer concorrência aos javalis que já se passeiam pela Avenida Luísa Todi.

Rui Canas Gaspar
2014-junho-12

www.troineiro.blogspot.com

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Depois disto o que mais nos surpreenderá?

A exemplo do que já se faz em alguns países europeus Portugal também vai contabilizar nas suas contas públicas, para efeito de apuramento do Produto Interno Bruto (PIB) o resultado estimado das atividades ilícitas, como sejam: a prostituição, o tráfico de droga ou o contrabando de tabaco.

De acordo com as estimativas do Instituto Nacional de Estatística estamos a falar de atividades contabilizadas (?) em cerca de 650 milhões de euros, ou seja 0,4% do PIB.
A inclusão destes números farão baixar o déficit, pelo que o país apresentará nas suas contas públicas, no próximo ano, um crescimento da sua riqueza nacional.

O que me anda a dar voltas à cabeça é como é que atividades ilícitas podem, ou melhor devem, porque não são lícitas ser contabilizadas nas contas oficiais de um país que considera tais atividades como ilícitas.

Por outro lado se se consegue estimar os valores é porque existem meios de os apurar, logo se existem tais meios também existirão os mecanismos para os tributar. Mais uma vez fico às voltas com os meus botões para tentar descobrir como é que os experts sabem quantas prostitutas há por aí e quantos clientes atendem diariamente. Quantos quilos de droga são comercializados e quantos litros de bebidas são consumidas em alegres bebedeiras, livres de impostos…

O curioso é que isto são coisas dos experts europeus, daqueles que votamos, ou não, há poucos dias e, que desta forma, rotulada em português de “chicos espertos” conseguem demonstrar um crescimento faz-de-conta da zona euro.

Sendo assim, naturalmente somos forçados a concluir que se há gente útil na europa em geral e no nosso país em particular são as prostitutas, proxenetas, traficantes e contrabandistas, pois eles só por si fazem crescer, e de que maneira, a riqueza de um país.

Já estou como diz o outro: “desde que vi um porco a andar de bicicleta já acredito em tudo”. Porém não deixo de me surpreender por todos os dias nos ser apresentada uma “inovação”, por mais estranha que nos possa pareça.

É claro que isto não passa de um desabafo, porque os experts são eles, aqueles que nos governam, aqui e para lá das nossas fronteiras.

Para terminar, quero agradecer aos novos agentes geradores da riqueza nacional que farão aumentar o PIB pelo seu excelente trabalho, que desta forma certamente fará diminuir os pesados impostos que recaem sobre o sacrificado povo português.

Rui Canas Gaspar
2014-junho-11


terça-feira, 10 de junho de 2014

O barco EVORA poderá deixar de ser visto no nosso Rio Sado.

Em 18 de julho de 1931, uma garrafa de champanhe era fortemente arremessada ao casco, de um novo barco, construído nas Estaleiros de Kiel, na Alemanha. D. Julieta Santos, tinha ido propositadamente de Portugal para esta cerimónia de apadrinhamento da nova embarcação.

O sólido barco, batizado com o nome de EVORA,  desceu para as frias águas do fiord,  para depois das necessárias provas de mar, encetar a longa viagem de seis dias e algumas horas, pelas águas do mar do norte, até entrar no nosso  Rio Tejo.

Fora construído para a CP com a finalidade de transportar os passageiros que chegavam de comboio ao Barreiro e tinham como destino a capital, tendo entrado oficialmente ao serviço daquela companhia ferroviária em 15 de novembro de 1931.

Detentor de várias características únicas no mundo, das quais foi pioneiro, o barco seria utilizado no transporte de passageiros até que pouco depois da revolução de 25 de abril de 1974 a CP prescindiria dos seus serviços.

Depois de vários anos acostado ao cais do Barreiro a CP decidiu desfazer-se do “Velho Senhor do Tejo” tendo-o então vendido à empresa TERTEJO. A nova proprietária anunciou na altura que tencionava utilizar a embarcação no serviço turístico. Porém nada foi feito nesse sentido e o barco acabou por ficar acostado a um cais no Montijo.

Em 10 de setembro de 1987 Carlos Tavares, sócio da empresa setubalense CATAMAR adquiriu o barco em estado deplorável, tratando então de o fazer rebocar para Setúbal.

Em 27 de setembro de 1988 o EVORA era registado na Capitania do Porto de Setúbal.

O barco foi totalmente reparado, recuperado e sofreu as necessárias alterações nos estaleiros da SADONAVAL, na Praia da saúde, de forma a poder ser utilizado nas atividades marítimo-turísticas no lindo estuário do Sado.

Alegrou as águas do nosso rio, voltou posteriormente durante algum tempo para operar no Tejo e de novo retornou a Setúbal. Nesse tempo serviu para filmagens, como restaurante, operou como navio de transbordo entre dois porta-aviões e a capital, fez cruzeiros e uma infinidade de tarefas.

A CATAMAR em 2 de julho de 2008 vendeu o barco à TURISBUILDING, embora esta empresa já o viesse a operar desde 2004.

O vetusto Barco EVORA tem uma história de vida bem interessante, descrita no livro de minha autoria BARCO EVORA – O velho senhor do Tejo, editada numa edição protótipo e na página www.barcoevora.blogspot.com

Neste dia 10 de junho de 2014, Dia de Portugal, fui visita-lo no cais nº 1, em Setúbal, onde se encontra acostado e notei que acabara de ser colocada uma tela, anunciando a sua venda.

É um novo ciclo de vida que se anuncia para o barco EVORA, nas mãos de novos proprietários.

Nos próximos meses ainda o poderemos ver no Sado, qual elegante cisne branco, sulcando as calmas águas nos muitos cruzeiros que já tem agendado para este final da Primavera e para todo o Verão.

Depois, logo se verá, se o EVORA ficará no Sado, se voltará ao Tejo ou se rumará a outras distantes paragens…

Rui Canas Gaspar

2014-junho-10

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Setúbal ainda não é a Arca de Noé, mas…

Aquando das recentes obras na zona histórica, ali para os lados da Rua Fran Paxeco, a antiga Rua Direita de Troino, notícia que foi difundida pelos órgãos de comunicação social dava conta de que uma cobra teria andado a passear por aquela artéria da zona baixa da cidade.

Pela descrição tratar-se-ia de uma cobra rateira, que não sendo má-língua, teria vindo pelo Ribeiro do Livramento, que se encontra coberto e passa por ali bem perto, na esperança de arranjar algum bom almoço, esquecendo-se que por cá não há almoços grátis…

Como a curiosa criatura encontrou uma abertura ao nível do solo, tratou logo de vir bisbilhotar como paravam as modas na baixa da cidade.

Também no ano passado tivemos conhecimento de que uns patos bravos, não daqueles que constroem mamarrachos, mas dos outros que vivem calma e tranquilamente no Parque do Bonfim, teriam vindo fazer o seu ninho na Escola Secundária de Sebastião da Gama, antiga Escola Industrial e Comercial de Setúbal.

Desenganem-se pois todos aqueles que pensam que ser pato bravo é sinónimo de ignorância, aqui temos uma pata que decidiu dar uma boa formação técnica aos seus filhotes logo desde que nasceram.

Mas, porque se trata de mamarrachos, quem também teve curiosidade em observar bem de perto o que seria isso que de vez em quando se constrói em Setúbal, foram os porcos selvagens da Arrábida, os javalis, aqueles bichinhos que segundo consta nas publicações oficiais do Parque Natural da Arrábida, já estão extintos na serra-mãe.

Então, um casal desses simpáticos porquinhos, provavelmente os batedores dos muitos que abundam por aqueles lados, desceram até à cidade, fizeram uma inspeção às obras em curso no Largo José Afonso, apreciaram o eficiente e muito utilizado auditório a que alguns setubalenses apelidam de mamarracho ou pórtico da Setenave e depois de um passeio higiénico pela Avenida Luísa Todi, lá voltaram para casa.

A caminho da serra ainda tiveram a oportunidade de acenar aos golfinhos que nadavam no Sado e comentar o que tinham visto em Setúbal com as raposas que procuravam comida ali junto aos contentores do lixo, no Bairro do Viso.

Agora que Setúbal está mais bonita, coloca-se um novo problema. É que com tantos animais a serem atraídos para esta terra que tão bem sabe receber os forasteiros, não correremos o risco de serem eles a tomar conta dos nossos destinos?

Setúbal, por enquanto, ainda não é a Arca de Noé, mas a continuar assim qualquer dia estamos feitos, ou melhor dizendo, estamos entregues à bicharada.

Rui Canas Gaspar

2014-junho-09

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Tiro o chapéu à Presidente da Câmara Setubalense

A enorme máquina continua com os trabalhos de demolição e limpeza, agora na Praia da Saúde, depois de ter demolido e limpo os armazéns e espaços adjacentes das instalações da SADONAVAL.

Maria das Dores Meira vê o seu nome gravado na brecha da Arrábida assinalando a inauguração do Parque Urbano de Albarquel aquando do seu primeiro mandato como Presidente da Câmara Municipal de Setúbal.

Posteriormente, a presidente sadina avançou para uma segunda faze, com as obras de reconversão da Praia da Saúde, um agradável espaço que os setubalenses passaram a usufruir desde o ano passado, ao mesmo tempo que anunciava a construção do Terminal 7, um importante edifício de apoio bem como a reconversão de toda a área da terceira e última faze deste ambicioso projeto.

Estou convencido que até ao final deste seu mandato, mais não será feito do que limpar toda a zona onde se encontravam os estaleiros e as edificações da SADONAVAL, o que a acontecer já será muito aceitável, devido à envergadura dos trabalhos que têm estado em curso.

Como é mais que certo que Maria das Dores Meira se irá recandidatar pela última vez nas próximas autárquicas e porque também vaticino a sua vitória, estou em crer que a presidente sadina completará este ambicioso e, para muitos, impensável projeto de devolução do rio à cidade numa extensão bem considerável.

Fico satisfeito por ver a minha terra linda, funcional e sobretudo este enorme espaço com um inusitado movimento de cidadãos de todos os escalões etários e de todas as classes sociais que procuram manter-se em forma usufruindo de um tão belo espaço, onde há meia dúzia de anos não se via vivalma e hoje é percorrido de dia e de noite por milhares de setubalenses.

Não devemos ter medo de criticar o que de mal se tem feito e por vezes ainda se faz nesta terra, mas também não nos devemos eximir de aplaudir o que por cá se vai fazendo de bom, e a devolução de toda a zona ribeirinha ao usufruto dos cidadãos é uma obra de se lhe tirar o chapéu e, mais que não seja por esta obra, eu o faço à presidente da minha cidade.

Rui Canas Gaspar

2014-junho-05
O EVORA está a caminho do Rio Sado

Continuavam a perguntar-nos pelo EVORA e muitas pessoas já pensavam que este emblemático barco teria abandonado o Sado, mas não, ausentou-se temporariamente para ir a uma sessão de beleza.

O lindo “Cisne branco do Sado”  já deixou os estaleiros  do Seixal onde foi fazer as mais diferentes vistorias, raspar e pintar o casco, efetuar  algumas pequenas reparações e as necessárias pinturas de forma a apresentar-se mais lindo que nunca para uma temporada de cruzeiros a levar a efeito numa das mais belas baías do mundo.

O charmoso Barco EVORA encontra-se em navegação pelo Oceano Atlântico, depois de ter deixado para trás o Rio Tejo. Ao princípio da noite de hoje entrará na barra de Setúbal, para vir atracar à estacada nº 1, conhecida entre os homens do mar por “estacada do carvão”.

Os golfinhos do Sado também já sentiam a sua falta. Em breve ele estará no rio azul e agora vem mais bonito que nunca, depois desta limpeza de pele e maquilhagem, apresenta-se belo e de tal forma atraente que os outros golfinhos, aqueles que nadam no Atlântico, não deixam de o acompanhar nesta sua viagem de algumas horas.

Os amantes da fotografia que se preparem porque não faltarão oportunidades para fotografar este vetusto barco que este ano tem um intenso programa de cruzeiros no nosso Sado, onde passearão desde os mais badalados vip até ao que temos de melhor e mais importante, as crianças das escolas da nossa terra.

Rui Canas Gaspar
2014-junho-05