Vem aí a
Feira de Santiago
Quando a Feira de Santiago foi instituída a sua duração era de
apenas três dias. Em 2013, no ano passado, tínhamos 15 dias de feira. Não me
parece que venha mal ao mundo se passarmos agora a ter 10 dias de certame, seja
por uma questão económica, logística ou outra julgada pertinente.
Dez dias de feira nas Manteigadas a mim parece-me bem, desde que
se privilegie a qualidade em detrimento da quantidade. Tanto mais que é sabido
que temos bastantes eventos lúdicos, na zona baixa da cidade, em menor escala, com
lugar entre junho e setembro.
Para que fiquemos com um pequeno registo histórico sobre a
emblemática feira, partilho aqui com os amigos um pouco do que escrevi sobre
este assunto no livro (ainda não editado) “Gente do Rio, Homens do Mar”.
“ Em 1581 todos os caminhos do reino foram dar à vila de Tomar.
Ali os representantes da nobreza, do clero e do povo reuniram-se nas cortes
presididas pelo rei Filipe II de Espanha, primeiro de Portugal, tendo a reunião
por objetivo acalmar as forças portuguesas derrotadas que foram as hostes de D.
António, prior do Crato.
E foi então no decurso dessa importante reunião que os
representantes de Setúbal aproveitaram a oportunidade para solicitar ao rei a
autorização para criar uma feira na sua vila.
O monarca deferiu a petição e a feira teria início no dia de
Sant’Iago, 25 de julho, com a duração de três dias, sendo então realizada no
perímetro do Largo de Jesus.
Posteriormente e durante alguns séculos a feira teria
habitualmente lugar frente ao Convento de Jesus e dali um dia sairia para
passar a ser instalada na Praça da República, no Parque do Bonfim, no lado
nascente da Rua da Praia (Av. Luísa Todi), na parte poente da mesma Avenida e
finalmente em 2004, em espaço próprio, a nascente da cidade, numa zona
periférica conhecida por Manteigadas.”
Rui Canas Gaspar
2014-junho-17
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