notícias, pensamentos, fotografias e comentários de um troineiro

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Até quando teremos de aturar estes “artistas” ?

Custa-me a mim observar e provavelmente a todas as pessoas de bom senso como algumas artérias de Setúbal estão a ficar “grafitadas” ou melhor dizendo riscadas (ou emporcalhadas) num verdadeiro atentado à sã convivência entre pessoas que passam a ser obrigadas a conviver com tão desagradável cenário.

Um impune crime contra o património público e particular que se traduz em largos milhares de euros de repintura e limpeza, bem mais dispendiosa quando se tratam de cantarias.

Os vândalos não respeitam o que quer que seja e a tinta é aplicada indiscriminadamente sobre qualquer superfície seja ela uma porta antiga, cantaria, vidraça e até azulejos seculares.

Nada escapa a esta onda destruidora do nosso património edificado sem que os legisladores, a polícia e os tribunais atuem em conformidade.

Todos sabemos que o problema não é apenas local, nem sequer nacional, mas internacional. Porém uma coisa é podermos apreciar um bonito painel pintado por um talentoso artista de rua, outra coisa é ver as paredes riscadas, borradas ou emporcalhadas…

Ou estes “artistas” são apanhados e fazem-nos pagar o prejuízo que causam ao património, ou então não há campanha de “Setúbal mais bonita” que resista, nem sequer dinheiro no bolso dos proprietários particulares que chegue para tão grandes prejuízos e desmandos. Digo eu…

Rui Canas Gaspar

2014-janeiro-30

domingo, 26 de janeiro de 2014

Será que estamos  a ficar “descabeçados”?

Há muito, muitos anos, já lá vai pouco mais de meio século, quando era um menino e frequentava o ciclo preparatório na Escola Industrial e Comercial de Setúbal, as férias grandes foram aproveitadas não para ir para a praia ou ir brincar, mas sim para conhecer o mundo do trabalho.

O dinheiro lá por casa não abundava e todos os tostões eram bem-vindos, pelo que minha mãe foi falar com o saudoso Norberto Aleluia dos Reis, um jovem comerciante, que havia pouco tempo tinha ficado com a posse da Sapataria 53 e que fez o favor de me deixar trabalhar no seu estabelecimento.

Comecei por ali arrumar as caixas de sapatos, organizar prateleiras para além de fazer o necessário serviço de armazém. No final do dia, quando a sapataria fechava, levava caixas de sapatos a casa de alguns clientes que resolviam fazer a escolha em casa e outros que tendo-os comprado não se queriam dar ao trabalho de levar o saquinho e lá ia eu entregar os novos sapatos ao domicílio.

Este fim de semana dei comigo a meditar nestas vivências, porque ao passar pela Rua Álvaro Castelões, na baixa da cidade, verifiquei que a sapataria estava fechada e as montras cobertas. Claro que como bom “cusca” decidi entrar no estabelecimento do lado e perguntar o que se passava.
A sapataria 53 com cerca de três quartos de século tinha fechado e provavelmente não voltaria a abrir!...

Naquele tempo em que por lá trabalhei, certo dia fui entregar uns sapatos novos a uma senhora espanhola dona de uma fábrica de conservas de peixe ali para os lados do Bonfim, a simpática senhora ao invés de me dar uma moedinha como gratificação (que eu sempre estava à espera…) ofereceu-me uma lata de conservas de peixe, o que não foi mau de todo, embora eu preferisse a gratificação tradicional.

Hoje passei pela casa dessa senhora com o objetivo de tentar melhor aperceber-me do trabalho ali desenvolvido Há meio século e acabei por captar algumas imagens daquela que foi a outrora dinâmica fábrica conhecida entre os setubalenses como os “Espanhóis do Bonfim”.

Dei então comigo a pensar que não é só a nossa sociedade está em rápida mudança mas tudo o que nos rodeia fisicamente e que representaria as nossas referências e a nossa memória coletiva.

Acho que temos de tentar preservar alguma coisa, porque um povo sem memória é como um corpo sem cabeça e esse certamente de pouco servirá. Digo eu…

Rui Canas Gaspar
2014-janeiro-26








sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Setúbal
A rotunda quase esquecida

Uma viatura especializada dos Sapadores Bombeiros, uma ambulância e uma moto do INEM, um carro patrulha e um reboque da PSP convergiram para a Praça do Vitória Futebol Clube, entre o Estádio e o Parque do Bonfim, com o objetivo de acorrerem a mais um aparatoso acidente automóvel naquele fatídico local da cidade.

Foram mais de uma dezena de profissionais de segurança, socorro e saúde que convergiram rapidamente para o local com o objetivo de promover o necessário apoio às vítimas e assegurar a fluidez do tráfego automóvel nesta manhã de sexta-feira, 24 de janeiro de 2014.

Um automóvel que circulava na rotunda, no sentido norte /sul teria sido violentamente abalroado por um outro que entrou na mesma  pela via poente/nascente, felizmente sem outras consequências que não os danos nas viaturas envolvidas.

E foi tal a violência do embate que o automóvel que circulava na rotunda ficou virado de lado, com as rodas a rolar no vazio, precisamente no mesmo local onde outros já têm ficado de rodas para o ar.

Entre as pessoas que ali se juntaram, muitas delas moradoras nas redondezas, os comentários eram unânimes. Embora todos reconheçam a existência de sinalização de trânsito horizontal e vertical o facto é que naquele pequena rotunda os acidentes são recorrentes e dificilmente haverá alguma semana em que tal não aconteça.

Ninguém compreende como é que ali não é colocado um grupo de semáforos para regular o trânsito, quando é sabido que este é um local de frequentes acidentes, sendo que a pequena rotunda, passa até quase despercebida, principalmente para forasteiros ou automobilistas que por ali transitam com menos frequência.

O dinheiro que as companhias seguradoras já têm pago aos sinistrados por acidentes ocorridos neste local já daria seguramente para serem adquiridos vários conjuntos de grupos semafóricos, embora todos saibamos que esse assunto é da competência da Autarquia.


Até quando teremos de continuar a assistir a mais e mais acidentes, com custos elevadíssimos, nesta rotunda quase esquecida? É a questão que a todos se nos põe.

Rui Canas Gaspar
2014-janeiro-24

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

A gente altruísta de Setúbal

É curioso notar que mesmo em tempos de crise aguda como aquela  que atravessamos há sempre gente que rema contra a maré do desânimo, do derrotismo e do “bota-baixismo”.

São muitos e variados os exemplos de pessoas que não baixam os braços e estão sempre dispostas a meter mãos à obra de forma altruísta, colocando o egoísmo de parte.

Quero aqui referir dois exemplos sintomáticos daquilo que acabo de afirmar.

No primeiro dia deste ano de janeiro de 2014 constatei logo pela manhã que uma das duas estátuas de buda colocadas em outros tantos nichos naquele que foi o “Buda Bar” localizado na Avenida Portela, encontrava-se partida no chão, por ter sido vandalizada, tal como a coluna que a sustentava.

Também publiquei aqui  uma pequena reportagem mostrando o estado confrangedor em que se encontra um dos Passos de Setúbal, a capelinha dedicada a São Marçal, patrono dos bombeiros.

Agora, poucos dias passados sobre estas ocorrências constato o seguinte: 

Embora o “Buda Bar” se encontre fechado e as suas paredes e porta estupidamente grafitadas, o facto é que uma nova estátua foi de novo colocada (não sei por quem)  no local onde a outra se encontrava.

Quanto à capelinha dedicada a São Marçal, um setubalense, homem de Troino,  está já a diligenciar no sentido de voluntariamente assumir as necessárias reparações de forma a que aquele local se possa apresentar de forma condigna como sempre o conhecemos.

Aqui estão dois bons exemplos de que em Setúbal há gente que não só ama a sua terra, mas mais do que isso, está sempre disposta a deitar mãos à obra de forma dinâmica e voluntariosa.


Rui Canas Gaspar

2014-janeiro-21

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Até quando as absurdas praxes académicas?

Desde a mais remota antiguidade que as praxes, batismos, ou rituais de passagem são feitas entre povos, grupos ou pessoas como forma de se afirmarem como adultos, de entrarem num determinado grupo, ou simplesmente como sinal de adesão a determinado movimento ou religião.
Entre os estudantes Universitários também existe esse ritual de entrada no mundo académico e, daí as praxes.

No meio académico ocorrem as praxes que frequentemente são alvo de notícia, nem sempre pelas melhores razões, devido ao exagero e até à falta de bom senso de que as mesmas por vezes se revestem.

Mais um mau exemplo do que se passa no mundo académico parece ser o que recentemente aconteceu na praia do Meco, a fazer fé nas informações que começam a ser veiculadas pela comunicação social e que custaram a vida a seis jovens estudantes.

Uma tragédia que provavelmente poderia ter sido evitada se exageros não fossem cometidos. Exageros que se traduzem também das formas mais diversas como aquela que ocorre em Coimbra nos cortejos académicos onde carrinhos de supermercado são furtados nos hipermercados e no final da festa acabam no fundo do Rio Mondego. Isto para não falar nas bebedeiras monumentais tão “típicas” ocorridas entre estudantes no decurso desse tipo de festividades.

No final do passado ano de 2013 uma equipa de cinco desportistas retiraram 64 carrinhos de compras do leito do Mondego e um supermercado local conseguiu reaver 150 desses carrinhos no ultimo desfile da latada.  Os hipermercados locais viram-se forçados a montar vigilância reforçada para evitar que esse tipo de equipamento seja desviado pelos “estudantes”.

É lamentável que indivíduos que vivem à conta dos pais e que estudam à conta dos pesados impostos que recaem sobre a generalidade do povo trabalhador se possam dar ao luxo de tamanhos desmandos, portando-se como crianças mal-educadas.

Afinal, quando é que esta gente cresce? Que tipo de profissionais irão sair das Universidades portuguesas? Que tipo de pessoas amanhã nos irão governar? Afinal que gente é esta?...

Não vamos generalizar. Bem sabemos que não há regras sem exceção e que há estudantes e “estudantes” mas infelizmente aquilo que vamos vendo deixa-nos preocupados.

Para se tentarem afirmar como líderes alguns dos mais velhos humilham estupidamente os novatos que entram nesses estabelecimentos de ensino, com praxes ditas académicas.

Porque é que não vão praxar os novatos de arquitetura e engenharia, por exemplo, fazendo-os pintar convenientemente as degradadas paredes das cidades? E os de silvicultura passando um dia a limpar a floresta? E os de outros cursos a fazerem algo de útil à sociedade? Se os futuros doutores são tão criativos para as asneiras então porque não colocar as suas doutas inteligências a praxar de forma útil e produtiva?

É altura de dizer basta a tanta asneira e é tempo dos estudantes, sobretudo os universitários saberem que a sua formação custa muito dinheiro e sacrifícios não só às suas famílias em particular mas ao povo português em geral. É altura de dizermos basta a tanta parvoíce cometida por um vasto grupo de gente que vive às nossas custas!


Rui Canas Gaspar

2014-janeiro-20

domingo, 19 de janeiro de 2014

Já se vislumbra a terceira fase do P.U.A.

Tenho vindo a notar que vários trabalhadores dos estaleiros da SADONAVAL têm estado de volta do casco do “Ponta do Verde” o último barco a ser reparado nos estaleiros que outrora tiveram lugar na Praia da Saúde.

Este será o último barco que ali será reparado e depois do seu bota abaixo aquele espaço ficará em condições de se iniciar a terceira e última fase da devolução do rio à cidade.

Esta é sem dúvida a mais importante e consensual obra pública levada a cabo em Setúbal tornando um espaço outrora feio e subaproveitado numa das mais, senão mesmo a mais movimentada artéria da cidade.

Hoje, domingo 19 de janeiro após o almoço e tal como milhares de setubalenses fui esticar as pernas até ao nosso Parque Urbano de Albarquel e praticamente não havia um lugar disponível de parqueamento entre a Doca dos Pescadores e o PUA.

As pessoas queriam aproveitar, e bem, a nesga de sol que se fazia sentir depois de uma semana de frio e chuva.

Reparei que os portões das oficinas da SADONAVAL estavam abertos de par em par e lá dentro já nada se encontrava a exemplo do que aconteceu há poucos meses com a limpeza do parque de materiais, significando que deve estar para muito breve o início da terceira e última fase desta importante obra.

Naquele amplo local, encravado entre os já recuperados, nascerá o “Terminal 7”, mais parqueamento, mais espaço verde e mais praia.

Num projeto desta natureza é natural que nem todos estejam de acordo com os pormenores e com a utilização dada ao espaço. Pela minha parte não tenho quaisquer dúvidas em aplaudir esta recuperação de uma importante parcela do nosso território de que grande parte da nossa população já está a usufruir.

Rui Canas Gaspar

Setúbal, 2014-janeiro-19 

sábado, 18 de janeiro de 2014

Uma Rua de Setúbal que ficou esquecida

O espaço é amplo, em terra batida, vou por ali fora para fotografar as ruínas de um velho moinho de vento que em tempos idos transformou em farinha os grãos com que os nossos ancestrais fizeram o seu pão.

Reparo numa placa toponímica e aproximo-me para poder ler a inscrição e qual não é o meu espanto quando constato que afinal não estou num descampado mas sim na Rua C do Bairro Rendeiro.

De facto já temos em Setúbal a Rua do Mal Cozinhado, mas esta tal Rua C do Bairro Rendeiro é que me parece que nunca viu a cor da panela, sem sequer  alguma vez sentiu o calor do lume.

Rui Canas Gaspar

2014-janeiro-18

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Hoje fotografei uma fisga

Quando muitos de nós eramos crianças e as televisão por estas bandas eram uma raridade, sem computadores, e com poucos brinquedos, inventávamos não só os nossos como as próprias brincadeiras.

Geralmente a poucas centenas ou dezenas de metros das nossas casas tínhamos espaços campestres e muitos de nós fazíamos as fisgas para com elas ir apanhar pássaros.

Muitas dessas pequenas aves acabavam na frigideira, fritas, como necessidade alimentar, ou como petisco.

Mas hoje não vou falar da conhecida e popular Adega dos Passarinhos, que me parece que dos ditos ali apenas resta o nome e o enorme passarão pintado na parede, mas sim da fisga, que hoje vi exposta numa drogaria de Setúbal.

Curiosamente esta “terrível arma” não se encontrava à venda, mas o seu proprietário faz questão de ali a ter para mostrar aos meninos de hoje como era a sua própria vivência aquando criança.

Esta é uma interessante maneira de passar o testemunho, tal como nós o fazemos ao publicar aqui na net as nossas recordações e vivências. Por isso fotografei a fisga para que possamos ter aqui mais uma memória partilhada.

Rui Canas Gaspar

2014-janeiro-17

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

O Porto de Setúbal está em franco desenvolvimento

É com muito agrado que começamos a ver a nossa bela “baía dos golfinhos” com um inusitado movimento de grandes barcos que todos os dias entram e saem das nossas tranquilas águas sadinas.

Mais de uma centena de grandes gigantes dos oceanos demandam anualmente um dos melhores estaleiros navais do mundo, a Lisnave, aqui sedeada na Península da Mitrena.

Quanto ao nosso Porto vale a tema tomarmos conhecimento do que foi a sua atividade em 2013 de acordo com a nota de imprensa divulgada por aquela entidade:

“O Porto de Setúbal fechou o ano de 2013 com mais de 7 milhões de toneladas movimentadas, patamar ultrapassado pela segunda vez na história do porto e que constitui o novo máximo absoluto de sempre. Foi um ano de recuperação de cargas, atingindo-se valores mensais na linha dos melhores anos anteriores, com movimentações superiores a 600 mil toneladas.

O ano de 2013 passa a constituir um marco que demonstra a motivação e a preparação da Comunidade Portuária de Setúbal e de todos os trabalhadores do porto de Setúbal para superar os desafios da conjuntura difícil que atravessamos, colocando o Porto de Setúbal na rota da competitividade e do desenvolvimento, com forte suporte às exportações e às empresas industriais da região criadoras de emprego (representam 33 mil postos de trabalho direto e indireto) e ainda grande capacidade para crescer.”

Rui Canas Gaspar

2014-janeiro-16
Parabéns e obrigado ao “Folha Sadina”

O “Folha Sadina” é um jovem jornal que comemora amanhã, dia 17 de janeiro de 2014, o seu primeiro aniversário. Trata-se de um bissemanário (sai às segundas e quintas-feiras)   que nos relata as notícias da cidade de Setúbal e da nossa região.

Aproveitamos para daqui endereçar os nossos parabéns e agradecimentos ao jovem periódico por dois excelentes motivos.

1º Porque um aninho não se faz todos os dias e por isso mesmo é motivo para ser devidamente comemorado.

2º Um agradecimento porque foi com surpresa que vi o meu livro ARRÁBIDA DESCONHECIDA (que já se encontra em todos os continentes do mundo) ser mencionado nas suas páginas como “Livro da Semana” o que naturalmente deixa qualquer autor satisfeito pelo reconhecimento do seu trabalho.


Rui Canas Gaspar

2014-janeiro-14

Pois é verdade que um aninho não se faz todos os dias e eu acabei por dar os parabéns antecipados ao "Folha Sadina" Quem  de facto faz um ano de vida é a empresa publicitada por cima do título do jornal. Daí o lapso, pelo que peço desculpa pelo "barrete" que enfiei àqueles que leram estas linhas.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

A “minha” janela do euromilhões

A vida é feita de coisas boas e de outras menos boas, de alegrias e de tristezas, de noites e de dias, de verões e de invernos, de juventude e de velhice…

Gosto de valorizar os pequenos prazeres da vida, seja em que altura for e em que época possam acontecer, de preferência prolongando os bons momentos.
Hoje foi um desses dias. Depois de uma manhã de atividade profissional aproveitei para ir almoçar ao meu “restaurante” preferido o meu pitéu de eleição.

Curiosamente, talvez devido à anunciada tempestade não estava lá ninguém e pude comer o meu farnel, composto da deliciosa sandes de choco frito, comprada em Setúbal, acompanhado de um refrescante Sumol de laranja, sentado frente à deserta Praia da Figueirinha, em plena Serra da Arrábida.

No regresso à minha cidade do Rio Azul, ainda tive oportunidade de ir fazer mais uma exploração a uma peça do nosso património edificado e votado ao abandono na serra, onde de uma janela altaneira, qual excêntrico do euromilhões, contemplei o deslumbrante “vendaval” que se abatia sobre a baía dos golfinhos e o Atlântico que com as suas águas azuis com ela se iria casar.

Estes são os pequenos/grandes prazeres da vida que esta Região de Setúbal nos proporciona a baixo custo e que por vezes os próprios setubalenses não aproveitam.

Podem-nos levar os euros em impostos, podem-nos massacrar com as más notícias diárias, mas esta maravilha jamais conseguirão tirar-nos.

Rui Canas Gaspar

2014-janeiro-13
Um histórico edifício funciona como sede do Rotary Clube de Setúbal

Ao que julgo saber o Rotary Club é uma organização prestigiada e composta por pessoas de bem que quando cumpridoras se regem por elevados padrões, assentes em quatro princípios, tendo por base elevados ideais.

1.  O desenvolvimento do companheirismo como elemento capaz de proporcionar oportunidades de servir;
2.  O reconhecimento do mérito de toda ocupação útil e a difusão das normas de ética profissional;
3.  A melhoria da comunidade pela conduta exemplar de cada um na sua vida pública e privada, e
4.  A aproximação dos profissionais de todo o Mundo, visando a consolidação das boas relações, da cooperação e da paz entre as nações.

Na cidade de Setúbal este clube dispõe desde final do passado ano de 2013 de uma sede, propriedade do povo setubalense que em boa hora a Autarquia deliberou ceder-lhe, com a condição de que o Clube tratasse da manutenção deste antigo e histórico imóvel.

E foi assim que os rotários, segundo se consta, ali investiram cerca de 15 mil euros na manutenção e conservação do edifício que agora se apresenta com excelente aspeto, numa das zonas mais movimentadas da cidade, logo à entrada da Avenida General Daniel de Sousa.

O que eu não gosto nada, e penso que os setubalenses e visitantes da nossa terra também não, é desta bela sede do clube se destacar de um outro edifício não menos importante e belo, porém que se apresenta de forma miserável, estou a referir-me ao palácio Botelho Moniz.

Porque as instalações do palácio estão na posse de uma organização religiosa que, ao que parece, não vive com desafogo financeiro, as Irmãs de Calcutá, será que não seria interessante o Rotary Clube de Setúbal, promover os trabalhos de pintura dos muros e portões daquela Instituição, pelo menos na parte que fica nas traseiras das suas instalações?

Se esse trabalho fosse feito aquela artéria da cidade teria muito a ganhar e o próprio clube ficaria mais bem integrado, como se poderá constatar pelas fotos.

É claro que tudo isto tem custos e não faço sequer ideia se o clube está ou não em condições financeiras para suportar tal encargo, mas não me custa muito acreditar que num tão seleto grupo de pessoas de bem não hajam algumas dispostas a fazer a sua boa ação, abrindo os cordões à bolsa ou movendo as necessárias influências para que o trabalho se possa realizar.

Que acham da ideia? Vamos aguardar pelos resultados…

Rui Canas Gaspar

2014-janeiro-13























domingo, 12 de janeiro de 2014

Moradia da família Castro "Cabrela"

Outrora uma referência na cidade, pela sua linda, invulgar e harmoniosa arquitetura, está a ficar irreconhecível, a moradia pertencente à abastada família  Castro que por ter propriedades no Alentejo, em Cabrela, também era conhecida pelo nome dessa localidade. 

Localizada num amplo lote de terreno, em plena Avenida dos Combatentes da Grande Guerra, na zona central da cidade de Setúbal, passou do estado de degradação em que se encontrava à de praticamente ruína.

A casa começou por ser ocupada pós 25 de abril de 1974 pelo M.R.P.P. um partido político pró China e desde então começou um longo processo de destruição.

Com a saída deste partido das instalações a mesma acabaria por ser ocupada por pessoas sem-abrigo e foi durante a sua estadia no local que se deu o incêndio no primeiro andar que viria a destruir ainda mais o outrora belo edifício.

Quando finalmente os legítimos proprietários retomaram a posse do imóvel e submeteram um projeto de recuperação e valorização do espaço à Câmara Municipal, viram a sua pretensão recusada pelos Serviços Técnicos no que se referia à volumetria pretendida, pelo que em função dessa decisão, deixaria de ser rentável a recuperação do imóvel.

Mais tarde, haveria de ser aprovado um projeto de recuperação para aquele emblemático local, porém as obras nunca chegariam a avançar, a despeito do aviso camarário afixado no local, junto à porta da entrada principal do edifício.

Alguns dos lindos painéis de azulejos que decoravam os seus alçados exteriores estão a desaparecer gradualmente. Sobrevivem  à degradação as bonitas cantarias e miraculosamente (por enquanto…) os seus elaborados portões e gradeamentos em ferro.

Uma das dependências anexas que deveria ter servido em tempos como garagem encontra-se agora a ser utilizada como armazém de velharias. Essa é, provavelmente a justificação para que o edifício não se apresente em piores condições, devido a estar parcialmente a ser utilizado, desincentivando, por esse motivo, os amigos do alheio a pilharem o que resta da vetusta moradia.













Rui Canas Gaspar

2014-janeiro-12