Até quando as absurdas
praxes académicas?
Desde
a mais remota antiguidade que as praxes, batismos, ou rituais de passagem são
feitas entre povos, grupos ou pessoas como forma de se afirmarem como adultos,
de entrarem num determinado grupo, ou simplesmente como sinal de adesão a determinado
movimento ou religião.
Entre
os estudantes Universitários também existe esse ritual de entrada no mundo
académico e, daí as praxes.
No
meio académico ocorrem as praxes que frequentemente são alvo de notícia, nem
sempre pelas melhores razões, devido ao exagero e até à falta de bom senso de
que as mesmas por vezes se revestem.
Mais
um mau exemplo do que se passa no mundo académico parece ser o que recentemente
aconteceu na praia do Meco, a fazer fé nas informações que começam a ser
veiculadas pela comunicação social e que custaram a vida a seis jovens
estudantes.
Uma
tragédia que provavelmente poderia ter sido evitada se exageros não fossem
cometidos. Exageros que se traduzem também das formas mais diversas como aquela
que ocorre em Coimbra nos cortejos académicos onde carrinhos de supermercado
são furtados nos hipermercados e no final da festa acabam no fundo do Rio
Mondego. Isto para não falar nas bebedeiras monumentais tão “típicas” ocorridas
entre estudantes no decurso desse tipo de festividades.
No
final do passado ano de 2013 uma equipa de cinco desportistas retiraram 64
carrinhos de compras do leito do Mondego e um supermercado local conseguiu
reaver 150 desses carrinhos no ultimo desfile da latada. Os hipermercados locais viram-se forçados a
montar vigilância reforçada para evitar que esse tipo de equipamento seja
desviado pelos “estudantes”.
É
lamentável que indivíduos que vivem à conta dos pais e que estudam à conta dos pesados
impostos que recaem sobre a generalidade do povo trabalhador se possam dar ao
luxo de tamanhos desmandos, portando-se como crianças mal-educadas.
Afinal,
quando é que esta gente cresce? Que tipo de profissionais irão sair das
Universidades portuguesas? Que tipo de pessoas amanhã nos irão governar? Afinal
que gente é esta?...
Não
vamos generalizar. Bem sabemos que não há regras sem exceção e que há estudantes
e “estudantes” mas infelizmente aquilo que vamos vendo deixa-nos preocupados.
Para
se tentarem afirmar como líderes alguns dos mais velhos humilham estupidamente os
novatos que entram nesses estabelecimentos de ensino, com praxes ditas
académicas.
Porque
é que não vão praxar os novatos de arquitetura e engenharia, por exemplo, fazendo-os
pintar convenientemente as degradadas paredes das cidades? E os de silvicultura
passando um dia a limpar a floresta? E os de outros cursos a fazerem algo de útil
à sociedade? Se os futuros doutores são tão criativos para as asneiras então
porque não colocar as suas doutas inteligências a praxar de forma útil e produtiva?
É
altura de dizer basta a tanta asneira e é tempo dos estudantes, sobretudo os
universitários saberem que a sua formação custa muito dinheiro e sacrifícios não
só às suas famílias em particular mas ao povo português em geral. É altura de
dizermos basta a tanta parvoíce cometida por um vasto grupo de gente que vive às
nossas custas!
Rui Canas Gaspar
2014-janeiro-20
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