Fui à espera dos reis
À Pedra Furada
Enganei-me no caminho
Fui à casa da cagada
E
com esta cantilena lá ia um enorme grupo de crianças, jovens e adultos desde o
bairro de Troino até à Pedra Furada, na Estrada da Graça, carregando um pequeno
banco de madeira à cabeça.
Era
assim em Setúbal nos anos 50 do século passado e provavelmente também nos
tempos que antecederam essa época.
Em
15 de janeiro de 1969 era eu um jovem correspondente em Setúbal do jornal “A
Voz de Palmela” quando ali publiquei a seguinte notícia:
“
Numa louvável iniciativa dos professores e alunos da Escola Técnica de Setúbal,
teve lugar nesta cidade, na noite de Reis, um desfile alusivo a esta quadra.
Centenas
de jovens desfilaram desde a EICS até ao sítio da Pedra Furada onde se
encontravam os “Reis Magos e pastores” e daí voltavam até à Praça do Bocage
onde se encontrava montado um presépio.
Este
desfile não conseguiu atingir o brilhantismo do ano passado, quer pelo número
reduzido de “árabes” quer pela iluminação deficiente, originada pelo reduzido
número de archotes.
Cremos
que manifestações deste género, revivendo as festas tradicionais de Setúbal são
uma iniciativa a todos os títulos louvável. Mas o que nos parece aconselhável é
que iniciativas destas, especialmente as noturnas, deveriam ser precedidas de
algum policiamento, a fim de evitar os abusos de alguns indivíduos mal-intencionados,
que aproveitando-se desta oportunidade dão largas ao seu mau instinto.
Porém,
não queremos deixar de felicitar todos os organizadores e pessoas que
trabalharam para que fosse possível a realização desta velha tradição de
Setúbal.”
E
porque estamos quase de novo em Dia de Reis quem é que tem memórias deste tipo
de eventos realizado na nossa cidade de Setúbal?
Rui Canas Gaspar
03-jan-2014
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