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domingo, 12 de janeiro de 2014

Moradia da família Castro "Cabrela"

Outrora uma referência na cidade, pela sua linda, invulgar e harmoniosa arquitetura, está a ficar irreconhecível, a moradia pertencente à abastada família  Castro que por ter propriedades no Alentejo, em Cabrela, também era conhecida pelo nome dessa localidade. 

Localizada num amplo lote de terreno, em plena Avenida dos Combatentes da Grande Guerra, na zona central da cidade de Setúbal, passou do estado de degradação em que se encontrava à de praticamente ruína.

A casa começou por ser ocupada pós 25 de abril de 1974 pelo M.R.P.P. um partido político pró China e desde então começou um longo processo de destruição.

Com a saída deste partido das instalações a mesma acabaria por ser ocupada por pessoas sem-abrigo e foi durante a sua estadia no local que se deu o incêndio no primeiro andar que viria a destruir ainda mais o outrora belo edifício.

Quando finalmente os legítimos proprietários retomaram a posse do imóvel e submeteram um projeto de recuperação e valorização do espaço à Câmara Municipal, viram a sua pretensão recusada pelos Serviços Técnicos no que se referia à volumetria pretendida, pelo que em função dessa decisão, deixaria de ser rentável a recuperação do imóvel.

Mais tarde, haveria de ser aprovado um projeto de recuperação para aquele emblemático local, porém as obras nunca chegariam a avançar, a despeito do aviso camarário afixado no local, junto à porta da entrada principal do edifício.

Alguns dos lindos painéis de azulejos que decoravam os seus alçados exteriores estão a desaparecer gradualmente. Sobrevivem  à degradação as bonitas cantarias e miraculosamente (por enquanto…) os seus elaborados portões e gradeamentos em ferro.

Uma das dependências anexas que deveria ter servido em tempos como garagem encontra-se agora a ser utilizada como armazém de velharias. Essa é, provavelmente a justificação para que o edifício não se apresente em piores condições, devido a estar parcialmente a ser utilizado, desincentivando, por esse motivo, os amigos do alheio a pilharem o que resta da vetusta moradia.













Rui Canas Gaspar

2014-janeiro-12

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