Setúbal
tornou-se uma cidade conservadora?
Ao fim da manhã do dia 8 de setembro de 2011, Miguel Macedo,
anunciou a aprovação de uma proposta de lei que determinou a liquidação do
património dos governos civis, definindo também o regime legal aplicável aos
seus funcionários.
“Na prática, o Conselho de Ministros acaba hoje com os governos
civis” declarou então o Ministro da Administração Interna, ao desempenhar o
papel de coveiro do órgão de administração pública que representou
administrativamente o Governo da República Portuguesa no distrito.
Menos um serviço do Estado, mais economia, mais disponibilidade de
espaço para outros usos e sendo assim, foi pacífica a aceitação da medida por
parte da generalidade dos portugueses.
Mas, e há sempre um mas, parece que na cidade que alguns chamam de
progressista, outros de cidade do Rio Azul e que também é conhecida por
Setúbal, o tempo parou. Agora parece que esta é uma cidade conservadora, que
preza por demais as suas antigas estruturas.
E para que não restem dúvidas, se por todo o país os Governos
Civis foram extintos parece que na terra de Bocage isso não aconteceu,
porquanto o edifício localizado na Avenida Luísa Todi, continua com a placa
indicativa de que ali ainda está o tal dito extinto governo civil.
Ao que parece a PSP estava ultimamente a utilizar o espaço que
conforme entretanto foi anunciado teria sido adquirido pela Câmara Municipal
por um valor de um milhão e duzentos e cinquenta mil euros, a pagar a “bochechos”
ao longo de 15 anos.
O edifício adquirido será destinado ao Conservatório Regional de
Música, entidade que pagará uma renda ao novo senhorio, a Câmara Municipal.
Desenganem-se aqueles que pensam que a progressiva cidade de
Setúbal, parou no tempo e se tornou conservadora. Estava a brincar!
Quem deve andar um pouco lenta, ou muito ocupada é a entidade “responsável”
que já deveria ter retirado uma placa em acrílico sobre chapa metálica que não
faz qualquer sentido existir desde 2011.
Mas, as coisas são o que são e, temos de viver com o que temos,
até com estas situações bem elucidativas do funcionamento da emperrada máquina
pública, bem oleada com os nossos pesados impostos e que, no entanto, trabalha a três tempos: Devagar, devagarinho e
parada.
Rui Canas Gaspar
2014-agosto-15
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