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domingo, 4 de julho de 2021

 

A última subida ao Alto do Formosinho



O peso dos anos já se faziam sentir quando liderei um grupo de jovens num acampamento levado a efeito no CEADA, o belo parque que os Escuteiros da Região de Setúbal possuem nos Picheleiros, em pleno coração da Serra da Arrábida.

Embora os jovens presentes naquele evento não fossem escuteiros, o tipo de atividades que lhes proporcionamos  foram idênticas ao que os jovens deste movimento mundial levam a cabo aquando nos seus acampamentos.

Uma destas atividades consistia na subida ao ponto mais alto da Península de Setúbal, o Alto do Formosinho, pelo que pedi a um experiente chefe escuteiro que guiasse o grupo, ficando eu para trás, tipo “carro vassoura” estando no entanto mentalmente preparado de que já não conseguiria completar o meio quilómetro do trajeto sempre a subir.

Acontece que passados algumas dezenas de metros andados, encosta acima, dei conta de que um dos jovens mostrava alguma dificuldade pelo que lhe disse para descansar e não tentar a subida até ao marco ao que o rapaz me respondeu que queria lá chegar mesmo que fosse o último.

Bem, como “querer é poder” embora caminhando mais devagar o moço gordinho foi trepando pelos íngremes carreiros e eu a acompanhá-lo e
poucos minutos depois do grupo ter chegado ao cimo da serra lá chegávamos os dois  a tempo de fazer o registo fotográfico para a posteridade e admirar a soberba paisagem que daquele ponto se desfruta desde o Monte Abraão, até ao Atlântico, de Troia a Lisboa…

A atitude de perseverança daquele jovem levou-me também a conseguir aquilo que já tinha dado por impensável e não lhe tinha confessado, ficando para mim mais uma lição daquelas que vamos aprendendo ao longo da vida , ou seja:  “faz mais quem quer do que quem pode”.

Rui Canas Gaspar

Troineiro.blogspot.com

21-julho-04

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