Como
chegaram a Setúbal 7 grandes e vistosos carros alegóricos
Para o brilhantismo dos
corsos carnavalescos de finais dos anos 60, quando Francisco Finuras era Rei do
Carnaval, foi decisiva a ação de um
grande e popular setubalense, José Eduardo Martins, o conhecido “Zé da Mota”, então
membro da comissão de festas municipal, corresponsável pela organização destes
eventos.
Foi ele que com os
seus peculiares dotes de negociante conseguiu trazer para Setúbal sete enormes
carros alegóricos que se encontravam armazenados em Alcoentre e que tinham sido
utilizados num dos anteriores desfiles levado a cabo no cosmopolita Estoril.
Esta história é
verdadeiramente surpreendente! O dono do Casino Estoril não estava na
disposição de emprestar os carros e nem sequer quis receber os membros da
comissão de festas de Setúbal. Por isso, Zé da Mota, fazendo-se passar por
negociante de ferro-velho, interessado na compra de toda a sucata de carnaval conseguiu
marcar uma reunião e convence-lo a entregar os vistosos carros que seriam então
vendidos a 10 contos cada um.
Poucos dias depois das
partes terem fechado negócio os atrativos e enormes carros estavam a ser rebocados por
tratores para Setúbal, com escolta da Polícia de Viação e Trânsito, numa
delicada e difícil operação, que durou toda a noite e onde não faltaram fios
elétricos quebrados e partes do Estoril sem energia.
Ainda hoje no Estoril
estão à espera que os bonitos carros alegóricos, então já sem utilização e a
degradar-se num armazém de Alcoentre, sejam pagos pelo arguto “ferro velho”,
pelo rei Finuras ou pelas depauperadas finanças seu reino.
Mas, como diz o povo:
“É carnaval, ninguém leva a mal”…
Rui
Canas Gaspar
www.troineiro.blogspot.com
Sem comentários:
Enviar um comentário