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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

 



Como chegaram a Setúbal 7 grandes e vistosos carros alegóricos

Para o brilhantismo dos corsos carnavalescos de finais dos anos 60, quando Francisco Finuras era Rei do Carnaval,  foi decisiva a ação de um grande e popular setubalense, José Eduardo Martins, o conhecido “Zé da Mota”, então membro da comissão de festas municipal, corresponsável pela organização destes eventos.

Foi ele que com os seus peculiares dotes de negociante conseguiu trazer para Setúbal sete enormes carros alegóricos que se encontravam armazenados em Alcoentre e que tinham sido utilizados num dos anteriores desfiles levado a cabo no cosmopolita Estoril.

Esta história é verdadeiramente surpreendente! O dono do Casino Estoril não estava na disposição de emprestar os carros e nem sequer quis receber os membros da comissão de festas de Setúbal. Por isso, Zé da Mota, fazendo-se passar por negociante de ferro-velho, interessado na compra de toda a sucata de carnaval conseguiu marcar uma reunião e convence-lo a entregar os vistosos carros que seriam então vendidos a 10 contos cada um.

Poucos dias depois das partes terem fechado negócio os atrativos e  enormes carros estavam a ser rebocados por tratores para Setúbal, com escolta da Polícia de Viação e Trânsito, numa delicada e difícil operação, que durou toda a noite e onde não faltaram fios elétricos quebrados e partes do Estoril sem energia.

Ainda hoje no Estoril estão à espera que os bonitos carros alegóricos, então já sem utilização e a degradar-se num armazém de Alcoentre, sejam pagos pelo arguto “ferro velho”, pelo rei Finuras ou pelas depauperadas finanças seu reino.

Mas, como diz o povo: “É carnaval, ninguém leva a mal”…

Rui Canas Gaspar

www.troineiro.blogspot.com

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