A dança dos hotéis em
Setúbal
Foi
anunciado com grandes parangonas e toda a pompa que os chineses vinham para
Setúbal investir na construção da marina e erigir apartamentos e um hotel, num enorme
empreendimento que iria modificar a zona ribeirinha.
Pelos
vistos os chineses roeram a corda, já cá não vêm pôr os pés e os promotores asiáticos
não vão aqui construir marina nem hotel nenhum.
É
agora anunciado que os israelitas vêm erigir um hotel em Setúbal, frente ao Centro
Comercial Alegro e, mais uma vez, ficamos naturalmente satisfeitos com o anúncio
desta construção que depois de pronta anuncia-se como geradora de uma centena
de postos de trabalho.
Mas,
já diziam os putos de Troino: “a ver
vamos como diz o cego”…
Por
outro lado, o emblemático Grande Salão Recreio do Povo, à porta do qual muitos
bolinhos à ti Laura comi, certo dia foi parar às mãos de um banco, que acabou absorvido
por outro, que por sua vez se desfez do imóvel para fazer o quê? Um hotel, pois
claro!...
É
como se costuma dizer por cá: “Não há duas sem três” mas de hotéis nem visto!
O
que eu não sabia é que afinal sem confusão nem complicação, sem parangonas e
sem estrangeiros metidos no assunto estava em curso na minha cidade a
construção de, imagine-se, um hotel.
Exatamente.
Tomei hoje conhecimento de que está em curso, nas Fontainhas, obras numa antiga
fábrica conserveira com vista à sua transformação para ali poder vir a
funcionar uma unidade hoteleira.
O
espaço é propriedade de um conhecido setubalense, que curiosamente há bem pouco
tempo inaugurou aqui na cidade um bonito hostel.
É
claro que fiquei satisfeito por saber de mais este investimento para a minha
terra e bem mais satisfeito ao constatar também mais uma vez são os portugueses
em geral e os setubalenses em particular que estão a apostar naquilo que é
nosso.
O
investimento estrangeiro é naturalmente bem-vindo, mas nesta dança dos hotéis parece
que vão sendo mais as vozes que as nozes, salvando-se, e ainda bem, estas
constatações.
Rui
Canas Gaspar
2017-março-27
www.troineiro.blogspot.com
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