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segunda-feira, 20 de março de 2017

Chegaram os navios de cruzeiro a Setúbal? 

Será que alguém está a confundir azul Rio Sado com a sua pacata beira-mar com o cinzento Tejo e sua muito concorrida zona ribeirinha? Será que alguém está a confundir as potencialidades turísticas de Setúbal com a alta turística que se está a viver na capital? 

Bem sabemos que o turismo, o porto de Setúbal e sei lá que mais estão a ser governados a partir de Lisboa, mas embora eu não troque a minha cidade pela capital, tenho o discernimento suficiente para reconhecer que Setúbal está a anos-luz de diferença de Lisboa na captação de turistas. Como tal os negócios por aqui serão forçosamente em menor escala do que aqueles junto ao Tejo. 

Esta introdução destina-se a fundamentar o meu pensamento para o valor de arrendamento, ou de exploração comercial que algumas entidades, que não sendo de todo particulares, estão a pedir por determinados espaços em Setúbal.

Do edital nº 2 de 2017 da APSS (Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra) com 25 páginas, retive de entre outros elementos os seguintes, relativamente ao desocupado quiosque existente no conhecido jardim da Beira-Mar, ali junto à popular “asa do avião”.  http://www.portodesetubal.pt/files_editais/2017/Edital_02_2017.pdf

Até nem sei se li bem, por isso convido-vos a fazer o mesmo e porque acho tão absurdo, peço desde já desculpa pela minha eventual má interpretação do que ali está expresso, ou seja: 

As obras a fazer e os respetivos licenciamentos correrão por conta do “inquilino”. 

Pode o mesmo  vir a utilizar 206 metros quadrados pagando mensalmente 10 € por cada um deles, ou seja 2.060 euros mensalmente. 

E como a renda é “pequenina” quem quiser tomar conta do espaço ainda terá de pagar mais 30.000 euros, uma espécie de trespasse a que a APSS designa como “Compensação pela Adjudicação”. 

A minha questão como ignorante nestas coisas dos negócios de hotelaria é saber se o negócio de venda de cafés, águas e outras bebidas a preços que os cidadãos estejam dispostos a pagar comportam semelhantes encargos aos quais devem ser acrescidos  as mercadorias, água, energia, telecomunicações, pessoal e os inevitáveis impostos? 

Será que as pessoas que tratam destes assuntos não se enxergam? 

Será que já chegaram os cruzeiros a Setúbal sem eu ter dado por isso? 

Rui Canas Gaspar
2017-março-20

www.troineiro.blogspot.com

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