Chegaram os navios de
cruzeiro a Setúbal?
Será
que alguém está a confundir azul Rio Sado com a sua pacata beira-mar com o cinzento
Tejo e sua muito concorrida zona ribeirinha? Será que alguém está a confundir
as potencialidades turísticas de Setúbal com a alta turística que se está a
viver na capital?
Bem
sabemos que o turismo, o porto de Setúbal e sei lá que mais estão a ser
governados a partir de Lisboa, mas embora eu não troque a minha cidade pela
capital, tenho o discernimento suficiente para reconhecer que Setúbal está a
anos-luz de diferença de Lisboa na captação de turistas. Como tal os negócios
por aqui serão forçosamente em menor escala do que aqueles junto ao Tejo.
Esta
introdução destina-se a fundamentar o meu pensamento para o valor de
arrendamento, ou de exploração comercial que algumas entidades, que não sendo
de todo particulares, estão a pedir por determinados espaços em Setúbal.
Do
edital nº 2 de 2017 da APSS (Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra)
com 25 páginas, retive de entre outros elementos os seguintes, relativamente ao
desocupado quiosque existente no conhecido jardim da Beira-Mar, ali junto à popular
“asa do avião”. http://www.portodesetubal.pt/files_editais/2017/Edital_02_2017.pdf
Até
nem sei se li bem, por isso convido-vos a fazer o mesmo e porque acho tão
absurdo, peço desde já desculpa pela minha eventual má interpretação do que ali
está expresso, ou seja:
As
obras a fazer e os respetivos licenciamentos correrão por conta do “inquilino”.
Pode
o mesmo vir a utilizar 206 metros quadrados pagando mensalmente 10 € por
cada um deles, ou seja 2.060 euros mensalmente.
E
como a renda é “pequenina” quem quiser tomar conta do espaço ainda terá de
pagar mais 30.000 euros, uma espécie de trespasse a que a APSS designa como “Compensação
pela Adjudicação”.
A
minha questão como ignorante nestas coisas dos negócios de hotelaria é saber se
o negócio de venda de cafés, águas e outras bebidas a preços que os cidadãos
estejam dispostos a pagar comportam semelhantes encargos aos quais devem ser acrescidos as mercadorias, água, energia, telecomunicações, pessoal e os
inevitáveis impostos?
Será
que as pessoas que tratam destes assuntos não se enxergam?
Será
que já chegaram os cruzeiros a Setúbal sem eu ter dado por isso?
Rui
Canas Gaspar
2017-março-20
www.troineiro.blogspot.com
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