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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Setúbal não presta? 

Não deixa de ser interessante ler ou escutar alguns comentários menos abonatórios à nossa linda cidade de Setúbal colocados na internet, acontecendo o mesmo aquando em conversa com alguns conterrâneos.

Seja porque os prédios estão a cair de podres, porque a baixa está deserta, porque as paredes estão grafitadas, porque os chineses vêm para cá, seja porque a presidente da câmara é loura, seja até por alguma enigmática dor de cotovelo…

Porém nunca é perder tempo ao relembrar alguma sabedoria popular para compreender determinadas posições, sejam elas claras ou encapotadas e, muitas vezes acontece, sermos confrontados com aquele ditado: “quem desdenha quer comprar”.

O facto é que provavelmente alguns daqueles que desdenham mais não querem do que angariar adeptos para o seu partido político, tal como outros que por iniciativa própria ou a mando de alguém tentam desfeiar a cidade para lhe retirar valor e com isso servir de arma de arremesso político a quem está a governar, ou económico a quem está em debilitada situação financeira.

Antigas e conhecidas táticas e técnicas mais velhas que o vento norte, e só não as vê quem anda distraído.

O facto é que enquanto alguns setubalenses andam efetivamente distraídos, outros aproveitam aquilo que “não presta”. É assim que o Bairro Salgado vai sendo vendido, casa após casa aos franceses que adoram esta cidade e seus arredores e outros belos prédios tem vindo ultimamente a mudar de mãos a rápida velocidade.

Vejamos o exemplo da Avenida 5 de Outubro, com vários edifícios antigos que acabam de ser vendidos, enquanto outros (poucos) estão para venda e outros ainda estão já estão em recuperação.

Veja-se também a Av. Luísa Todi, com o emblemático “prédio do Leão” que já mudou de mãos e agora é propriedade de um alfacinha.

O que provavelmente muitos setubalenses desconhecem é que até os russos se estão a interessar por Setúbal e estão a acompanhar a onda de aquisições imobiliárias, sendo uma das suas últimas, segundo os “mentideiros”, o emblemático edifício que esteve ligado à história da nossa indústria conserveira, localizado ao lado do antigo cinema Salão, aquele que depois foi banco e entretanto também ele foi agora vendido para ali vir aparecer um hotel.

Se Setúbal não presta digam-me lá onde é o caixote de lixo dos detratores para eu ir até lá ver o que consigo arranjar …

Pois então, com ou sem vendaval,  que todos os amigos tenham um bom dia, boa tarde ou boa noite dependendo da hora e do local do mundo onde se encontrem.

Rui Canas Gaspar
2017-fevereiro-03

www.troineiro.blogspot.com

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