Passamos de cavalo para
burro
Esta
é uma expressão que me habituei a ouvir desde os meus tempos de criança quando
qualquer coisa em vez de progredir passa a regredir e de que é exemplo a
inclusão do porto de Setúbal na alçada de Lisboa.
Já
lá vai quase um ano que isso aconteceu e desde então as excelentes relações de
colaboração que tinham sido estabelecidas entre a Administração da APSS e a
Câmara Municipal de Setúbal praticamente esfumaram-se, tal como sumiram os
projetos anunciados para Setúbal por aquela entidade portuária.
Parece
que voltamos aos antigos tempos em que a APSS e a CMS estavam de costas
voltadas, ou pior ainda, porque mesmo de costas voltadas poderiam fazer alguma
coisa, agora o que parece é que o porto pouco ou nada está a fazer por Setúbal
desde que comandado a partir da capital.
Sendo
assim, é para esquecer os tais cruzeiros de média dimensão que estavam
preconizados para Setúbal, tal como ficará para um futuro muito longínquo a
recuperação do histórico edifício do cais nº 3, dado que o concurso público foi
anulado continuando aquele enorme edifício para ali semiabandonado.
A
ferrovia melhorada com relativamente pouco dinheiro ficou no esquecimento e os
poluentes camiões continuam a ser a solução para as cargas e descargas do nosso
porto.
Os
pontões flutuantes para a náutica não avançam, com algumas peças parqueadas em
cima da estacada nº 1, tal como não avançam as necessárias defensas nos
restantes cais de atracação, colocando em perigo embarcações que ali possam
acostar, sobretudo em tempos de marés vivas.
O
programa de melhoramento dos cafés no jardim da beira-mar e asa do avião para
ali ficou parado no tempo à espera que a administração alfacinha dê luz verde.
Reforço
de areias para as praias setubalenses é para esquecer, tal como é para esquecer
os tempos recentes em que vimos a cidade avançar junto ao nosso rio azul numa
união de esforços aplaudida por todos aqueles que amam esta terra, independente
da cor política de cada um.
Administrar
Setúbal a partir de Lisboa é o que dá e, bem pior ainda virá por aí, se os
setubalenses e seus líderes políticos não souberem defender convenientemente
esta terra com identidade própria e que sempre soube ser livre e independente.
Rui
Canas Gaspar
2017-janeiro-29
www.troineiro.blogspot.com
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