Milagres chineses

No
amplo espaço agora aberto ao público, era suposto vermos nesta época festiva uma
casa cheia de gente comprando de tudo um pouco atendendo à diversidade de
artigos e o baixo preço que este tipo de estabelecimentos praticam. Nada disso,
entrei, percorri todos os amplos corredores e na maior parte deles apenas eu me
encontrava.
São
diversos os colaboradores de origem chinesa que ali prestam os seus serviço com
os custos inerentes ao desempenho das suas funções. Quanto à eletricidade,
embora saibamos que a EDP foi comprada pelos chineses, não deve ser fornecida
gratuitamente. Impostos? Suponho que também pagarão alguns…
Perdido
num daqueles corredores encontrei um velho amigo e, naturalmente, o tema de
conversa não poderia ser outro senão o local onde nos encontrávamos. Foi então
que ele me disse que o espaço teria sido arrendado aos chineses pela bonita
soma de ONZE MIL euros/mês e que o arrendatário teria pago à cabeça seis meses
de renda.
Se
as instalações em si efetivamente poderão valer aquele preço, atendendo à sua
área e localização, o que me dá voltas à cabeça é como é que se consegue
retirar dali o dinheiro suficiente para pagar a renda, mais empregados, mais
encargos fixos, mesmo excluindo os eventuais impostos e o natural lucro.
Embora
não tenha nada a ver com o assunto, como setubalense nascido para aqueles lados
da cidade e porque algo me liga àquela casa, onde trabalhei durante alguns anos
e onde recebi, em 1973 a visita de dois “simpáticos” agentes da PIDE/DGS
despertou-me a natural curiosidade.
Mas,
pese embora o facto de num dos corredores do estabelecimento possamos encontrar
à venda imagens tão diversas de Buda, Yemanjá ou Nossa Senhora de Fátima, há
uma que os chineses lá não colocaram de certeza, é aquela que consegue fazer o
milagre de naquele vasto espaço conseguirem ter uma atividade lucrativa nesta
altura do campeonato. É claro que como estou a ficar pitosga, se calhar fui eu
que não vi a imagem milagreira dos chineses…
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