Quantos setubalenses já
ouviram falar no Forte da Estrela ?
A
importância económica e estratégica para o reino de Portugal levou os nossos
antigos monarcas a protegerem a localidade fazendo-a cercar com possantes
muralhas e baluartes de defesa.
Destas
antigas estruturas ainda hoje podemos observar alguns troços, uns mais bem
conservados do que outros, porém todos eles a carecerem da devida identificação
para que as atuais gerações possam vir a saber um pouco mais sobre a nossa rica
história.
No
exterior das muralhas, no alto de três colinas sobranceiras à cidade do Sado foram
construídos três possantes fortes que defenderiam Setúbal dos ataques por
terra.
Dessas
três estruturas o Forte de S. Filipe encontra-se em boas condições e pode ser
visitado, o Forte S. Luís Gonzaga, construído numa colina no Viso, apto a
defender a localidade de atacantes vindos dos lados de Lisboa, está bastante
degradado e mostra-nos um monumento militar
rico de história que pode e deve ser contada.
Finalmente,
o Forte da Estrela construído no alto de outra colina, a nascente dos outros,
bem perto do local onde hoje temos o Hospital de S. Bernardo era a primeira
defesa setubalense para quem viesse dos lados do Alentejo.
Deste
Forte da Estrela nada mais resta do que as antigas plantas da sua localização e,
aos nossos dias nada chegou a não ser o seu nome inscrito numa ladeira, perto
do local onde o mesmo estaria localizado.
Setúbal,
localidade milenar, tem sido sujeita a décadas de destruição do nosso
património histórico apresentando-se hoje depauperada numa altura em que este
património é o que deveríamos ter de melhor para atrair os turistas e
consequentemente gerar mais riqueza e postos de trabalho.
Temos
de estar atentos e vigilantes e não deixar destruir mais nada do nosso
património, antes pelo contrário, vale a pena investir na recuperação do mesmo
não só como uma mais-valia mas sobretudo para deixarmos um legado histórico e
cultural às gerações vindouras.
Rui
Canas Gaspar
2018-maio-04
livrosdorui.blogspot.com