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sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

 



Faz hoje 60 anos o dia em que quase ficamos soterrados

Naquela madrugada de 15 de dezembro de 1963 a vizinhança do predio com os números 51, 53 e 55, na Rua das Oliveiras, no popular Bairro de Troino,  acordou sobressaltada com o enorme estrondo produzido nas traseiras do edifício.

Terra, entulho e enormes pedregulhos vindos do alto caíram nos pequenos quintais , bloqueando portas e assustando os moradores com a inusitada e perigosa situação.

Parte da muralha na zona do Baluarte de Santo Amaro, ali junto ao Viso,  mandada construir por D. Joao IV e com obras concluídas no distante ano de 1696 sucumbiriam aos terrenos encharcados pelas chuvas outonais.

Felizmente não houve feridos, apenas prejuízos materiais. Os  bombeiros chamados ao local mandaram de imediato evacuar o prédio, uma medida acertada, porquanto poucas horas depois enormes pedras da muralha voltaram a cair e desta vez se estivesse alguém nas casas não teriam tanta sorte como no inicio do desabamento.

O Governo Civil de Setubal cedeu de imediato uma zona do antigo Converto de S. Francisco, então parcialmente ocupado por equipamentos do antigo Regimento de Infantaria 11 onde os moradores ficaram alojados provisoriamente ate conseguirem arranjar novas habitações pelos seus próprios meios.

Um dos jovens deslocados, o Mario Salgado, então eletricista, tratou de colocar as primeiras lâmpadas eletricas que iluminaram um pouco da escuridão daquele enorme espaco. E foi precisamente este Amigo que hoje fez questão de me lembrar aquele dia em que ambos, ele no r/c esquerdo e eu no direito, quase ficamos soterrados em vida.

Rui Canas Gaspar

Troineiro.blogspot.com