Os romanos na
Arrábida
Há muito, muito tempo, um povo guerreiro e empreendedor começou
a expandir a sua influência territorial vindo a ocupar boa parte do mundo até então
conhecido.
E, foi á cerca de 2 000 anos que os Romanos acabariam também
por chegar a esta terra localizada na parte mais ocidental do continente
europeu.
Aqui, pelas nossas bandas, acabariam por se instalar em ambas as margens
do Sado e, neste espaço, construíram várias fábricas de salga de peixe e
derivados originando que estas unidades industriais se transformassem nas
maiores do seu género em todo o Império Romano.
Na Arrábida, junto ao Portinho também construíram uma dessas
primitivas fábricas, bem perto de uma forte de água doce, um bem imprescindível
para o seu bom funcionamento.
Muitos anos mais tarde, já sem os romanos por cá, a fonte
foi debitando cada vez menos água até que chegou ao ponto de pouco mais que pingar,
pelo que os seus raros utentes lhe atribuíram a designação de “Fonte da Paciência”
devido ao tempo que teriam de despender para encher um pequeno recipiente do
precioso líquido.
Hoje na belíssima zona do Creiro, em pleno coração do Parque
Natural da Arrábida, pouco mais resta do que um memorial àquela que foi a “Fonte
da Paciência” bem como as ruinas postas a descoberto da que foi uma produtiva
fábrica de conservas romanas de onde o peixe e seus derivados saíam para
abastecer o famoso e enorme Império que
também se haveria de finar.
E para que a nossa memória coletiva não desapareça como
aconteceu com o Império Romano, penso que seria bom que fosse agendado pelo
Parque Natural da Arrábida e pelo Museu de Arqueologia as necessárias ações tendentes não só à
conservação mas que também fossem prosseguidas as escavações com o objetivo de valorizar
e colocar a descoberto este nosso importantíssimo património histórico.
Rui Canas Gaspar
05-dezembro-2020
Troineiro.blogspot.com
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