Um dos últimos artesãos setubalenses
os artesãos, pessoas bem talentosas que construíam pequenas réplicas de barcos, normalmente de pesca, geralmente destinados aos filhos que com eles brincavam nas poças de água que proliferavam pela cidade nos dias invernosos. Algumas destas peças foram até oferecidos à igreja do Senhor Jesus do Bonfim como reconhecimento por alguma graça recebida.
Presentemente os artesãos setubalenses são poucos e
seguramente com tendência para acabar. De entre eles, fomos encontrar Joaquim
Peixoto, prestes a completar 70 anos, nascido e criado em Setúbal que constrói
pequenas réplicas de barcos de pesca, nomeadamente das antigas canoas de
Setúbal ou dos moliceiros aveirenses.
O simpático e bom conversador artesão aproveita o tempo
de Verão para expor e comercializar algumas das suas obras na Praça de Bocage,
porém os tempos para os portugueses não vão de feição, como o vento que enfuna
as velas dos seus barcos e, em cada seis vendas cinco são feitas para
estrangeiros.
Assim, os coloridos e bem elaborados barcos construídos
em Setúbal estão já em casas de americanos, franceses, brasileiros e até
israelitas de entre outros.
Curiosamente, foi precisamente uma cidadã do estado de
Israel que adquiriu um bonito moliceiro e, como estaria por Setúbal durante
alguns dias pediu que o artesão colocasse no barco o nome de Samuel e
desenhasse o símbolo do seu país, a estrela de David, pagando o valor pedido
pela peça e gratificando generosamente Joaquim pela sua simpatia.
Vale a pena conhecer este artesão e, se ama as coisas do
mar, pode sempre adquirir, enquanto ainda tem tempo, alguma bela peça produzida
artesanalmente em terras sadinas.
Rui Canas Gaspar
Troineiro.blogspot.com
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