Zé
da Mota quando rapaz foi conhecido por Zé dos Quadradinhos
José Eduardo Martins, um industrioso setubalense que muito contribuiu para o desenvolvimento desta nossa cidade, ficou conhecido entre os seus conterrâneos por Zé da Mota. O que se calhar poucos sabem é que este invulgar personagem teve como primeira alcunha “Zé dos Quadradinhos”
Quando
era rapaz o gosto pelo cinema ocupava-lhe boa parte do tempo. O primeiro filme
que assistiu foi projetado num cinema improvisado no “Lago” (atual Largo José
Afonso) onde então já se realizava a Feira de Santiago.
A
partir de então começou a ir assistir aos filmes passados nos cinemas Salão ou
Casino.
Foi
nessa altura que lhe atribuíram a alcunha de “Zé dos Quadradinhos”. A razão da
alcunha prendia-se com o facto dos constantes esquemas que lhe vinham à mente,
não só para entrar todos os dias no cinema sem pagar bilhete, oferecendo-se
para ir à estação dos caminhos de ferro levantar as bobines dos filmes do dia
com o seu carrinho de mão.
Ora
como durante a projeção do filme era comum as peliculas se partirem o operador
do projetor tinha de cortar de 10 a 20 centímetros de cada lado da fita partida
antes de a colar com acetona para dar continuidade ao filme.
As sobras de dez centímetros davam 20 quadradinhos
de fita com as figuras em cena e o rapaz combinado com o operador vendia ou
trocava esses quadradinhos, ou fitas como então eram conhecidos, desde 10 a 50
centavos conforme a proximidade da figura do Tio Mackhoi ou outras estrelas de
cinema desse tempo. Essas fitas eram vendidas aos colecionadores ou
trocadas, como hoje se faz com os cromos.
Rui Canas Gaspar
Troineiro.blogspot.com
Sem comentários:
Enviar um comentário