A mal-educada Ofélia lá se vai safando
O agradável aroma do saboroso
peixe da nossa costa a assar no carvão, a brisa marítima que sopra vinda do
oceano e o estridente piar das gaivotas ali junto à Doca dos Pescadores, fazem
abrir o apetite a qualquer mortal que passe por aquele magnífico local, à beira
do rio azul.
Quando se aproximam as 13,00
horas os restaurantes daquela zona começam a estar bem movimentados e os
experientes assadores não dão mãos a medir para servir a clientela.
Há os clientes esporádicos, há os
turistas e há também os que por este ou aquele motivo são habituais.
Costumo frequentar um desses estabelecimentos
e tal como eu todos já nos habituamos a ver chegar uma senhora loura, entrar,
sentar-se pedir o seu peixinho grelhado, comer, pagar e sair, provavelmente
alguma empresária setubalense, alguma executiva, ou alguém que por força das
circunstancias tem de comer fora diariamente.
Mas se todos os frequentadores do
restaurante pedem delicadamente o seu peixe assado, à mesma hora chega outra
cliente, que não está na disposição de esperar e é tal a confusão que ali
arranja que o assador corre logo a atendê-la.
O mais curioso é que a Ofélia, nome porque é já conhecida não pede o
peixe assado e, como se estivesse num qualquer restaurante japonês, come-o cru,
tal como de sushi se tratasse.
Mas mais. A Ofélia não quer estar
em espaços fechados, mal o assador lhe entrega o peixe e lá vai ela comer para
a esplanada e até para cima dos carros, de preferência topo de gama…
Mas, esta morenaça é de tal
calibre que depois de comer, vai-se embora sem se despedir ou agradecer e,
curiosamente, nunca a vi pagar pelo almoço que lhe é servido.
De facto, parece que ser arruaceira
e mal-educada às vezes dá resultado é que já vi situações idênticas lá para os
lados da Segurança Social e até no Hospital de São Bernardo, pelo que a gaivota
Ofélia não será nenhuma exceção à regra.
Rui Canas Gaspar
2014-dezembro-04
www.troineiro.blogspot.com
Ofélia, cliente com pressa
ResponderEliminarSe uma gaivota voasse
ao almoço pela Lota
e do nome não gostasse
seria sempre gaivota
que gosta de peixe cru
voa gaivota, gaivota
pela baía do Sado
come suchi poliglota
nesse recanto de fama
em águas de mar salgado
com o Sol da cor do mel
a Ofélia morenaça
leva o peixe e esvoaça
e provocando quem passa
engana o Leonel
sendo a vida um tesouro
inda há gente bonita
que a sabe ilustrar
Ofélia no Copadouro
ou a que goza catita
com o Rui Canas Gaspar
2014-12-05
João Paixão