O Arquivo Distrital de
Setúbal é para ficar no meio do mato?
Provavelmente
não serão muitos os setubalenses que alguma vez entraram neste imponente edifício,
propriedade de todos nós, e onde se guarda grande parte da memória coletiva do povo
da nossa região.
Trata-se
do Arquivo Distrital de Setúbal, um moderno e enorme edifício inaugurado em
2001 na Rua Professor Jorge de Macedo, nas Manteigadas, zona nascente da cidade
de Setúbal, um local que é uma das mais importantes fontes informativas da
nossa história familiar, empresarial, religiosa, desportiva, em suma do dia-a-dia
do nosso passado coletivo.
Ao
que parece, os serviços que asseguram tão valioso espólio documental deveriam
ter um quadro de pessoal na ordem das duas dezenas de funcionários estão a operar
com menos de 50% do pessoal.
Mesmo
assim, constata-se que estamos em presença de pessoas competentes, simpáticas e
solícitas, sempre prontas a ajudar os utentes de forma eficiente.
Em
contraste com o moderno e funcional edifício reparamos que os espaços
exteriores que o rodeiam estão votados ao abandono. Os jardins deram origem ao
matagal, as árvores definham e as palmeiras atacadas pelo escaravelho vermelho
completam o triste cenário.
Esta
é uma situação incompreensível e que nada dignifica os nossos autarcas, ainda
mais numa cidade que tanto foco tem colocado na cultura e nos respetivos
equipamentos que têm vindo a ser colocados ao dispor da população, em
quantidade e em qualidade.
A
situação é tanto mais caricata quando a poucos metros de distância, junto ao
bairro, à beira da estrada que liga Setúbal ao Faralhão podemos apreciar a zona
verde sempre bem tratada, sinal de que por aquelas bandas existem jardineiros e
que os serviços até funcionam.
Sendo
assim, porque não fazer uma “barrela” e levar até à zona do nosso Arquivo
Distrital, uma equipa de funcionários do serviço de limpeza e jardins da Junta
de Freguesia de São Sebastião, que julgo ser a autoridade responsável por esta
área, e que munidos de desbastadoras de mato, alguns ancinhos e umas pás pusessem
termo ao deplorável estado em que aquele local se encontra.
Depois,
bem depois, era só manter com o recurso ao corta relvas e a umas vassouradas.
É
que termos um venerável senhor, elegantemente vestido de smoking e com os sapatos velhos,
rotos e por polir não me parece que seja a melhor forma de o apresentar a quem
quer que seja. A não ser que se pretenda que o Arquivo Distrital de Setúbal
seja referenciado como um edifício que esteja localizado no meio do mato,
algures nas Manteigadas.
Rui
Canas Gaspar
2014-dezembro-09
www.troineiro.blogspot.com
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