No poupar é que está o
ganho
A
época natalícia é um período em que particularmente os comerciantes procuram
fazer mais negócios, por vezes até numa vã tentativa de poder salvar um mau ano
em que as receitas das vendas mal chegaram para cobrir as despesas.
Não
é pois de admirar que tenha sido colocado ênfase por parte de pequenos
comerciantes e artistas que vivem dos seus trabalhos artesanais no pequeno mas
simpático mercado de Natal montado na Praça do Bocage em bonitos quiosques e
pequenas bancas de venda.
Logo
no início daquele evento escutei da parte de alguns destes comerciantes a sua
preocupação com o custo do aluguer destes espaços, em função das vendas
espectáveis.
Não
sei se o negócio correu de feição para todos aqueles homens e mulheres que
tentam sobreviver no meio de uma tempestade que a todos afeta, no entanto, a
minha opinião é que a iniciativa é bem interessante, movimentando muitas
pessoas que não se reveem no comércio praticado nas grandes superfícies
comerciais.
A
Praça do Bocage ficou bem agradável, os quiosques são simples mas simpáticos e
ficam muito bem compostos com o tipo de iluminação natalícia proporcionada
pelas micro lâmpadas.
Sei
de pessoas que vindas de outras localidades aqui se deslocaram com o objetivo
de visitar este espaço e adquirir algumas das prendas que tradicionalmente
oferecem pelo Natal.
Estou
convicto que os custos com a instalação deste espaço poderão ser minorados no
próximo ano, se os seus responsáveis recorrerem a um pequeno investimento, de
pouco mais do que meia dúzia de euros, ou seja a aquisição de um programador (relógio) para acender e apagar as luzes.
É
que na luminosa manhã de Natal, pelas 11,00 horas, passei por esta praça, agora
com os quiosques fechados, mas com mais de uma dezena de holofotes desnecessariamente
acesos.
Não
sei quantos dias e quantas horas foram desperdiçadas em energia elétrica. Sei
que ela é cara e que cada holofote gastará no mínimo 250 w.
Como
os custos diretos e indiretos serão necessariamente imputados a quem utiliza o
espaço, basta que se desligue a iluminação quando ela não é necessária para se
poupar não sei quanto, mas que não será pouco.
Com
a poupança que se fará nos gastos com energia desperdiçada, poderão ser diminuídos
os custos suportados pelos comerciantes e estes por sua vez, mantendo as mesmas
margens de lucro, poderão diminuir o preço dos seus produtos ao cliente final.
Já
lá pelo meu velhinho bairro de Troino se dizia desde os meus tempos de menino: “no
poupar é que está o ganho” e julgo que não estamos mais em época de
esbanjamento, de desperdício e de percas, nem que sejam a das nossas já fracas
energias. Digo eu…
Rui
Canas Gaspar
2014-dezembro-25
www.troineiro.blogspot.com
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