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sábado, 27 de agosto de 2016

O Mini Preço foi hoje roubado

Faltavam poucos minutos para o meio-dia e a fila para pagamento na única caixa na loja do “Mini Preço” da Praça do Brasil, em Setúbal, era composta por meia dúzia de pessoas mais ou menos idosas, exceção para aquele homem, provavelmente com perto de trinta anos que se encontrava a pagar uma pequena compra.

Ao passar a caixa o apito soou, sinal de que algo não estava bem. A funcionária da caixa delicada mas decididamente convidou a individuo a ver o que tinha na mala a tiracolo e que se teria “esquecido” de passar na caixa. Depois de alguma insistência o homem decidiu abrir a mala e retirar uma volumosa embalagem de bacalhau que não tinha pago, colocando-a junto à empregada e dispondo-se a sair.

O sinal voltou a soar e a empregada de novo insiste para que abrisse a mala. Entretanto aciona uma campainha para chamar uma outra colega.

As duas mulheres insistem com o homem e chamam-lhe a atenção para não levantar problemas, mas ele não se dispõe a abrir a mala. Uma das empregadas toca na mesma e solicita que ele abra a mala e deixe ali a ou as garrafas.

A situação começa a complicar-se e o homem tenta sair do estabelecimento. Uma das empregadas corre a fechar a porta. O homem ameaça dizendo que lhe espetava uma faca.

Depois da empregada se ter colocado à frente, o homem consegue empurra-la e sai do estabelecimento, deixando as empregadas bem nervosas e enfurecidas com a meia dúzia de pessoas que esperavam pacientemente na fila que a situação se resolvesse.

Em sua opinião os clientes deveriam ter telefonado para o 112 para chamar a polícia, atendendo a que as empregadas não tinham ali telemóveis.

Assisti a esta triste cena e pensei o que é que está mal aqui, num  estabelecimento pertencente a uma importante cadeia comercial, onde as empregadas são em diminuto número, onde não usam telemóvel nem ligação a uma central de alarmes e não têm um segurança ou PSP que as proteja e mesmo assim se disponham a enfrentar de forma tão corajosa um vulgar ladrão.

Será que elas auferem o suficiente para fazer o papel de caixas e de seguranças? Será que devem ser os clientes do estabelecimento a sujeitar-se a represálias ao chamar a polícia?

E qual é o papel da empresa proprietária numa situação como esta?

Não me digam que ainda vão cobrar às funcionárias o roubo impunemente cometido por aquele reles ladrão?

Rui Canas Gaspar
2016-agosto-27

www.troineiro.blogspot.com

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