O Mini Preço foi hoje
roubado
Faltavam
poucos minutos para o meio-dia e a fila para pagamento na única caixa na loja
do “Mini Preço” da Praça do Brasil, em Setúbal, era composta por meia dúzia de
pessoas mais ou menos idosas, exceção para aquele homem, provavelmente com perto
de trinta anos que se encontrava a pagar uma pequena compra.
Ao
passar a caixa o apito soou, sinal de que algo não estava bem. A funcionária da
caixa delicada mas decididamente convidou a individuo a ver o que tinha na mala
a tiracolo e que se teria “esquecido” de passar na caixa. Depois de alguma insistência
o homem decidiu abrir a mala e retirar uma volumosa embalagem de bacalhau que
não tinha pago, colocando-a junto à empregada e dispondo-se a sair.
O
sinal voltou a soar e a empregada de novo insiste para que abrisse a mala.
Entretanto aciona uma campainha para chamar uma outra colega.
As
duas mulheres insistem com o homem e chamam-lhe a atenção para não levantar
problemas, mas ele não se dispõe a abrir a mala. Uma das empregadas toca na
mesma e solicita que ele abra a mala e deixe ali a ou as garrafas.
A
situação começa a complicar-se e o homem tenta sair do estabelecimento. Uma das
empregadas corre a fechar a porta. O homem ameaça dizendo que lhe espetava uma
faca.
Depois
da empregada se ter colocado à frente, o homem consegue empurra-la e sai do
estabelecimento, deixando as empregadas bem nervosas e enfurecidas com a meia dúzia
de pessoas que esperavam pacientemente na fila que a situação se resolvesse.
Em
sua opinião os clientes deveriam ter telefonado para o 112 para chamar a
polícia, atendendo a que as empregadas não tinham ali telemóveis.
Assisti
a esta triste cena e pensei o que é que está mal aqui, num estabelecimento pertencente a uma importante
cadeia comercial, onde as empregadas são em diminuto número, onde não usam telemóvel
nem ligação a uma central de alarmes e não têm um segurança ou PSP que as
proteja e mesmo assim se disponham a enfrentar de forma tão corajosa um vulgar
ladrão.
Será
que elas auferem o suficiente para fazer o papel de caixas e de seguranças?
Será que devem ser os clientes do estabelecimento a sujeitar-se a represálias
ao chamar a polícia?
E
qual é o papel da empresa proprietária numa situação como esta?
Não
me digam que ainda vão cobrar às funcionárias o roubo impunemente cometido por
aquele reles ladrão?
Rui
Canas Gaspar
2016-agosto-27
www.troineiro.blogspot.com
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