O fogo revelou-me mais uma
“coisa de Setúbal”
Nunca
fui grande futebolista e fiquei sem vontade de o ser desde aquele dia em que
fui jogar e acabei estatelado no chão, braço partido e imobilizado durante mais
de um mês.
Pelos vistos a apetência para os desportos continua a ser pouca porque desta vez um mergulho mal parido originou horríveis dores de ouvido durante três dias o que me levou a consultar uma competente médica otorrinolaringologista que resolveu a situação.
Pelos vistos a apetência para os desportos continua a ser pouca porque desta vez um mergulho mal parido originou horríveis dores de ouvido durante três dias o que me levou a consultar uma competente médica otorrinolaringologista que resolveu a situação.
E
foi quando vinha do hospital, de retorno a casa, que ao passar na estrada junto à base dos
terrenos do Convento de Brancanes, atingido pelo fogo neste mês de setembro de
2016, que me despertou a atenção para uma construção que se encontrava escondida
pelo mato e canavial e que o incêndio teve o condão de a colocar a descoberto.
Era
ali que há sessenta anos corria uma água que no dizer dos médicos locais era
leve e pura e aconselhada para doentes com problemas estomacais.
E
foi precisamente com um desses problemas que o meu pai acabou por ser internado
no “hospital velho” junto ao Convento de Jesus e foi ali que um dos médicos
aconselhou minha mãe a levar-lhe a tão necessária água, mas essa deveria vir da
tal fonte que agora vim a descobrir e que mostro na imagem que captei.
Como
a nossa terra mudou nestas últimas décadas!... Mesmo atravessando um período de
crise, nada se compara àqueles tempos difíceis em que a esposa de um paciente tinha
de ir à fonte buscar água e transportá-la para o hospital, como se de um
qualquer milagroso medicamento se tratasse.
E
quem a mim me diria que devido a um lamentável incêndio florestal, que poderia
ter tido um desfecho bem mais triste, haveria de colocar a descoberto uma peça
do nosso património naturalmente ignorado da grande maioria da população e que
a mim tanto diz, porque até pode ser que devido a ele o tal paciente
setubalense, hoje com 91 aninhos, ainda se encontre entre nós.
Rui
Canas Gaspar
2016-setembro-13
www.troineiro.blogspot.com
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