“Terra de muitas e desvairadas gentes”
Quando
há mais de dois milénios os Fenícios chegaram ao nosso Rio Sado já por aqui
encontraram gente disposta a comercializar os seus produtos, tendo para o
efeito estabelecido feitorias, uma
espécie de armazém comercial, ou seja os hipermercados daquele tempo.
Algumas
centenas de anos depois outros imigrantes descobriram que esta era uma terra
onde poderiam estabelecer fábricas de conserva dado a abundância de peixe e de
boa água, por isso os Romanos por cá ficaram e ganharam bom dinheiro.
Como
na sua terra a água e boas terras agrícolas eram escassas os muçulmanos, vindos
do Norte de África trataram também de aqui se estabelecer e por cá ficar por
quase oitocentos anos.
Fenícios,
Romanos e Muçulmanos, são dos primeiros imigrantes a chegar a Setúbal, embora
outros povos viessem até cá e por aqui se estivessem estabelecido ao longo de
centenas de anos.
Mais
recentemente, por volta do século XVIII, as migrações internas fizeram para
aqui deslocar pessoas da zona de Aveiro, popularmente conhecidas por varinos,
corruptela de ovarinos, ou seja aqueles nascidos em Ovar e outros oriundos do
Algarve, sobretudo da zona de Olhão e Fuzeta.
Nos
anos 60 do século XX as fábricas de montagem de automóveis, a indústria
papeleira e a naval, a par do desenvolvimento turístico, sobretudo em Troia,
fizeram afluir a Setúbal, imigrantes vindos das Beiras e do Alentejo.
Apos
1974 com a descolonização e o êxodo da população das ex-colónias cerca de meio
milhão de pessoas viriam de África para Portugal e milhares delas radicar-se-iam
em Setúbal.
Mais
recentemente, são povos do Leste da Europa, Franceses e sobretudo Brasileiros
os que mais procuram esta cidade à beira Sado plantada para viver e trabalhar.
Setúbal
é por isso uma terra de “muitas e desvairadas gentes”, uma terra de imigrantes,
que procuram conviver pacificamente pese embora as suas naturais diferenças sociais
e culturais.
Hoje,
dia 11 de abril de 2021 tivemos oportunidade de verificar essa
multiculturalidade, característica dos atuais setubalenses, aquando da abertura
ao culto da nova capela de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos
Dias, um espaço que veio substituir os outros dois locais de reunião até então
existentes na cidade.
Rui
Canas Gaspar
Troineiro.blogspot.com
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