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domingo, 11 de abril de 2021

 



“Terra de muitas e desvairadas gentes”

Quando há mais de dois milénios os Fenícios chegaram ao nosso Rio Sado já por aqui encontraram gente disposta a comercializar os seus produtos, tendo para o efeito  estabelecido feitorias, uma espécie de armazém comercial, ou seja os hipermercados daquele tempo.

Algumas centenas de anos depois outros imigrantes descobriram que esta era uma terra onde poderiam estabelecer fábricas de conserva dado a abundância de peixe e de boa água, por isso os Romanos por cá ficaram e ganharam bom dinheiro.

Como na sua terra a água e boas terras agrícolas eram escassas os muçulmanos, vindos do Norte de África trataram também de aqui se estabelecer e por cá ficar por quase oitocentos anos.

Fenícios, Romanos e Muçulmanos, são dos primeiros imigrantes a chegar a Setúbal, embora outros povos viessem até cá e por aqui se estivessem estabelecido ao longo de centenas de anos.

Mais recentemente, por volta do século XVIII, as migrações internas fizeram para aqui deslocar pessoas da zona de Aveiro, popularmente conhecidas por varinos, corruptela de ovarinos, ou seja aqueles nascidos em Ovar e outros oriundos do Algarve, sobretudo da zona de Olhão e Fuzeta.

Nos anos 60 do século XX as fábricas de montagem de automóveis, a indústria papeleira e a naval, a par do desenvolvimento turístico, sobretudo em Troia, fizeram afluir a Setúbal, imigrantes vindos das Beiras e do Alentejo.

Apos 1974 com a descolonização e o êxodo da população das ex-colónias cerca de meio milhão de pessoas viriam de África para Portugal e milhares delas radicar-se-iam em Setúbal.

Mais recentemente, são povos do Leste da Europa, Franceses e sobretudo Brasileiros os que mais procuram esta cidade à beira Sado plantada para viver e trabalhar.

Setúbal é por isso uma terra de “muitas e desvairadas gentes”, uma terra de imigrantes, que procuram conviver pacificamente pese embora as suas naturais diferenças sociais e culturais.

Hoje, dia 11 de abril de 2021 tivemos oportunidade de verificar essa multiculturalidade, característica dos atuais setubalenses, aquando da abertura ao culto da nova capela de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, um espaço que veio substituir os outros dois locais de reunião até então existentes na cidade.

Rui Canas Gaspar

Troineiro.blogspot.com

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