Junto à estação principal dos correios de
Setúbal, nesta friorenta tarde de dezembro um homem encontra-se deitado no
chão, usufruindo dos ténues raios de sol do final da tarde.
Ao
seu lado, igualmente deitado, está o seu companheiro, um cão de médio porte.
Minha
mulher condoída com a situação daquele ser humano, ali deitado no frio chão
decide ir junto dele com a finalidade de deixar o dinheiro necessário para
poder tomar uma refeição ligeira.
Eis
que ao chegar junto do homem, que continuava deitado, ao estender a mão na sua
direção para deixar o dinheiro é surpreendida com o rápido salto do animal que
lhe ferra o dente no pulso, felizmente sem consequências de maior.
O
homem continuou deitado impávido e sereno, o cão mudou do lado direito para o
esquerdo do seu amigo e minha mulher veio embora com o dinheiro e direitinha ao
carro onde procedeu à desinfeção do pulso.
Se
aquele cão de imediato defendeu o seu amigo de um intruso que pensaria que lhe
iria fazer mal, o certo é que com a sua ação originou que ele continuasse ao
frio e sem que recebesse o valor que lhe pretendia ser ofertado.
Embora
se diga que o cão é o melhor amigo do homem, este, com a sua precipitada ação
assim não se comportou, complicando a vida ao seu amigo.
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