EXPOSIÇÃO EM SETÚBAL
Falta de visão resulta
numa oportunidade perdida
Há
muitos anos quando ainda eram praticamente desconhecidas as técnicas de
impressão dos painéis publicitários de grandes dimensões, decidimos que o
habilidoso desenhador da empresa de construção onde então trabalhava pintasse um painel destinado
a ser colocado no estádio de futebol do farense.
O
artista fez uma maquete onde pintou uns edifícios, colocou bem destacado o nome
da empresa e os seus contactos. O suficiente para que chamasse a atenção e
fosse legível a qualquer distância no interior daquele recinto desportivo
algarvio.
O
dono da empresa ao ver a maquete ficou muito satisfeito, mas porque o trabalho
custava muito dinheiro achou que poderia tirar melhor partido dele e contra a
opinião do diretor da empresa e do artista achou por bem mandar incluir no
painel a informação de que a empresa também vendia e comprava terrenos, construía moradias e
tomava trabalhos de empreitada.
Para
incluir toda esta informação no mesmo espaço, as letras tiveram de ser
reduzidas e o resultado final é que aquilo que estava inicialmente previsto
para ser lido a partir de qualquer lugar passou apenas a sê-lo a uma distância
muito mais curta, resultando não só num painel menos agradável à vista como
também numa informação menos eficiente.
Os
anos passaram e hoje temos uma nova geração de profissionais da informação, da
publicidade, do marketing, etc. etc. tudo gente ligada direta ou indiretamente
a estas coisas, suportando-se em novas tecnologias e mais avançados conhecimentos.
E
é por isso mesmo que eu não consigo compreender como é que se continua a gastar
rios de dinheiro em material publicitário ou de propaganda que pouco ou nada
comunica, seja pela quantidade de informação desnecessária ali colocada, seja
pelas cores utilizadas, ou seja pelo tamanho da letra.
E
é em função da minha própria experiencia no assunto, da minha observação no
local e claro, da minha opinião pessoal que achei que foi um desperdício de
dinheiro aquele que foi gasto na exposição sobre as mais belas baías do mundo.
O
barco EVORA acolheu a exposição sem cobrar qualquer verba à organização do
evento, gente que preparou o material e teve a oportunidade de o mostrar em
Lisboa a centenas de nacionais e muito mais estrangeiros que estiveram a bordo
aquando da Volvo Ocean Race 2015, incluindo a tripulação da SCA e a própria
princesa Victória, herdeira do trono sueco.
O
que acontece é que os texto que acompanham as fotos estão apenas escritos em
português, faltando naturalmente, pelo menos o indispensável inglês, e os painéis,
atendendo ao seu espaço, ao invés de terem UMA foto, bem sugestiva têm várias,
tornando-os muito pouco atrativos, pelo que a exposição pouco ou nenhum
interesse desperta nos visitantes.
Em
Setúbal, onde a mesma se encontra patente, o mesmo tem acontecido. Os painéis sobre
os mais lindos locais do mundo continuam a não despertar interesse nos
visitantes e não acredito que seja por falta de boas imagens desses lugares…
Na
visita que se possa fazer a bordo salva-se a exposição permanente do próprio
barco EVORA, com painéis informativos, em português e em inglês que contam a
história deste vetusto barco agora redecorado e preparado para novos eventos
onde a cultura não deixa de estar presente.
Rui
Canas Gaspar
2015-junho-13
www.troineiro.blogspot.com
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