O fantasma do Hotel
Esperança
Já
lá vai meio século quando o rapaz de apenas 10 anos de idade fazia a ronda naquela
noite pelo interior do Hotel Esperança.
No
quarto andar o corredor estava dividido por uma porta que separava a zona de
serviço das dos clientes.
Ele
ia andando, pelo solitário e silencioso corredor. Olhava frequentemente para
trás, porque a informação que circulava entre os empregados do recém-renovado
edifício é que haveria por ali algo de esquisito, alguma coisa relacionado com
fantasmas.
O
rapaz lá ia andando silenciosamente pelo longo corredor, quase borrado de medo,
mas tinha de passar pelos postos de controlo onde existia uma chave que
acionava o relógio que transportava a tiracolo preso por uma correia e provava
a hora que a ronda tinha sido feita.
Tinha
deixado o 4º piso para trás, quando já na escada de acesso ao 5º quase ficou
sem respiração quando escutou o estrondo de uma porta a bater. E mais forte
bateu o seu pequeno coração com o medo que sentiu. Este era o mesmo misterioso som
que os colegas mais velhos escutavam também quase todas as noites.
Por
isso mesmo, alguns começaram a fazer a ronda armados de pistola, não se fossem
deparar com o já infelizmente famoso fantasma do Esperança.
Um
dia, alguém conseguiu descobrir o fantasma, quando o apanhou em flagrante.
Afinal
tudo não passava de uma porta de separação no 4º piso cuja mola tinha pouca
força, levando algum tempo a fechar a porta e no final acionava com força ocasionando
aquela situação.
O
pequeno Rui Marçal era grumete, tinha entrado ao serviço do hotel com apenas 9
anos de idade e a sua principal missão era entregar as mensagens aos clientes e
fazer alguns trabalhos de apoio e nessas atribuições não estavam incluídos os
contactos com fantasmas.
Rui
Canas Gaspar
2015-setembro-23
www.troineiro.blogspot.com
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