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domingo, 20 de setembro de 2015

O último barco está prestes a partir dos estaleiros da Praia da Saúde

Agora parece que é mesmo de vez!

O “Ponta do Verde” vai deixar o estaleiro da Praia da Saúde, tornando-se assim no último barco a ser intervencionado pelos carpinteiros navais, pelos calafates e pelos pintores naquele histórico local por onde passaram milhares de embarcações para serem reparadas ou construídas de raiz ao longo de dezenas de anos.

Está quase tudo a postos para o bota-abaixo. Na casinha de apoio ao estaleiro a bobine de cabo de aço já se encontra oleada e ligada às roldanas do carrinho devidamente fixado com novos e brilhantes cerra-cabos.

O carro assente sobre carris onde o barco se encontra, já viu as suas enferrujadas rodas de ferro serem oleadas para melhor deslizar no curto trajeto que o separa das transparentes águas do nosso Sado.

Após a saída do “Ponta do Verde” será a limpeza do local, com a remoção dos restantes carris, do betão enterrado na areia e a demolição da casinha de apoio, ao que se seguirá as antigas instalações da SADONAVAL.

Com todo o espaço limpo e amplo a Praia da Saúde ficará com uma ainda melhor apresentação, tal como o acesso ao PUA ficará mais desafogado.

Depois, bem depois…  é esperar que Vitor Caldeirinha, o dinâmico presidente do Conselho de Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, consiga levar de vencida a pretensão de encher com areia do fundo do rio as praias entre a da Saúde e a da Comenda para ficarmos com uma zona balnear invejável.

A construção do edifício de apoio náutico, designado por “Terminal 7” bem como um novo pontão de atracagem serão a cereja em cima do bolo que darão por terminada a devolução do Sado à nossa amada cidade de Setúbal.

O tempo das fábricas de conservas, dos barcos de pesca da sardinha, ou da construção naval em madeira, características de outros tempos da cidade de Setúbal, não passarão de gratas recordações nas cabeças de cabelos brancos daqueles antigos meninos que as vivenciaram.

Hoje vivemos outros tempos, novas realidades, que não são melhores nem piores, são tempos diferentes e, quer queiramos quer não, o tempo não volta para trás, pelo que se queremos viver melhor nesta cidade que todos os dias se modifica, teremos de ter presente esta realidade.

Rui Canas Gaspar
2015-setembro-20

www.troineiro.blogspot.com

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