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quinta-feira, 14 de abril de 2016

Convivendo em boa harmonia no Parque Urbano de Albarquel

Certo dia uma prenhe e bela gatinha passeando pela agradável cidade de Setúbal, decidiu ir apanhar um pouco de sol até ao recém-inaugurado Parque Urbano de Albarquel como via fazer também àquelas jovens senhoras que se encontravam no mesmo estado que ela.

E porque encontrou por ali um bom espaço para se abrigar e dar à luz os seus gatinhos não teve mais o desejo de lá sair, tanto mais que conseguia também comida, caçando ratinhos e passarinhos e apanhando um ou outro peixe trazido para a praia pelas suaves ondas do azul Rio Sado.

A gatinha sentia-se feliz e acabou por constatar que um ou outro da sua espécie começaram também a aparecer por ali e rapidamente formaram a sua própria colónia.

E todos viviam felizes e contentes e multiplicavam-se ao mesmo tempo que perdiam o hábito de caçar para comer porquanto alguns dos utilizadores daquele espaço começaram a gostar da sua colónia e a alimentá-la diariamente com ração que os humanos criaram especificamente para os pequenos felinos.

Mas outros humanos, daqueles que não tinham por hábito levar-lhes comida parece que não acharam grande piada ao aumento da colónia e assim, da noite para o dia, constatou-se que a mesma tinha sido drasticamente reduzida, sabe-se lá como!...

Mas, como gatos e gatas não dormem em serviço trataram de voltar a reproduzir-se e hoje já podemos de novo ver uma colónia com alguns indivíduos que perderam o hábito de caçar porque mais e mais humanos decidiram trazer-lhes comida, tornando-os indolentes.

Ora voando por aquele espaço apareceu um negro corvo que constatou estar em presença de um autêntico maná e começou também ele por provar a comida que traziam para os gatos. Provou e gostou!

Agora o corvo que também adotou o espaço como seu já não perde tempo a procurar comida e vai sorrateiramente surripiar alguma daquela que os humanos levam para os felinos, mesmo sob o olhar atento e desconfiado destes.

Assim, ao que parece, alguns humanos, felinos e aves parecem conviver em boa harmonia, o que certamente muito agradará aos pardais e pequenos roedores que por ali também tem o seu próprio e agradável espaço, sem correrem o risco de se verem perseguidos, pelos seus ancestrais inimigos.

Rui Canas Gaspar
2016-abril-14

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