Convivendo em boa harmonia
no Parque Urbano de Albarquel
Certo
dia uma prenhe e bela gatinha passeando pela agradável cidade de Setúbal,
decidiu ir apanhar um pouco de sol até ao recém-inaugurado Parque Urbano de
Albarquel como via fazer também àquelas jovens senhoras que se encontravam no
mesmo estado que ela.
E
porque encontrou por ali um bom espaço para se abrigar e dar à luz os seus
gatinhos não teve mais o desejo de lá sair, tanto mais que conseguia também
comida, caçando ratinhos e passarinhos e apanhando um ou outro peixe trazido
para a praia pelas suaves ondas do azul Rio Sado.
A
gatinha sentia-se feliz e acabou por constatar que um ou outro da sua espécie
começaram também a aparecer por ali e rapidamente formaram a sua própria
colónia.
E
todos viviam felizes e contentes e multiplicavam-se ao mesmo tempo que perdiam
o hábito de caçar para comer porquanto alguns dos utilizadores daquele espaço
começaram a gostar da sua colónia e a alimentá-la diariamente com ração que os
humanos criaram especificamente para os pequenos felinos.
Mas
outros humanos, daqueles que não tinham por hábito levar-lhes comida parece que
não acharam grande piada ao aumento da colónia e assim, da noite para o dia,
constatou-se que a mesma tinha sido drasticamente reduzida, sabe-se lá como!...
Mas,
como gatos e gatas não dormem em serviço trataram de voltar a reproduzir-se e
hoje já podemos de novo ver uma colónia com alguns indivíduos que perderam o hábito
de caçar porque mais e mais humanos decidiram trazer-lhes comida, tornando-os indolentes.
Ora
voando por aquele espaço apareceu um negro corvo que constatou estar em
presença de um autêntico maná e começou também ele por provar a comida que
traziam para os gatos. Provou e gostou!
Agora
o corvo que também adotou o espaço como seu já não perde tempo a procurar comida
e vai sorrateiramente surripiar alguma daquela que os humanos levam para os
felinos, mesmo sob o olhar atento e desconfiado destes.
Assim,
ao que parece, alguns humanos, felinos e aves parecem conviver em boa harmonia,
o que certamente muito agradará aos pardais e pequenos roedores que por ali
também tem o seu próprio e agradável espaço, sem correrem o risco de se verem
perseguidos, pelos seus ancestrais inimigos.
Rui
Canas Gaspar
2016-abril-14
www.troineiro.blogspot.com
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