À boa atenção dos badalhocos
e larápios que operam em Setúbal
Rogério
é um setubalense dos poucos que por cá existem dedicados à profissão de serralheiro
por conta própria, sendo também um artista a trabalhar o alumínio.
Lamenta-se
de que desde que foi adotado o euro em substituição do escudo nunca mais
conseguiu “levantar cabeça”. Farta-se de trabalhar e o dinheiro quase não chega
para nada. O pouco que resta é levado em impostos.
Por
isso este trabalhador independente não consegue substituir o velho meio de transporte que utiliza, nem a antiga
carrinha para transporte de material.
Quando
me dirigi à sua oficina para tratarmos de um assunto de trabalho despertou-me a
atenção um cartaz que a carrinha exibia e não deixei de sorrir para um outro
que o triciclo ostenta.
É
que como se não bastasse o homem ter de se fartar de trabalhar para governar a
vida ainda tem umas “amigas” que de vez em quando não se dão ao trabalho de
colocar o lixo no lixo e fazem-no para dentro do carro de trabalho do nosso
serralheiro.
Outros
amigos do alheio para furtar pouco mais de um litro de gasolina do velho
triciclo já o têm danificado por mais de uma vez, ficando mais barato ao
Rogério oferecer o combustível do que reparar os prejuízos feitos pelos
larápios.
Sendo
assim e com a boa disposição que o caracteriza o nosso homem decidiu desta
singular forma, por meio de cartazes, entrar em contacto com as suas
porcalhonas vizinhas e da mesma forma com os ordinários larápios.
Situações
deste tipo encontramos um pouco por todo o lado, mas reações como a do amigo
Rogério é que de facto são pouco comuns e, por isso, merece a melhor atenção
dos larápios e das badalhocas porcalhonas.
Por
se tratar de um assunto pouco comum e não representando a nossa terra não deixa
de poder ser considerado uma curiosidade nas nossas “Coisas de Setúbal”.
Rui
Canas Gaspar
2016-outubro-14
www.troineiro.blogspot.com
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