O rio azul hoje vestiu a fatiota cinzenta
O Sado está agitado, não tanto
quanto seria de esperar a fazer fé nas previsões meteorológicas. O céu que se
apresentava bem escuro para as bandas da Arrábida, de quando em vez, aparecia
sorridente para os lados de Troia.
Meia dúzia de veleiros de pequeno
porte navegavam lá longe, perto da barra, bastante inclinados para estibordo e
deslocando-se provavelmente para Sesimbra.
A poderosa lancha dos pilotos da
barra “Baía de Setúbal” fabricada nos estaleiros irlandeses e para a qual despendemos pouco mais de meio
milhão de euros, lá vai veloz, saltitando sobre as ondas a caminho da barra
para que um dos nossos competentes profissionais faça entrar em segurança mais
um navio que aqui vem carregar ou descarregar mercadorias.
Em cima da muralha já se podem
observar alguns pequenos troncos e tábuas, ali colocadas ordeiramente pelo
agitado mar, outras tantas estão no areal e outras ainda podem ser observadas
sobre as ondas junto à costa.
A ondulação nestes dias em que o
rio se apresenta pouco calmo trás de tudo um pouco para terra e ainda fiquei na
esperança de que a caixa que acabei por fotografar pudesse conter um
carregamento de deliciosos e frescos chocos.
Mas não, a caixa vinha vazia e se
os quiser comer terei de ir comprar à “praça” o nosso magnífico Mercado do
Livramento ou então ir saborear uns pedaços de “chôque frrite” a um sítio que
eu cá sei, já que até os malandros dos roazes que costumavam comer as cabeças e
deixar o resto do corpo dos moluscos devem estar em greve de fome.
Assim como assim, mesmo com este
tempo outonal não fique em casa e saia para apreciar o nosso rio que mesmo não
se apresentando hoje vestido de azul não deixa, por isso, de ter menos beleza.
Rui Canas Gaspar
2016-outubro-22
www.troineiro.blogspot.com
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