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sábado, 22 de julho de 2017

Coisas de Setúbal vistas na várzea logo de manhã cedo 

Nesta agradável manhã de sábado praticamente não se via ninguém aqui pelas minhas bandas quando encetei a caminhada ao longo da Avenida da Europa, passando depois para a antiga Estrada dos Ciprestes para melhor poder observar o que resta das antigas quintas da várzea de Setúbal. 

Parei algum tempo a observar os trabalhos de limpeza de terreno na Quinta da Azedinha, frente à antiga central das águas, onde uma equipa desmatava matos e canavial e uma máquina ia triturando todo aquele material, numa louvável medida de prevenção de fogos. 

À entrada da Azinhaga de São Joaquim, virei à esquerda e passei junto ao campo de futebol dos Pelezinhos. 

Por ali não vi ninguém e já no final da vedação daquele recinto desportivo reparei que estava uma carrinha que me pereceu não ter ninguém dentro, porém para meu espanto quando estava mais perto notei que tinha condutor que de imediato colocou o motor a trabalhar e saiu daquele local na direção do Lidl. 

Ali onde me encontrava quase junto ao campo dos Pelezinhos está um dos antigos tanques de rega da Quinta do Paraíso e foi aí, na base do mesmo, que reparei numa espécie de altar, que me pareceu ter pouco tempo de ser construído, onde estavam as oferendas que fotografei. 

Dois molhos de velas, umas pretas e outras vermelhas; três caixas de fósforos já abertas; três garrafas de cachaça cheias mas sem tampa; três copos e três charutos. De facto quem quer que seja que ali colocou todos estes produtos e se tivesse intenção de os consumir na totalidade não deveria ficar com a cabecinha em muito boa forma!... 

Prossegui a caminhada e deu para observar as ratazanas que corriam ao longo do leito da ribeira agora transformada em esgoto a céu aberto, dos negros melros de bico amarelo que por ali esvoaçam e até um qualquer outro animal que por ali correu veloz escondendo-se no canavial, sem que percebesse se se tratava de gato selvagem, saca-rabos, raposa ou outro qualquer. 

Já prestes a completar a volta e antes de chegar de novo à Avenida da Europa, junto à rotunda dos vasos, lá estava uma outra máquina a limpar todo aquele vasto terreno, triturando as ervas e matos secos para prevenir o fogo. 

É bom sair pela manhã cedo e apreciar estas coisas de Setúbal, ainda que algumas delas sejam, de facto, bem esquisitas. 

Rui Canas Gaspar
2017-julho-22

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