Comida do tempo dos nossos
antepassados
Dizem
os entendidos nestas coisas da gastronomia que o ser humano deixou de consumir nos
dois últimos séculos na ordem de uma centena de vegetais que até então usava na
sua alimentação quotidiana. Exemplo disso mesmo, são as alabaças, ou acelgas, que
conjuntamente com feijão originam deliciosas e nutritivas sopas, coisa que a
generalidade das gerações mais novas desconhecem.
O
dinheiro não abundava e as pessoas de então deitavam mão a todos os recursos e,
se aqui por Setúbal o peixe era a base da alimentação e as ovas de sardinha um
importante complemento (hoje na ordem dos 15 euros por latinha) o mesmo
acontecia aqui ao lado, no Alentejo, onde as silarcas, ou túberas, que podem
ser confundidas com pequenas batatas, são
na realidade um cogumelo muito comum nesta região, onde são encontrados
enterrados junto às raízes dos sobreiros.
Para
quem não os quer ir apanhar nesta época do ano pode sempre comprar as túberas à saída de Setúbal, à beira
da estrada, onde vendedores
ambulantes as comercializam tal como molhos de espargos selvagens.
Para
fazer um delicioso manjar junte a estes
dois ingredientes uns ovos e pode fazer um prato que antigamente era comida de
pobre e que presentemente, a exemplo das ovas de sardinha, não estará acessível
a todas as bolsas, atendendo a que as silarcas custam entre 10 e 15 euros a
porção que vemos na imagem.
Pelo
menos uma vez na vida experimente cozinhar e saborear um prato que os seus
antepassados tinham na sua culinária e onde hoje salvo raras exceções só o poderá
encontrar no Alentejo profundo.
Rui
Canas Gaspar
2019-março-17
Troineiro.blogspot.com
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