Quem alguma vez reparou no Padrão de Santo Agostinho?
Se há monumentos em Setúbal que passam quase despercebidos
provavelmente este se não for o primeiro é capaz de estar antes do segundo,
estou a falar do Padrão de Santo Agostinho, uma obra de arte colocada no Jardim
do Quebedo em 10 de junho de 1960.
António Cunha Bento o amigo e grande conhecedor das coisas
da nossa terra, fez o favor de me ajudar a melhor conhecer esta peça que quase
passa despercebida num jardim onde pontuam frondosas árvores da espécie
Lodão-Bastardo.
A obra ali erigida por iniciativa do Núcleo de Setúbal da
Mocidade Portuguesa integrou-se nas grandes comemorações Henriquinas que
naquele ano assinalaram o 500 aniversário da morte do Infante D. Henrique.
Será bom lembrar que as caravelas enviadas pelo “Navegador” levavam no seu bojo marcos
idênticos a este que foram sendo colocados ao longo da costa africana, à medida que os
destemidos homens do mar descobriam
novas terras e as reclamavam para o reino de Portugal.
O nosso padrão é constituído por uma coluna de pedra firmada
num pedaço de rocha virgem, encimado por um paralelepípedo onde numa das faces está gravado o escudo de
D. João II e na face oposta a passagem de Os Lusíadas onde se pode ler “ Se
mais mundo houvera lá chegara”.
Passados quase 60 anos desde que ali foi colocado quantos milhares
de pessoas passaram por ele? Quantos de nós alguma vez reparamos nesta peça e
quantos de nós sabíamos até a sua designação?
Esta como tantas outras são “coisas de Setúbal” que carece
serem olhadas com olhos de ver.
Rui Canas Gaspar
2019-junho-28
Troineiro.blogspot.com
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