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domingo, 30 de junho de 2019


Um banquete à disposição na Arrábida 

Nos meus giros pela Arrábida já tenho visto muitas coisas, algumas até bem insólitas, mas aquilo que vi hoje foi para além de insólito bem agradável. 

Já por lá observei altares onde estatuetas de Iemanjá, Nossa Senhora de Fátima ou Maria Padilha conviviam em boa harmonia.  Já observei outros altares onde as flores são nota dominante. Já vi outros onde as garrafas de cachaça e os charutos eram oferendas de luxo. Também por ali já vi junto a uma imagem um conjunto de moedas.  Mas, o mais comum e do que gosto menos são os altares onde as velas, pequenas e grandes, no meio do mato, podem ser um potencial foco de incêndio. 

Bem, mas o que hoje tive oportunidade de ver e fotografar foi um bem composto altar da melhor fruta fresca, onde se destacavam as bananas, os kiwi, as mangas, as peras, as uvas, a meloa e até um grande ananás, um conjunto ladeado por duas taças, uma com milho e outra com um cereal moído que não identifiquei. 

A fé das pessoas tem destas coisas que naturalmente respeito e por isso observo, fotografo e penso no assunto. 

Na descoberta de hoje, nesta Arrábida misteriosa, só fiquei triste ao observar tamanho banquete e a dois ou três metros o que restava de um ouriço-cacheiro que tinha morrido há pouco tempo. 

Na ausência de uma qualquer divindade que possa desfrutar deste banquete faço votos para que os animais selvagens e as aves da nossa serra-mãe encontrem esta dádiva e dela tirem um bom partido e, já agora, quem lá a deixou que veja os seus desejos satisfeitos, se forem bons, pois claro!... 

Rui Canas Gaspar
Troineiro.blogspot.com
2019-junho-30

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