A
“Rosita”
Manhã
bem cedo, olho para a foz do Sado e nada mais observo para além de um denso
manto de nevoeiro que teima em não mostrar a outra banda.
Do
meio do nada ouve-se o ruído de um motor e o estridente piar de numerosas
gaivotas que acompanham aquele invisível barco de pesca que recolhe ao porto.
Os
instrumentos de bordo ajudam aqueles heróis que com este tempo vão ao mar
buscar o peixe com que nos deliciamos e que fazem dos nossos restaurantes uma
referência gastronómica.
Lembro-me
de quando era rapaz ver sair a “Rosita”, a popular “vedeta” da Capitania, em
dias que o mau tempo se anunciava, dirigindo-se para a zona da barra, onde ali
chegada passava um cabo a cada bote a remos que por ali pescava de forma a
rapidamente os rebocar para terra.
Esta
embarcação que pertencia à capitania do
porto de Setúbal funcionava como uma mãe que na eminencia do perigo se
apressava a ir recolher os filhos para os trazer para o lar, o seu porto de
abrigo.
Hoje
as embarcações de médio porte e até os botes já são movidos a motor e os novos
pescadores já vão munidos de GPS, radares, sondas, telemóveis e demais
equipamentos. Mas, o mar, o nevoeiro e o mau tempo continuam a não dar tréguas
a estes valentes guerreiros que são os pescadores da nossa terra.
Rui
Canas Gaspar
Troineiro.blogspot.com
2019-outubro-31
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