Há 51 anos nem a
morte de Salazar nos livrou!...
Éramos (e somos) três bons amigos que desde tenra idade
fizemos parte de um grupo de escuteiro setubalense e que nesta foto nos
apresentamos como equipa de ténis de mesa, representante local desse Movimento
Mundial..
Quando jovens, tal como uma dúzia de escuteiros do mesmo
grupo, fomos incorporados no serviço militar obrigatório e pouco depois
enviados para as três frentes de combate que Portugal travava lá longe, em
África, nas suas colónias da Guiné, Angola e Moçambique.
Naquele dia 27 de julho de 1970 o Ricardo Soromenho estava para embarcar
em Lisboa no Navio Bragança no mesmo dia eu faria o mesmo no Ana Mafalda. Foi
então que a rádio noticiou o falecimento de Oliveira Salazar e logo os rumores começaram
a circular pelo cais de embarque que os navios transportando centenas de
militares para a Guiné não largariam amarras do porto de Lisboa.
Poucos dias antes já o Mário Salgado tinha ali embarcado
no velho paquete Carvalho Araújo também ele rumo à Guiné integrado numa
companhia que foi reforçar a localidade de Pirada alvo de violentos ataques do
PAIGC de que resultou mortos, feridos e prisioneiros entre as nossas tropas.
A morte de Salazar afinal de pouco nos serviu pois pela
tardinha ambos os barcos deixavam a barra de Lisboa, rumo a Bissau e a uma
guerra que nos poupou a vida e que continuamos a recordar sem saudade a não ser
aquela dos nossos bem passados tempos de juventude.
Rui Canas Gaspar
Troineiro.blogspot.com
2021-julho-27
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