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sábado, 12 de julho de 2014

Obras necessárias não devem conduzir a alterações desnecessárias

Sempre gostei muito e aprendi alguma coisa com as chamadas frases célebres ou inspiradoras. Uma delas, atribuída a Montesquieu não me canso de repetir, porque a acho por demais importante especialmente para quem exerce cargos governativos ou para quem desempenha funções de direção ou chefia. Disse certo dia este grande homem: “Para se fazerem grandes coisas não é necessário estar-se acima dos homens, mas sim entre eles”.

Se Maria das Dores Meira, presidente da Câmara Municipal de Setúbal, outro mérito não tem, este, por aquilo que tenho observado não lhe nego e exemplo do que acabo de dizer é o facto de na quinta-feira, dia 10, ao final da tarde envergar as calças do fato de treino e as sapatilhas, juntando-se às centenas de setubalenses e com eles conviver, fazendo a caminhada entre a Praça do Bocage e o Forte de São Filipe.

O mesmo se tem passado em grandes e pequenas ações onde a vimos entre o povo e não no “poleiro” onde muitos governantes, alguns bem incompetentes, por sinal, teimam em não descer, esquecendo-se que só são “importantes” enquanto lhes dermos essa importância.

É claro que todos também sabemos que não se coloca ou retira um prego nesta cidade sem que a presidente saiba e autorize, como tal, o que se faz de bem ou de mal facilmente a ela é atribuída a responsabilidade ou o mérito.

Considero que muito de bom esta senhora tem feito pela minha cidade, enquanto presidente da Autarquia, é claro que algumas outras coisas dispensaria pela certa.

Aquela que agora me aflige, tal como a muitos setubalenses, é de facto as alterações preconizadas para as vias rodoviárias existentes entre a Avenida da Guiné  Bissau e a Alexandre Herculano, que considero, tal como  muitos utentes e moradores desta zona uma autentica aberração.

Não sou do tipo de criticar por criticar, muito menos tenho a pretensão de ser senhor da razão, mas enquanto utente frequente destas vias não posso de forma nenhuma concordar com uma obra que a ser concretizada vai prejudicar em vez de beneficiar, reduzindo as atuais vias de circulação automóvel de 4 para 2, quando o trânsito automóvel está cada vez menos fluído.

Tudo o mais anunciado para ser concretizado naquelas artérias pode muito bem ser feito sem ser à custa da redução das faixas rodoviárias porque ali existe espaço suficiente para o fazer.

E porque a senhora presidente é uma mulher que gosta, e bem, de governar entre o povo, sugiro que veja com seus próprios olhos o que se está a fazer nestas artérias da cidade, que podem até ficar mais bonitas, mas que não deixam de ficar muito menos funcionais e potenciadoras de caos automobilístico, com o consequente buzinão diário e um ainda maior numero de acidentes que aqueles que acontecem semanalmente na rotunda do Vitória.

Enquanto é tempo é que temos de arrepiar caminho, porque depois, para corrigir o disparate as despesas serão maiores e provavelmente a carteira dos contribuintes estará bem mais leve, quando é sabido que obras necessárias não devem conduzir a alterações desnecessárias.

Rui Canas Gaspar
2014-julho-12

www.troineiro.blogspot.com

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