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segunda-feira, 14 de julho de 2014

A vida de Bocage não foi feita apenas de poesia e anedotas

Bocage era filho de gente importante. Seu pai José Luís Soares de Barbosa, Bacharel em Direito pela Universidade de Coimbra, foi juiz de fora, o magistrado nomeado pelo rei de Portugal para atuar em concelhos onde era necessária a presença de um juiz imparcial e que ali habitualmente não residisse.

A mãe, D. Mariana Joaquina Xavier L´Hedois Lustoff du Bocage era filha do Almirante francês Gil Hedois du Bocage que em 1704 chegara a Lisboa com o objetivo de reorganizar a Marinha de Guerra Portuguesa.

Embora nascido de boa família Bocage não teve uma vida nada fácil, pode-se até considerar que teve infância infeliz.

Quando era uma criança de apenas seis anos de idade, seu pai foi preso tendo estado encarcerado no Limoeiro por igual período de tempo. Pouco tempo passado, quando contava 10 anos e o pai ainda se encontrava na prisão, a tragédia abater-se-ia de novo sobre este menino devido ao falecimento de sua mãe.

Mal acabou de fazer os 16 anos alistou-se como voluntário no Exército tendo servido no antigo regimento de Setúbal, onde permaneceu por dois anos até 15 de setembro de 1783. Nessa altura este jovem setubalense tornou-se um homem do mar ao ser admitido na Academia Real dos Guardas-Marinha, antecessora da Escola Naval, onde fez estudos para guarda-marinha.

O rapaz deve ter tido pouca paciência para assimilar a teoria náutica e ainda antes de finalizar o curso veio embora. Mesmo assim, acabou por ser nomeado para esse posto pela rainha D. Maria I.

Em plena juventude, quando contava apenas 18 anos, já a sua fama como poeta e versejador corria por Lisboa.

A vida de Bocage não foi feita só de poesia e anedotas, foi trabalhosa e bem difícil como podemos constatar se nos debruçarmos um pouco sobre este tema.
Rui Canas Gaspar
2014-julho-14


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